Novembro azul: conscientize-se

Ações preventivas são importantes e podem melhorar e até salvar a vida dos homens

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O mês de novembro vai começar e com ele tem início também a campanha Novembro Azul, cujo foco é a prevenção do câncer de próstata. Ela foi criada na Austrália, em 2003, para chamar a atenção para a saúde do homem e adotado pelo Ministério da Saúde no Brasil há dez anos. A iniciativa é muito importante pois o câncer de próstata é o segundo que mais mata homens, vitimando mais de 28% dos pacientes, além de ser o mais comum e frequente entre eles. A estimativa é de que, até dezembro deste ano, o Brasil totalize cerca de 66 mil novos casos, com uma mortalidade de até 18 mil pessoas, segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca).

Mesmo considerando esses números altos, muitos homens resistem em fazer o exame de toque retal, fundamental para detectar a doença. “Eles têm receio de sentir dor e por questões culturais relacionadas à masculinidade, mas é um mito que vem se reduzindo ao longo dos anos. O exame é absolutamente inócuo, indolor e dura cerca de 10 segundos”, explica Alberto Azoubel Antunes, urologista, professor livre-docente na Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo (USP) e coordenador do Instituto da Próstata do Hospital Moriah, em São Paulo.

De acordo com ele, o câncer de próstata e a hiperplasia prostática (aumento da glândula) são os dois principais problemas que podem atingir a próstata do homem maduro. “Todo câncer é uma doença fundamentalmente genética, mas não necessariamente hereditária. As pessoas nascem com genes defeituosos que estão programados para se manifestar em determinado momento da vida e com o câncer de próstata não é diferente. Infelizmente, a medicina ainda não consegue identificar esses genes de forma regular e consistente e reproduzir os resultados em diversos indivíduos”.

Entre os jovens de 15 e 30 anos, o tumor do trato urinário mais comum é o de testículo. “Ele pode ser diagnosticado simplesmente pelo autoexame da bolsa testicular durante o banho. Ele surge com um nódulo endurecido, um carocinho duro no testículo, que não produz nenhuma dor. O importante é buscar fazer ativamente o exame para que o nódulo seja encontrado, em vez de esperar sentir alguma dor. É importante destacar que, depois do advento da quimioterapia como tratamento auxiliar, a mortalidade por câncer de testículo caiu exponencialmente. Hoje é um dos tumores mais curáveis do homem.”

Não espere que o problema apareça
O médico ressalta ainda que é importante fazer o acompanhento médico de rotina: “vá regularmente ao consultório do urologista a partir dos 45 anos, quando houver histórico familiar, se for afrodescendente ou a partir dos 50 anos, se não existir histórico. Quem faz parte dos grupos de risco deve fazer exames anuais. Já os que não pertencem aos grupos de risco e que possuem exames de PSA (veja quadro ao lado) absolutamente normais e baixos podem fazê-los a cada dois anos. Siga as orientações médicas e procure sempre manter uma vida saudável, uma boa alimentação, um sono de boa qualidade e a saúde mental e física sempre em dia”.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Arte: Edi Edson