“O meu refúgio era a bebida”

Angela Pires se prostituiu e usou drogas. Veja como ela conseguiu mudar sua trajetória

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A esteticista Angela Leão Pires, de 43 anos, mora em Feira de Santana, a 120 quilômetros de Salvador (BA) e é uma voluntária atuante na Universal. “Conheci a Igreja muito novinha, mas me afastei com 26 anos. Fui noiva de pastor e me casei, mas ele acabou saindo da Obra de Deus, pois tinha pecado antes do casamento. Eu não tive coragem de terminar a relação e segui em frente, mesmo sabendo que poderia dar errado. Nosso casamento não deu certo e ele saiu de casa. Logo depois disso, eu também saí da Obra. Em seguida já entrei em um relacionamento e tive uma filha”, conta.

Angela afirma que esse novo relacionamento também foi decepcionante. “Eram muitas traições e acabei saindo de casa com a minha filha. Eu queria me separar, mas não tinha como ficar morando em Salvador, onde estava na época. Recebi um convite para ser garota de programa e morar em São Paulo. Eu tinha emprego, mas pedi demissão. Aceitei a proposta como uma forma de me vingar dos homens, pois sentia muita raiva deles. Isso já vinha desde que meu pai havia abandonado minha mãe”, recorda.

A nova vida na capital paulista fascinava Angela. “O brilho da boate que eu trabalhei me encantou, assim como os homens me desejando. Eu gostava muito de bebida alcoólica e podia beber muito porque ganhava comissão para isso. O meu refúgio era a bebida. Eu usava LSD, com vodca e energético, mas depois não dormia. Decidi sair depois de um ano e oito meses porque não conseguia juntar dinheiro. Eu gastava tudo”, relata.

Angela voltou à Bahia e foi trabalhar com seu pai em Feira de Santana. “Ainda fiquei quatro anos sem voltar para a Universal. Eu visitava a Igreja, mas não me firmava. Minha ficha só caiu quando meu pai, que conhecia a Palavra de Deus, teve câncer e vi ele na cama de hospital travando uma guerra para não perder a alma. Ele falava que não queria ir para o inferno e aquilo me impactou muito. Logo depois que ele morreu veio a pandemia de covid-19. Eu passei a acompanhar os encontros virtuais da Universal”, relembra.

A esteticista relata que recebeu o Espírito Santo, mesmo nesse período em que não era possível sair de casa. “Foi onde eu busquei a Deus mesmo. Quando eu voltei para a igreja presencialmente fiz a Fogueira Santa para selar a minha aliança com Deus. Como eu estava desempregada, passei a fazer tortinhas para vender e fui construindo o meu sacrifício; não consegui um valor muito alto, mas subi no Altar e falei com Deus: ‘se tiver jeito para mim, está aqui a minha vida’. A minha alma, então, mudou e a sede que eu tinha, o vazio, a tristeza, a solidão, na hora ali tudo passou”.

Hoje Angela está curada dos vícios e sua filha mora com ela. “Ela também é uma mulher de Deus e tem 16 anos agora. Tenho outra filha pequenininha de quatro anos. O mais impossível para mim era conseguir voltar para a Obra de Deus e voltei e estou curada. Entendi que só existe um caminho, que é Jesus. Temos que nos lançar nos braços dEle com perseverança, entrega, confiança e sem medo, porque Ele supre toda a necessidade da alma, da tristeza, da depressão. Ele se encarrega de preencher todos os espaços da nossa vida”, avalia.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Fotos: cedidas