Jesus

Seus olhos estão diante do único Nome que tem o poder de transformar a vida de quem quer que seja. O Caminho que nos leva até Deus, inclusive, é Ele

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Um dos últimos diálogos do Senhor Jesus, quando estava em sua condição humana, foi com um ladrão no Gólgota (Lucas 23.32-34). Embora ouvisse acusações e chacotas, os ouvidos dEle estavam sensíveis à confissão daquele malfeitor e, além disso, Sua misericórdia estava ali, voltada inteiramente para ele. Naquela época, sob influência de Roma, era na cruz que malfeitores agonizavam – cena comumente assistida por uma grande plateia. Mas, antes, os próprios condenados tinham que carregar a cruz até o lugar em que ocorreria o “espetáculo público”. Eram horas e até dias de agonia até que a pessoa desse o último suspiro. Por vezes, as pernas eram quebradas para acelerar aquele processo vil, impossibilitando qualquer manobra instintivamente humana que pudesse ampliar a chance de viver. Portanto essa morte era uma espécie de submissão ao escárnio e o Senhor Jesus não a merecia. Mas foi (e é) pelo sacrifício dEle que pessoas, tanto as desprezadas como as desprezíveis, em vez de serem expostas às aberrações do pecado, recebem a oportunidade de uma vida nova e somente em Seu Nome o interior delas é transformado.

Logo, o que qualquer um acha ou deixa de achar pouco importa. Foi o que aconteceu com os acusadores da mulher apanhada em adultério (João 8.3-11) que, antes cheios de razões e de pedras nas mãos, redarguidos por sua própria consciência, se retiraram um a um. Já os hipócritas, estarrecidos com o fato de o Senhor Jesus ser recebido na casa do coletor de impostos Zaqueu – conhecido defraudador (Lucas 19.2-9) –, não experimentaram o que ele recebeu: a Salvação.

POR VOCÊ E PARA VOCÊ
Embora datas como a Páscoa e o Natal fomentem a memória popular para a existência do Senhor Jesus, se quisermos entender profundamente sobre Ele, a Deidade e a Trindade da qual Ele faz parte, devemos olhar para o início de tudo, descrito em João 1.1-4: “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus.

Todas as coisas foram feitas por Ele, e sem Ele nada do que foi feito se fez.” Na Bíblia Sagrada com as Anotações de Fé do Bispo Edir Macedo, o autor escreve que Jesus “coexistia como Criador da eternidade, do tempo e da matéria” e que “o Messias se manifestou ao mundo como a Palavra materializada. Isso significa que, da mesma forma que expressamos nossos pensamentos por meio de palavras, o Senhor Jesus, a Palavra encarnada, revelou aos homens os pensamentos mais profundos do Altíssimo”.

No entanto, com o pecado fincado no mundo por uma escolha meramente humana, foi desejo do Deus-Pai “se revelar à Humanidade em uma perfeita e completa aliança por meio do Seu Filho Jesus”. Ele veio do Pai e entrou no mundo (João 16.28) única e exclusivamente para nos conceder a vida eterna. “E a vida eterna é esta: que te conheçam, a ti só, por único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, a quem enviaste. (…).” (João 17.3-22). Só a conquistam, porém, “aqueles que obedecem à Sua Palavra e andam na disciplina da fé”, explica o Bispo Macedo. Ao assumir a forma humana, “o Senhor Jesus perdeu momentaneamente a glória que tinha junto ao Pai desde a fundação do mundo. Essa glória consistia em desfrutar de maneira ininterrupta e poderosa da Sua presença”. No entanto “Ele sabia que o caminho para ter novamente esse privilégio era o Gólgota”, descreve o Bispo.

ALGO FOI RASGADO
Quando o sacrifício de Jesus foi consumado na cruz, o véu, que no templo fazia a separação entre o Santo Lugar e o Santo dos Santos, foi rasgado (Mateus 27.50-54). No Santo dos Santos, somente o sumo sacerdote entrava uma vez por ano, no Dia da Expiação, mas não sem a oferta de sacrifício, “que oferecia por si mesmo e pelas culpas do povo” (Hebreus 9.7). Recentemente, durante o programa Inteligência e Fé, o Bispo Renato Cardoso disse que, quando Moisés falava com Deus, no monte Sinai, seu rosto, resplandecendo a luz da Presença Divina, brilhava. Era visível, portanto, o relacionamento que ele mantinha com o Altíssimo. Contudo, como ressaltou o Bispo Renato, “para que o povo tivesse um pouco de conforto”, pois temia manter um “contato diretamente com Deus”, pediu para que Moisés o fizesse e o elegeu como uma espécie de porta-voz. Só que também insuflou para que, ao dirigir as palavras Divinas a Ele, usasse um véu. “Porém, entrando Moisés perante o Senhor, para falar com Ele, tirava o véu (…).” (Êxodo 34.34).

O véu, inicialmente descrito em Êxodo 26.31-37 para compor o tabernáculo, na verdade, veio a representar o Corpo do Senhor Jesus: quando Ele entregou Sua vida, permitiu que Seu corpo fosse partido por nós e, como resposta, o Próprio Deus rasgou o véu do Santo dos Santos de cima para baixo (Mateus 27.51). Ou seja, ali se extinguiu a necessidade de que houvesse um mediador no relacionamento do homem com Deus, pois, ao se apresentar como sacrifício, Jesus se apoderou do papel do sumo sacerdote e nos deu acesso genuíno à Sua presença. Por meio dEle, portanto, temos um novo caminho para nos achegarmos a Deus. Ele não entrou “em um santuário feito por mãos, (…) porém no mesmo céu, para agora comparecer por nós perante a face de Deus.” (Hebreus 9.24). Diante disso, entendemos que a única distância que há entre o ser humano e Deus é Jesus: Ele é o caminho que nos leva ao Pai. Aliás, Ele é o Caminho, a Verdade e a Vida (João 14.6).

Hoje, as pessoas têm liberdade para acessar a Presença de Deus, como disse o Bispo Renato: “você não deve ficar na dependência de qualquer pessoa que seja – bispo, pastor, arcebispo, etc. –, pois tem acesso direto ao Pai. Senão, é como se tivesse pai e mãe e falasse para o seu irmão: ‘fala para o pai que eu mandei um abraço.’ Da mesma forma é com Deus: muitas pessoas ficam nessa dependência, como se o véu ainda estivesse entre elas e Deus”.

Acanhadas na fé ou descrentes de si mesmas, muitas se agarram a crenças, religiões, filosofias ou ao passado e não a Quem realmente resolve: Deus. Esse engodo espiritual, entretanto, impõe a quem se submete a ele inúmeras consequências. Afinal, como não se frustrar ao desmerecer a intimidade que se poderia ter com o Altíssimo? A verdade é que, na falta de entendimento de que Ele é “um só Deus e Pai de todos, o qual é sobre todos, e por todos e em todos vós” (Efésios 4.6), muitos padecem.

Antes e mesmo depois do pecado respingar na unidade que Deus havia estabelecido com o homem, foi no Jardim do Éden que o relacionamento harmonioso e celestial que coexiste na Trindade foi aspirado Divinamente para nós. E, mesmo diante do pecado decorrente da desobediência, imediatamente Deus se impôs sobre a morte espiritual que abocanharia a alma de cada pessoa, ao manter Seu coração aberto para que todos os que cressem tivessem acesso a Ele. Como Pai, Deus tem prazer em nos ouvir como filhos e, mesmo que a resposta que vem dEle não seja a que esperamos (ou que Seu silêncio prevaleça), Ele nos concede imediatamente conforto, paz, sabedoria e direção necessárias para ir adiante.

Acredita-se que Jesus tenha começado Seu ministério por volta dos 30 anos e, ainda assim, Ele não demorou em se entregar por nós, tampouco se poupou na cruz (Lucas 23.44-46), tanto que Pilatos chegou a se maravilhar de que já estivesse morto (Marcos 15.44). Porém a mesma consideração do homem para com Ele nem sempre acontece.

“EU ME SENTIA UM LIXO”
A administradora de empresa Isamara Assunção Medeiros, (foto abaixo) de 27 anos, conta que, já na infância, conviveu com indícios de depressão e, na adolescência, sofreu um abuso. “Comecei a ser desobediente com os meus pais, a me vestir de preto e a usar maquiagem pesada”, recorda. Em razão dos traumas, ela passou a ter pensamentos de que “era suja, inútil e um lixo”. Além disso, sua saúde foi abalada, como conta: “acabei desenvolvendo crises de ansiedade e de pânico, passei a me mutilar e tentei o suicídio. Fiz tratamento e uma vez surtei e fui parar em um centro psiquiátrico. Me tornei uma pessoa ferida, triste, desconfiada e não encontrava motivos para viver”.

Com seu interior tomado “pela raiva e pelo ódio”, como descreve, ela não suportava ouvir falar de Jesus. “Eu pensava que Deus jamais me aceitaria, pois, na minha cabeça, O via distante. Havia um vazio enorme dentro de mim que eu buscava preencher com amizades, dinheiro e religião e tudo só piorou”, relata. No auge do desespero, ela praticou o vampirismo (ato de se cortar para beber o próprio sangue), wicca (bruxaria) e a demonologia. Ela diz qual foi o resultado disso: “comecei a ver demônios”.

Mas foi graças a um convite para ir à Universal que ela encontrou o Caminho que sempre procurou. “Eu queria uma vida nova.

Busquei minha libertação e o Espírito Santo e, quando O recebi, dentro de mim houve paz e um amor que nunca tive antes. Hoje não tenho mais pensamentos de culpa, mas quero compartilhar esse amor que recebi. Não consigo me ver sem o Senhor Jesus. Ele me completa, me sustenta, me fortalece e me ensinou a perdoar”, revela.

A BÍBLIA DELA FOI QUEIMADA
Em 2020, quando as igrejas estavam fechadas por causa da pandemia de covid-19, a única porta aberta que a servidora pública Maria Marcilene Gomes Monteiro, (foto abaixo) de 43 anos, encontrou foi a da Universal. Ela, que é casada há 12 anos com o autônomo Marcozalem da Silva Monteiro, de 47 anos, recorda que amargava a dor de um casamento destruído pelo vício em bebida que o marido tinha há anos. “Quando estava embriagado, ele ficava extremamente agressivo comigo e com nossos filhos”, lembra. Embora ele não quisesse viver aquela realidade, era a única que ele conhecia, já que o pai dele também tinha sofrido com os vícios. “Era algo que ele abominava no pai, mas que repetiu na própria vida. Na verdade, ele sempre culpou a Deus por tudo”, detalha Marcilene.

Ela ia à Universal, mas não havia nenhuma simpatia da parte de Marcozalem pela Igreja. “Ele dizia que eu dava dinheiro para os pastores e, fora de si, pegou a Bíblia, jogou álcool e colocou fogo, mas não queimou nenhuma página”, diz. Até que a transformação de Marcilene se tornou visível e despertou a curiosidade dele em saber que Caminho era aquele. De início, contudo, Marcozalem foi bastante resistente. “Ele chegou a sair de uma Santa Ceia e foi para o bar”, diz ela. Mas, como o Caminho é estreito, ele entendeu que tinha que deixar tudo de si para seguir com Ele. “Hoje ele é outro homem e, inclusive, um grande doador de Bíblias”, conclui ela.

Agora, caminhe
Ao se revelar como o Caminho, a Verdade e a Vida, não nos resta espaço para indagações. Não existe a verdade de cada um, mas a Verdade que Ele é, bem como não há Vida espiritualmente abastada sem Ele, tampouco outro caminho. É bem provável que, longe dEle, fiquemos em um labirinto como fatidicamente as escolhas da vida são capazes de nos colocar. O fato é que para chegar até o Caminho que nos leva a Deus não há obstáculos – a menos que o empecilho, além dos listados anteriormente, seja você mesmo.

*Colaboraram: Michele Nascimento e Kaline Tascin

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Colaborador

Flavia Francellino / Fotos: kieferpix\gettymages / Demetrio Koch / Mídia Palmas-TO