Livre-se do desânimo

Por que você não pode fraquejar diante dos desafios?

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Quem nunca foi assolado por pensamentos desanimadores? Os motivos que levam a eles são muitos: uma perda, uma decepção, um sonho frustrado, etc., mas o cenário desanimador, na verdade, é ideal para que a fé entre em ação.
A Bíblia nos mostra um bom exemplo ao detalhar a história de Abraão, o homem que, mesmo avançado em idade, se agarrou às Promessas de Deus e não ao que via e ouvia das pessoas. “E, sem enfraquecer na fé, embora levasse em conta o seu corpo já amortecido, sendo já de cem anos, e a idade avançada de Sara, não duvidou, por incredulidade da Promessa de Deus; mas, pela fé, se fortaleceu dando glória a Deus, estando plenamente convicto de que Ele era poderoso para cumprir o que prometera.” (Romanos 4.18-21).

Para o Bispo Domingos Siqueira, “se Abraão focasse nas circunstâncias, certamente desanimaria como qualquer outra pessoa, já que motivos para isso não lhe faltavam. Tudo lhe era desfavorável. Ele já não era um garoto casado com uma jovem estéril, mas um homem envelhecido casado com uma mulher também envelhecida e estéril”, pontua.

Por isso, ele afirma que “quem é da fé é guiado pelo que não vê e não pelo que vê” e que “a fé sobrenatural submete os planos naturais aos espirituais porque o que é celestial está acima do que é terreno e o que é espiritual está acima do que é material”, acrescentando ainda que quem “olha para as dificuldades desanima e perde a visão de Deus.”

Da teoria à prática
O tempo de frequência à Igreja, por exemplo, não impede e nunca impedirá ninguém de passar por lutas e por situações que favorecem o desânimo. A autônoma e estudante de serviço social Natalicia Neres da Silva, de 48 anos (foto a dir.), é uma prova disso. Ela chegou à Universal triste demais, cheia de complexos e desprezada, há 34 anos. Baiana e membro de uma família de 14 irmãos, ela recorda que sua notícia de que participaria das reuniões não foi
bem-aceita. “Ou eu ficava triste, deprimida e saía da Igreja ou fazia o que fiz: decidi pela minha fé”, diz.

Depois de cinco anos de casada, Natalicia descobriu as traições de seu então esposo, que aconteciam desde o início do relacionamento. Na época, ela era obreira da Igreja e tinha uma filha de 2 anos. Como se não bastasse, ela precisou lidar com as palavras negativas que ouviu e com o abandono de pessoas que se diziam “amigas”.

Essa situação caracteriza o “dia mau” – dias, semanas ou momentos em que precisamos lidar com os problemas como se estivéssemos sozinhos, sem ajuda nem a misericórdia de ninguém, exceto as de Deus. Há quem se revolte de forma equivocada e quem aproveite o momento a sós com Deus para sair da situação delicada fortalecido.

Natalicia ficou seis meses afastada da presença de Deus. Nesse período, também encarou o desemprego e passou privações. “Só não caí em depressão porque tive medo”, expõe. Isso aconteceu em 1999.

Lições
A própria Natalicia cita um versículo para resumir o momento delicado que viveu: “faze-me conhecer, Senhor, o meu fim, e a medida dos meus dias qual é, para que eu sinta quanto sou frágil”. (Salmos 39.4). Se, no passado, ela teve uma experiência de desânimo, agora, firme na presença de Deus, avalia as lutas como uma possibilidade de crescimento. “Entendo o que o Bispo Edir Macedo nos ensina quando diz para fazermos do limão uma limonada ou seja, uma coisa azeda, ruim da nossa vida, com Deus vira algo doce”, diz.

Ela compara a pessoa que era antes à de agora: “eu era criança na fé. Hoje, nada, nada mesmo, me separa de Jesus. Sei o que passei e não vou deixar que ninguém tire o que conquistei. Nada é mais importante do que a minha Salvação”, acentua.

Construção certa
Muitos desanimam porque não entendem que toda construção requer um tempo e que não há construção mais bem alicerçada do que aquela feita sob a Rocha, que é a Palavra de Deus.

Agindo assim, a aparente demora na mudança ou a situação que for não lhe apavoram. “Todo aquele, pois, que escuta estas minhas palavras, e as pratica, assemelhá-lo-ei ao homem prudente, que edificou a sua casa sobre a rocha; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e não caiu, porque estava edificada sobre a rocha. E aquele que ouve estas minhas palavras, e não as cumpre, compará-lo-ei ao homem insensato, que edificou a sua casa sobre a areia; E desceu a chuva, e correram rios, e assopraram ventos, e combateram aquela casa, e caiu, e foi grande a sua queda (Mateus 7.24-27).

Os apressados, cedo ou tarde, verão que o que foi conquistado veio com prazo de validade. Aos que perseveram, o tempo, o desespero, as dificuldades e o próprio desânimo não lhes vencem nem lhes convencem porque estão agarrados à Palavra de Quem não lhes desampara e não volta atrás.

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Colaborador

Flavia Francellino / Fotos: Fotolia e Demetrio Koch