Não seja o “filhinho da mamãe”
O homem que se recusa a sair da dependência da mãe prejudica sua vida e a de quem está por perto
Muitos homens já têm idade para serem pais, mas ainda nem deixaram para trás a fase de filhos. São os chamados “filhinhos da mamãe”. Alguns até já têm família constituída, mas continuam a se comportar como crianças mimadas. Tem o tipo que segue tendo aquele relacionamento infantil com a própria mãe; e aquele outro que transfere à esposa o papel de sua mãe e espera que ela faça tudo por ele: cuide das contas, das roupas, escolha o que ele vai comer e por aí afora.
O filhinho da mamãe não tem responsabilidade e espera que sua mãe (a de verdade ou a esposa “promovida”) faça todas as suas vontades. Fica contrariado quando precisa fazer algum esforço ou quando seus desejos não são atendidos. Mas o mundo lá fora não tem culpa e está se lixando se o filhotinho da “mamma” é mimadinho –não vai poupá-lo das agruras da vida, da verdade e
das responsabilidades.
É óbvio que não há nada de errado em ter um ótimo relacionamento com a progenitora, desde que ele seja adequado ao momento da vida do filho e ao chamado à responsabilidade que o desenvolvimento do ser humano exige. Dá muito bem para mãe e filho estarem em sintonia, com respeito, admiração e carinho, desde que ela o trate como adulto.
Há mulheres que teimam em levar seu instinto maternal muito além do que devem, criando os “machos mimimi” dependentes de tudo – e até de dinheiro –, freando as evoluções pessoal e profissional do filho. Mas, verdade seja dita, ela só fará isso se o filho não se impuser como homem – com todo o respeito por ela, é claro. Obviamente, ambos precisam entender que o cordão umbilical deve ser cortado no momento certo.
E, claro, há pais que cometem esse mesmo erro, tornando seus filhos dependentes para não perderem sua posição de “alfa”, de protetor, de provedor.
E tome filhinho de mamãe por aí, com os outros lá fora tendo que ter paciência infinita para aguentar o “mimimi” do sujeito no trabalho, no lazer, na igreja e no casamento, com uma coitada tendo de ser esposa e mãe do cara ao mesmo tempo. Não é raro que relacionamentos assim acabem, pois a mulher se sente sobrecarregada. Isso quando ela também não se torna mãe do marido de propósito para mantê-lo em rédea curta, em um arranjo que parece favorecer a ambos, mas os prejudica. Esposa é sinônimo de companheira, não de governanta ou mãe.
adeus às coisas de menino
Paulo diz na Bíblia que, quando era menino, “falava como menino, sentia como menino, discorria como menino, mas, logo que cheguei a ser homem, acabei com as coisas de menino” (1 Coríntios 13.11). A repetição é proposital para enfatizar a coisa. Acima de tudo, a maturidade espiritual precisa acontecer, com o homem sabendo-se ao mesmo tempo dependente só de Deus e batalhador pelo seu papel de chefe de família, profissional, pai – e até de filho mesmo, mas do modo certo. Pais e mães de verdade se orgulham em ver o filho um homem feito, bem-sucedido e responsável, não ligado a eles pela dependência, mas por amor, respeito.
É salutar repetir: mãe não deixa de ser mãe porque o filho é adulto e responsável. Ela o ama, mas o reconhece como adulto. Claro, nada a impede de dar uma força quando uma dificuldade chega – família também é para isso e mãe que é mãe não foge da raia quando a coisa aperta. Mas é prudente diferenciar ajuda esporádica de dependência eterna. Afinal, quem sente firmeza naquele que, por qualquer motivo, a primeira coisa que faz é chamar a mamãe?
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