Número de mortes por dengue explode no Brasil

Veja como prevenir e combater uma das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti

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O número de mortes causadas pela dengue aumentou 162,5% no Brasil em 2022, na comparação com 2021, de acordo com o Ministério da Saúde. Foram 1.016 óbitos pela doença (outros 109 ainda estão em investigação) e mais de 1,4 milhão de casos registrados. O total de mortes é o maior nos últimos seis anos e só foi superado em 2015, quando 986 pessoas morreram em decorrência da dengue no País.

Para Dania Abdel Rahman, infectologista e coordenadora do setor de Infectologia Clínica e Controle de Infecção Hospitalar do Hospital Albert Sabin (HAS), em São Paulo, o aumento de casos está ligado a questões climáticas e ao saneamento básico. “Temos grandes períodos de chuva no Brasil, em dezembro, janeiro, fevereiro e março, e as condições precárias de saneamento em algumas regiões e o mau hábito que as pessoas têm de não esvaziarem os recipientes de água facilitam a multiplicação do Aedes aegypti em água parada”.

Ela explica que é a fêmea do mosquito que dissemina a doença. “Os sintomas, às vezes inespecíficos, são muito parecidos com os de doenças virais: a mialgia, que é dor muscular, cefaleia retro-orbitária, febre e, a depender da fase, a partir do quarto ou quinto dia de sintoma, as pessoas podem apresentar erupções cutâneas muito pruriginosas nas palmas das mãos. É um sintoma bem comum de quem pega a dengue”, esclarece.

Dania alerta para o cuidado que a pessoa deve ter ao notar os sintomas: “em caso de suspeita da dengue hemorrágica ou da síndrome do choque tóxico, o paciente deve ser hospitalizado e hidratado muito vigorosamente. Deve-se evitar o uso de anti-inflamatórios e o ácido acetilsalicílico, que muitas vezes é usado para dor, também é contraindicado, pois diminui a capacidade das plaquetas de promoverem a coagulação do sangue, o que é muito grave na doença que já é hemorrágica e piora muito o quadro”.

De acordo com a infectologista, a melhor maneira de se prevenir da dengue é não permitir a proliferação do mosquito. “Não existe um tratamento específico que mate o vírus. Podemos administrar antialérgicos para as pessoas que costumam ter o rush cutâneo com muita coceira, hidratação e remédio para dor. Este basicamente é o tratamento. O próprio organismo combate a infecção e, com o passar dos dias, o vírus vai diminuindo sua capacidade de replicação. É uma infecção autolimitada, como nós chamamos, e ela se resolve sozinha”, conclui.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Arte: Eder Santos