O arrependimento dos americanos com a esquerda

As eleições de meio mandato nos Estados Unidos ainda não foram concluídas, mas o cenário político começou a mudar e esse é um forte indicativo de como será a eleição para presidente em 2024. O Partido Republicano amplia a vantagem para ter a maioria das cadeiras na Câmara e no Senado, mas o que isso representa para um mundo polarizado entre direita e esquerda? Isso pode ter reflexos no destino do Brasil, onde metade da população resolveu ressuscitar Lula e levar ao poder a ideologia socialista-marxista?

Assim como o Brasil hoje está dividido entre os que acreditam na ideologia esquerdista defendida por Lula e os que votaram em um candidato alinhado com os ideais da direita conservadora, nos Estados Unidos também há uma polarização ideológica e eleitoral muito forte. Lá, essa divergência é representada pelos Partidos Republicano e Democrata.

O Partido Republicano é alinhado ao pensamento político conservador ou liberal-conservador. Portanto os Republicanos defendem princípios conservadores, baseados na ética judaico-cristã, como propriedade privada, porte de armas, livre mercado, livre concorrência e livre pensamento ou liberdade de expressão, sem deixar de gerar emprego e renda para todos, independentemente de orientação partidária, credo ou raça. Logo, o partido pode ser denominado de “direita”. Já o Partido Democrata possui um viés “esquerdista”. Com apoio dos sindicatos, defende políticas sociais assistencialistas e intervenção estatal na economia, tolerância com pequenos furtos e uso de drogas. Ele levanta as bandeiras dos movimentos sociais que pregam que o Estado deve ser o provedor de todos.

Desde que Joe Biden assumiu a presidência, os Democratas passaram a dominar o cenário político e se tornaram o principal partido no governo dos Estados Unidos. Eles conquistaram a maioria no Senado e na Câmara dos Representantes e a esquerda tomou o poder na América tradicionalmente de direita.

Ao que tudo indica, os nortes-americanos se arrependeram, acordaram do pesadelo e repensaram a atitude de deixar o Estado nas mãos dos esquerdistas. Com a vitória, os Republicanos terão a maioria das cadeiras na Câmara e no Senado, abrindo caminho para que uma liderança republicana de direita volte ao poder – até agora o nome mais cotado é o de Donald Trump.

O Partido Republicano está confirmando com margem segura o favoritismo na disputa pela Câmara dos Representantes. Segundo o prognóstico da Associated Press, agência responsável pelas principais medições e por projetar vitórias com base nos resultados parciais das apurações nos Estados, os republicanos já conquistaram 207 assentos na Câmara, chegando perto dos 218 necessários para renovar a maioria na Casa, enquanto o Partido Democrata conseguiu apenas 184 até a última apuração. As vagas ao Senado podem ser definidas apenas no segundo turno, entre o democrata Raphael Warnock e o republicano Herschel Walker. Na Geórgia, o controle da Câmara Alta do Congresso norte-americano só deve ser definido daqui a um mês, uma vez que a disputa segue apertada pela conquista da maioria das cadeiras. Com os Republicanos obtendo a maioria no Congresso, Biden vai enfrentar dois anos de mandato com forte oposição, o que travará a agenda esquerdista na América.

Esse panorama internacional nos faz entender que o povo norte-americano percebeu que cometeu um grande erro ao votar e colocar no poder os representantes da ideologia esquerdista. Agora, eles já devem ter compreendido que a agenda esquerdista é uma grande ilusão que na prática não funciona em lugar nenhum. As ideias marxistas-comunistas podem até ser encantadoras nas salas de aula para professores, alunos e o mundo acadêmico, mas na prática não surtem o mesmo efeito.

Essas ideias encontram terreno fértil na mente de jovens estudantes que são sustentados pelos pais e não vivem a realidade de ter que trabalhar todos os dias para colocar o pão nosso de cada dia na mesa.

O mundo encantado dos professores esquerdistas termina ao final da aula. É fácil ser sustentado pelo Estado e pregar igualdade de direitos, o desafio é enfrentar o mercado e ter que gerar emprego e renda. Aqui no Brasil o eleito nem tomou posse e muitos eleitores já perceberam que erraram feio na escolha e, como os norte-americanos, logo também estarão arrependidos.

Denis Farias é advogado, professor e consultor jurídico

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Colaborador

Redação / Foto: Getty Images