“Mesmo não querendo, sacrifiquei

Na Fogueira Santa, Naiane entendeu que entregar o que mais queria lhe daria muito mais do que imaginava

Imagem de capa - “Mesmo não querendo, sacrifiquei

Naiane Freitas Oliveira, de 26 anos, auxiliar de departamento pessoal em São Paulo, se casou aos 18 anos. Ela conta que foi “na base da emoção, sem a aprovação dos pais, nem obediência a Deus ou uma estrutura espiritual”. Antes do matrimônio, ela frequentava a Universal, mas depois se afastou definitivamente de Deus. Sua felicidade, porém, durou pouco. A decepção ocorreu com uma traição do marido, o que levou à separação. “Emagreci mais de 15 quilos, eu não tinha mais disposição para trabalhar e quis parar toda a minha vida.”

A separação foi, segundo ela, “só de boca, não oficialmente, no papel, pois meu coração ainda estava no casamento e no meu ex-marido. Eu não conseguia sair daquele apego, apesar de ter sido traída e abandonada e, além disso, tínhamos uma filha, na época com pouco mais de um ano”.

Ela destaca como era sua dor: “era imensa e, quando a dor é na alma, não conseguimos resolvê-la com medicamentos nem com nada, a não ser com Deus. Ele é a única opção, a única solução”. Foi depois de entender isso que ela voltou à Universal. “Eu não via saída para o meu problema e já estava em estágio avançado de depressão.

Meu retorno foi por volta de outubro e, em novembro, viria uma Fogueira Santa. Vi ali a oportunidade de mudar o meu interior e, a partir dele, a minha vida”.

Luta de vontades
Naiane diz que entrou de cabeça na Fogueira Santa. Ela revela o que entendeu naquele momento: “eu precisava sacrificar aquele sentimento que me prendia a algo que nem existia mais e não deixava minha vida seguir. Levei tudo bem a sério e ficou bem nítido para mim que também devia dar entrada corretamente no divórcio”.

Ela relata que travou uma luta muito grande com o que sentia: “eu ainda tinha esperanças de voltar para meu ex-marido, para reconstruirmos nossa família. Embora racionalmente eu soubesse que devia sacrificar o sentimento, emocionalmente, eu não queria”. Naiane diz que qualquer sacrifício material que fez foi bem mais fácil do que sacrificar aquele apego.

Coração versus fé
Ao se entregar na Fogueira Santa, Naiane aprendeu que “de nada valeria depositar qualquer quantia no Altar sem pôr também a decisão de confiar a Deus aquele apego. Mesmo não querendo sacrificá-lo, sacrifiquei”.

O Bispo Júlio Freitas já falou de casos como o dela e enfatizou a passagem de Génesis 22.2, quando Deus pediu a Abraão o que lhe era mais caro: “’Toma o teu filho, teu único filho, Isaque, a quem amas…’. Numa única frase temos quatro especificações de Deus para que não houvesse margem para dúvidas do sacrifício pedido.”

Para o Bispo, “bastaria que Deus tivesse dito ‘sacrifique Isaque’ para Abraão saber a quem Ele se referia, mas, além do nome, as outras três coisas serviram para mostrar que o Altíssimo sabia bem o que aquilo custaria a Abraão. Por isso, ele tinha duas opções: oferecer o que estava sendo pedido ou o que ele queria oferecer, que não seria a mesma coisa. Tal como Abraão, você sabe qual é o seu verdadeiro sacrifício”. E a resposta de Deus surge justamente quando entregamos o que temos como prioridade em nossa vida e damos a Ele esse lugar especial. “Agora sei que temes a Deus, porquanto não Me negaste o filho, o teu único filho.” (Gênesis 22.12).

Fazer o que deve
Naiane entendeu essa necessidade e, apesar da dor, obedeceu integralmente. Com a atitude no Altar, ela teve outra: “dei entrada oficialmente no divórcio. Foi muito difícil, chorei bastante quando conversei com meu ex-marido e nosso advogado, mas, apesar de não ser fácil, honrei meu compromisso com aquela decisão tomada com a direção de Deus”.

Quando estava no Altar, ela falou com o Altíssimo: “meu Deus, vou sacrificar esse sentimento, o casamento e acontecerá uma das duas coisas: ou o Senhor trará meu marido de volta transformado ou todo esse meu sentimento por ele será tirado de meu coração”. Ao entregar suas emoções no Altar, ela entendeu que o passado não retornaria: “toda aquela esperança cessou. Deus tirou mesmo aquele sentimento que me aprisionava dia e noite e consumia minhas forças para as outras coisas necessárias à vida. Ele me mostrou qual era a Vontade dEle e não a minha. A partir dali, para quem pensava que não seria feliz de outro jeito, percebi que sou completa e não é por causa de relacionamentos, mas porque recebi o Espírito Santo. É Ele que me completa”.

O Bispo Júlio diz que “o coração obedece à nossa vontade e o sacrifício à vontade da Fé sobrenatural. Por isso são antagonistas em uma constante batalha em que só uma pode vencer. Se escolher dar ouvidos à voz do coração, cedendo aos seus caprichos, desejos e sentimentos, nunca fará o sacrifício perfeito que vai lhe fazer sentir dor, renunciar às suas vontades e derramar sangue. Deus não tira as coisas, mas livranos delas para que não nos apeguemos a nenhuma e desfrutemos de todas”.

Hoje, Naiane mantém seu coração onde encontra a verdadeira felicidade: em Deus.

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Colaborador

Marcelo Rangel / Foto: Arquivo pessoal