Museu da Língua Portuguesa embarca no movimento da esquerda e gera desconforto

Em publicação nas redes sociais o museu paulista utilizou pronome neutro na legenda. Entenda

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Recentemente, o Museu da Língua Portuguesa, fundamentado em suas razões, fez uso do pronome neutro “todes” em sua mensagem de retorno das atividades.

“Nesta nova fase do Museu da Língua Portuguesa, a vírgula – uma pausa ligeira para descanso, respiro – representa o recomeço de um espaço aberto à reflexão, inclusão e um chamamento para todas, todos e todes os falantes, ou não, do nosso idioma: venham, voltamos!”, dizia o Museu na publicação.

A atitude do museu causou desconforto entre os seguidores. Isso porque, segundo o dicionário, um museu deveria ser “instituição dedicada a buscar, conservar, estudar e expor objetos de interesse duradouro, histórico etc.,”.

“’Todes’ está no dicionário? Procurei e não achei… se não está lá não está na língua portuguesa, portanto não obedece a norma culta da língua. ‘Todes’ não existe na língua portuguesa!”, disse um internauta.

Outra internauta questionou: “Como assim, Museu da Língua Portuguesa usando palavra que não existe na língua?”.

Após a repercussão, o secretário especial da Cultura, Mario Frias, usou sua conta no Twitter para criticar o uso do pronome neutro nos perfis oficiais do museu.

Segundo o secretário, “o Governo Federal investiu 56 milhões de reais nas obras do Museu da Língua Portuguesa” para conservar “o patrimônio cultural, que dependa da preservação da nossa língua”.

Ele afirmou que não permitirá que o investimento feito pelo Governo Federal “sirva para que agentes públicos brinquem de revolução”. Ele ainda prometeu tomar medidas “para impedir que usem o dinheiro público federal para suas piruetas ideológicas”.

“Se o governo paulista se comporta como militante, vandalizando nossa cultura, não o fará com verba federal”, completou o secretário.

O uso do pronome neutro na língua portuguesa já tem sido discutido no Brasil. Movimentos coletivistas de esquerda querem implementar o uso dos pronomes neutros na língua, sob o pretexto de que ela seria inclusiva.

“A linguagem não-binária, também conhecida como dialeto não-binário, foi uma linguagem criada pelos não-binários. E quem são os não-binários? São as pessoas que não se identificam nem com o gênero feminino, nem com o masculino; ocorre, então, a tentativa da neutralização da palavra”, disse a professora de português, Cíntia Chagas, em entrevista à Rede TV, recentemente.

Segundo a professora, a utilização desta linguagem “não faz sentido algum” e ela explicou dizendo: “Se você pegar a palavra pente. Pente é masculino. Então, esse dialeto não-binário não possui nenhum embasamento linguístico, científico e é um desrespeito à língua portuguesa”, disse a especialista.

Segundo ela, essa é mais uma pauta esquerda, também, pautada no politicamente correto. “Primeiramente, as pessoas tentam dominar a forma como nós falamos, depois a forma como nós pensamos e, por fim, a forma como nós agimos”, afirmou.

A especialista ainda reiterou que o uso do pronome neutro, na verdade, se trata de “uma pseudo inclusão”. Isso porque, segundo a professora “uma maioria esmagadora fica de fora”.

“O caso dos disléxicos (distúrbio genético que dificulta o aprendizado e a realização da leitura e da escrita): como vão compreender, com toda dificuldade que se tem, esse novo dialeto? Tem a questão dos surdos: como vão compreender na linguagem um ‘todx’. Tem a questão dos cegos, que precisam de softwares de leitura. Como eles farão a leitura? O que eu quero dizer é: pessoas que já enfrentam tantas dificuldades, que já têm tantas limitações linguísticas no seu dia a dia, elas teriam que se adaptar a um novo modo de falar, que beneficiaria apenas uma ínfima minoria”, completou a professora.

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Colaborador

Rafaela Dias / Foto: Divulgação e Reprodução