Muitos alcançam a prosperidade e a veem como uma bênção. O mesmo acontece quando se conquista saúde, vida amorosa de qualidade e outros aspectos que tornam a existência na Terra mais prazerosa e satisfatória. Claro que isso tudo pode mesmo ser uma bênção atrás da outra, resultado das portas que Deus abre e da ação de quem resolve entrar por elas e se submete a Ele.

Entretanto perder o foco pode transformar esses benefícios terrenos em obstáculos à maior e realmente mais importante de todas as bênçãos: a Salvação. Quem não conhece o caso de alguém que se fixou tanto em sua prosperidade, focou em demasia nas riquezas, deu atenção total ao amor conjugal ou à conquista da saúde e acabou por deixar a vida espiritual em segundo plano ou até se afastou completamente da igreja por achar que a vida confortável e focada nos prazeres mundanos lhe bastava?

“Uma coisa é receber as bênçãos em todas as áreas da vida neste mundo e, inclusive, servir como veículo dessas bênçãos”, escreveu o Bispo Edir Macedo em seu blog. “Outra coisa é receber a bênção das bênçãos: a plena certeza de ter o nome escrito no Livro da Vida, concedida pelo Espírito de Deus, e também servir como instrumento dessa glória. Todas as bênçãos com respeito à vida material são migalhas diante da grandeza de servir como morada do Espírito Santo”, completou.

No outro extremo
Esse é um erro muito grande, mas há outro também considerável, que é agir no sentido oposto: mirar exclusivamente na Salvação e deixar de lado a luta pelas conquistas que lhe trarão uma vida plena. É óbvio que garantir sua eternidade ao lado do Altíssimo é a prioridade entre as prioridades, mas isso não diminui a responsabilidade de arregaçar as mangas para conquistar outras bênçãos.

Acontece que muitos interpretam de forma errada o versículo muito importante da Bíblia, que está em Mateus 6.33: “Mas, buscai primeiro o reino de Deus, e a Sua justiça, e todas estas coisas vos serão acrescentadas”. Voltamos a dizer: “primeiro o reino de Deus”, ou seja, antes de tudo tê-Lo como seu verdadeiro Rei, para, como consequência, chegar às bênçãos financeiras, físicas e no relacionamento, dadas exatamente por Ele, que “assina embaixo” diante do esforço de Seus filhos.

Esse é o verdadeiro sentido do versículo, mas muitos o compreendem de uma forma mais religiosa do que realmente espiritual. Se eu buscar a Deus, posso ficar de braços cruzados que a prosperidade virá, minha vida amorosa irá de vento em popa e minha saúde será sempre nota 10? Ledo engano.

Não é necessário ser um gênio para concluir que ser fiel mas ser desleixado com o cônjuge ou não cuidar do corpo pode acarretar em resultados simplesmente desastrosos. E quem age assim ainda questiona Deus por se dedicar a Ele e não ser abençoado. Como se a culpa fosse dEle e não da pessoa que não coloca a fé inteligente em ação.

E um erro leva a outro: quando perde alguma de suas bênçãos ou nem mesmo chega a recebê-la, o ser humano que não tem Deus como base perde completamente o equilíbrio.

Na época da Grande Recessão, período em que a economia dos Estados Unidos sofreu uma grande queda com a quebra da Bolsa de Valores, muitos que perderam quantias consideráveis se suicidaram. Eles se basearam-se no dinheiro e, sem ele, não eram nada nem ninguém; enquanto os que contavam fielmente com o Altíssimo perseveraram.

O Bispo Edir Macedo também é bem claro quanto a isso: “nada neste mundo, por mais rico, mais lindo, mais prazeroso, mais tudo que seja, se compara com a plenitude do Espírito do Senhor Jesus. Não se contente com migalhas, com bênçãos que podem ser maravilhosas, mas não suficientes; sem o Espírito Santo, não somos capazes de suportar os reveses da vida; somente Ele é capaz de nos dar sustentação nas horas amargas e tristes; Ele consola, conforta, anima, levanta, aviva e é quem nos faz ter esperanças para seguir em frente”.

É usar na prática a fé inteligente: “quem raciocina não se satisfaz com migalhas; pensa grande, de acordo com os pensamentos do Todo-Poderoso. Quem usa a fé racional pensa, imagina e projeta seus sonhos para um futuro promissor, que começa no presente”, conclui o Bispo Macedo. Sim, a Salvação começa com nossas atitudes aqui e agora, desde que tenhamos o foco certo.