O que a violência contra a mulher tem a ver com você

Na mesma semana, três passageiras foram vítimas de crime sexual no transporte público de São Paulo

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Mais de cinco pessoas são estupradas por hora no Brasil, segundo dados do Fórum Brasileiro de Segurança Pública. Mesmo com inúmeras campanhas e leis, nada parece intimidar homens que, em plena luz do dia, fazem vítimas pelas ruas do Brasil e do mundo.

No Estado de São Paulo, o número de estupros notificados cresceu 38% no comparativo entre os meses de maio de 2016 e 2017. A informação é da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo (SSP-SP).

Em agosto deste ano, em menos de 24 horas, duas mulheres foram vítimas de abuso sexual no transporte público na capital paulista. O número assusta e mostra que esse tipo de ação, que é crime, precisa ser combatida.

Segundo o portal R7, na tarde do dia 29 de agosto, Diego Ferreira Novaes, de 27 anos, foi detido em flagrante por ejacular em uma jovem dentro de um ônibus que circulava na avenida Paulista, região central da cidade.

Informações da SSP-SP dão conta de que Diego já tinha 17 acusações anteriores por crimes sexuais. O juiz classificou o ato cometido como “grave” e entendeu que o crime praticado foi o de “contravenção penal” e não de estupro. Por isso, o rapaz logo foi liberado.

No dia 2 de setembro, Diego fez mais uma vítima. Dessa vez, ele foi preso em flagrante por esfregar o órgão sexual em uma mulher no transporte público. Na delegacia, ele foi indiciado por estupro, pois, no momento do abuso, ele impediu a vítima de fugir dele.

No dia 4 de setembro, Diego foi condenado a dois anos de prisão em regime fechado por um crime cometido em 2013.

Outro caso de abuso dentro de um coletivo também foi registrado na capital paulista. A cantora Juliana de Deus contou ao Jornal da Record que estava sentada quando o homem ao seu lado passou a mão nos seus seios. Ela pediu ajuda, o motorista fechou a porta e a polícia foi acionada. Joel de Jesus, de 49 anos, foi detido, indiciado por importunação e liberado.

Impune?

O caso repercutiu na imprensa e nas redes sociais e gerou muita revolta. A legislação tem sido justa quando o assunto é crime sexual? É preciso leis mais severas para punir esse tipo de ação? Sim. Mas, acima de tudo, é preciso ter consciência de que a violência sexual é agressão e é crime. E essa conscientização pode começar com você, leitor.

Apenas campanhas e divulgações nos veículos de imprensa não mudarão essa realidade. O constrangimento e a violência pelos quais passam essas mulheres são enormes. Esses crimes não podem e não devem ficar impunes.

Denuncie e procure ajuda

O projeto Raabe, que existe desde 2011, ajuda mulheres que sofrem ou sofreram algum tipo violência ou intimidação doméstica ou familiar. Se você já passou por isso ou conhece alguém que precisa de ajuda, não se cale. Conheça o trabalho realizado e conte com o suporte oferecido. Saiba mais sobre o grupo no site godllywood.com/projetoraabe.

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Colaborador

Por Maiara Máximo / Fotos: Folhapress e Fotolia