“Joguei um litro de álcool no meu corpo”

Diante de uma vida conturbada e um casamento infeliz, Marisa do Nascimento pensou em tirar a própria vida, mas encontrou a paz no Altar de Deus

Por muitos anos, a dona de casa Marisa Souza do Nascimento, de 44 anos, desejou apenas ter paz. Ela perdeu o pai aos 5 anos por conta do alcoolismo e se sentia desprotegida por não ter uma figura masculina em sua vida. “Ter uma filha era o sonho do meu pai. Quando ele morreu, ficou uma lacuna na minha vida. Tudo piorou quando minha mãe trouxe um homem 20 anos mais novo e também alcoólatra para morar com ela”, recorda.

Marisa não aceitava a escolha de sua mãe e desenvolveu uma mágoa por causa disso. “Eu via aquela situação como se estivesse perdendo a minha mãe para outro homem. Ela tinha muitas brigas com ele e eu me envolvia para defendê-la. Por não querer mais viver daquela forma, decidi morar com meu irmão mais velho, mas continuei com medo de que o companheiro dela a agredisse”, detalha.

Marisa explica que era uma jovem revoltada, triste, carente e oprimida internamente. Contudo ela ainda acreditava que poderia ser feliz. Aos 18 anos, ela conheceu seu esposo, Sandro Rodrigues, e, com pouco tempo de namoro, engravidou. Porém, diante do medo da reação da família, ela decidiu esconder a gestação de todos, inclusive do namorado. “Se eu contasse, haveria briga entre o Sandro e meus familiares, então escondi a gravidez por sete meses, mas depois do oitavo mês ficou impossível. Revelei a gravidez, ele registrou nosso filho e fomos morar juntos em 1997. Aí começou meu fundo do poço”, detalha.

Em apenas cinco meses, a união, que seria motivo de felicidade, se tornou um verdadeiro pesadelo na vida dela: ela estava em um relacionamento abusivo. “Ele era muito desconfiado e controlador. Eu me sentia culpada por ter escondido a gravidez dele e, por isso, aceitava tudo que ele fazia. Ele tinha um ciúme absurdo, a ponto de eu não poder falar nem cumprimentar nenhum homem, pois ele me acusava de estar interessada em ter um relacionamento fora do casamento”, diz.

Ela vivia oprimida pelo companheiro e era vítima de agressões psicológicas. Com depressão, ela pensou em suicídio: “um dia, eu estava no banheiro e joguei um litro de álcool no meu corpo e fui para o quintal. Peguei uma caixa de fósforo e fiquei sentada no quintal, pensando em acender ou não o fósforo, pois só pensava na dor que o meu filho teria”.

Ela não concretizou o ato, mas sabia que precisava de ajuda. “Quem olhava para mim percebia que eu era triste, mas eu não conseguia falar com ninguém. Até que comecei a trabalhar na casa de uma amiga que, com o passar do tempo, me falou de Jesus e da Igreja Universal. Em 2002, decidi ir a uma reunião para obter a ajuda de Deus.”

Marisa conta que falou mal da Universal e até de seu líder por muitos anos, mas o sofrimento e a necessidade de ajuda foram maiores do que o preconceito. “Comecei a ir às reuniões, a prestar atenção e a obedecer tudo, pois queria ter paz, ser feliz e resgatar meu casamento. Entreguei tudo, perdoei minha mãe e meu esposo e logo recebi o Espírito Santo, que preencheu todos os meus vazios, incluindo a falta do meu pai”, diz.

Depois daquele dia, a vida dela nunca mais foi a mesma. Ela passou a ter paz, alegria e força, o que se estendeu para toda a sua família. Com a nova fase, Marisa e Sandro oficializaram o casamento em 2004. Além do primeiro filho, Lucas, hoje com 25 anos, o casal tem mais dois filhos: Charles, de 14 anos, e Sara, de 7. “Tenho a paz que nunca tive, nem na infância. Meu marido é um ótimo esposo e pai. Tudo foi transformado pelo poder de Deus em nossas vidas”, conclui.

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Colaborador

Camila Teodoro / Fotos: cedidas