“Ninguém dava nada por mim"

Após ser abandonada pelo pai e ter que se mudar para outro Estado, Heloísa Nogueira aprendeu como poderia ter sua vida completamente transformada

Imagem de capa - “Ninguém dava nada por mim"

Um marido alcoólatra que agredia a esposa na frente das duas filhas e quebrava tudo dentro de casa. Essa cena era constante na infância da servidora pública Heloísa Nogueira, de 33 anos. “Eu era muito pequena, via aquilo e me assustava”, recorda.

Cansada das agressões e ameaças que sofria do marido, a mãe de Heloísa decidiu se mudar do Recife, capital de Pernambuco, para São Paulo com as duas filhas. Vivendo em outro Estado, elas passaram muitas dificuldades financeiras e tiveram que morar de favor na casa de parentes.
Sem a figura do pai em seu lar, Heloísa conta que se tornou uma criança cheia de complexos: “eu era muito tímida e muito triste porque meu pai nunca mais quis saber de mim e da minha irmã. Ele nem sequer telefonava para nós. Então, eu me tornei uma criança com sentimento de rejeição”.

Vida dupla
Heloísa tinha 10 anos quando sua mãe conheceu a Igreja Universal e começou a frequentar as reuniões. Mas, apesar de ver a mudança que sua mãe viveu ao se converter, ela revela que frequentava a igreja somente para agradá-la. “Eu ia à igreja, mas não queria estar ali. Deus estava trabalhando na minha mãe, mas, apesar de ser triste e ter aquele sentimento de rejeição, eu não me entregava a Ele”, diz.

Os anos passaram, Heloísa entrou na adolescência e conta que naquela época começou a viver uma vida dupla: dentro da igreja, ela era uma pessoa e fora, outra. “Para não ser rejeitada na escola, eu queria fazer o que os outros estavam fazendo. Eu me vestia como as outras garotas que mostravam o corpo, fazia maquiagem que chamava a atenção e gostava de ficar nas rodinhas com os meninos. Já na igreja eu era diferente, mais recatada e queria mostrar ser algo que eu não era. Algumas vezes, eu faltava às aulas e mentia para a minha mãe. Eu dizia que tinha ido à escola, mas tinha saído com os colegas. Só não fiz mais coisas erradas por medo que minha mãe descobrisse”, avalia.

Basta de hipocrisia
Heloísa continuou agindo assim até que, durante uma pregação, ela conseguiu enxergar qual era seu verdadeiro estado espiritual: “eu ouvi o Pastor pregando sobre entrega e aquilo serviu para mim, porque eu não tinha me entregado a Deus. Entendi que, se eu não me entregasse a

Ele, perderia a minha Salvação e a minha vida estaria acabada. Naquele momento, vi que realmente estava sendo falsa com Deus e que estava sendo hipócrita. Eu não estava obedecendo à Palavra da forma que eu tinha que obedecer e resolvi mudar. Assim, entreguei no Altar o complexo e o sentimento de rejeição e falei para Deus que não queria mais ser aquela pessoa”, diz.

A partir de então, Heloísa entendeu também que não tinha outra forma de fazer a Vontade de Deus se não recebesse o Espírito Santo e ela não mediu esforços para isso. “Eu sabia que tinha que sacrificar o meu orgulho e perdoar o meu pai porque, como eu me sentia muito rejeitada e abandonada, eu ainda tinha aquela mágoa. Eu o perdoei e comecei a buscar o Espírito Santo.”
Durante uma reunião voltada para os jovens, Heloísa determinou que não sairia de lá sem o Espírito Santo. “Eu já estava determinada e sabia que

Deus ia fazer o que eu estava pedindo, pois na Bíblia está escrito que o Espírito Santo vem para a nossa vida para nos dar poder e nos fazer testemunha dEle. Eu queria ser essa testemunha. Quando eu recebi o Espírito Santo, chorei de alegria porque eu recebi o que eu tanto procurava para preencher o meu vazio.”

Hoje a vida de Heloísa é bem diferente. A timidez e a insegurança deram lugar à fé. “Nós tínhamos uma vida muito difícil no passado e Deus foi transformando tudo, inclusive nossa vida financeira. O Espírito Santo me deu sabedoria para que eu tivesse uma profissão. Ninguém dava nada por mim, mas o Espírito Santo deu. Jesus deu a vida dEle por mim, então tudo foi mudando na minha vida, não só por dentro, mas por fora também”, conclui.

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Colaborador

Núbia Onara / Foto: Demetrio Koch