Já abraçou a ABADS?

Evento de encerramento das atividades deste ano na instituição ressalta a importância de abraçar essa causa

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No dia 16 de dezembro, Rosana Cristina de Araujo Gambim, de 50 anos, chegou cedo à Associação Brasileira de Assistência e Desenvolvimento Social (Abads). Ela estava acompanhada por seu esposo, Vagner, de 53 anos, e seus filhos Luca, de 21, e Caio, de 15. Mas a história dessa família não se cruzou com a da Abads apenas nesse dia. Ela começou em 2015. “Conheci a Abads logo que meu filho, Caio, entrou na educação infantil.

Ele tinha um pouco de atraso na fala e só queria ficar com os adultos. Uma terapeuta indicou que ele tinha grandes chances de estar no transtorno do espectro autista (TEA)”, recorda Rosana. Na época, Caio tinha sete anos. “Uma especialista disse que conhecia um trabalho maravilhoso e que precisaríamos ter uma junção de tratamento com terapia, escola e família, como se fosse um triângulo. Hoje, o Caio demonstra uma grande evolução na fala, na alfabetização e nas atividades escolares: as manifestações e o lado social dele afloraram muito, mas tudo foi uma questão que levou tempo. Foi um trabalho de formiguinha, de equipe.”

Rosana conta que, no começo, tudo era novidade: “eu me emocionava muito nos primeiros dias, voltava para casa chorando porque a gente não conhece muito bem o mundo à nossa volta. Mas eu encontrei na Abads uma família que abraçou, apoiou, amparou, confortou e me falou: ‘não desista’. Eu acho que foi uma das melhores coisas que poderiam me acontecer desde que descobri que meu Caio é autista. Quando a gente descobre, parece que o mundo abre um buraco, você entra nele e diz: ‘será que não terá solução?’ Demorei tanto tempo para ouvir um ‘mamãe’ e de ver a evolução dele hoje, questiono por que não descobri a Abads antes. Mas tudo tem seu tempo e Deus encaminhou a gente no tempo certo”.

UMA CELEBRAÇÃO
Para a família de Caio e centenas de outras, o dia 16 foi de celebração e marcou o fim das atividades deste ano na instituição que atende pessoas com deficiência intelectual e TEA com idade entre 6 e 29 anos.

O evento de encerramento teve o tema Sonhos em Movimento e aconteceu na sede da instituição, em São Paulo. Colaboradores, profissionais, voluntários e a diretoria fizeram o melhor para recepcionar tantas famílias que, juntas, puderam assistir apresentações artísticas estreladas pelos alunos da instituição.

Para Néia Dutra, diretora de relações institucionais da Abads, não apenas aquela manhã, mas todos os dias devem ser celebrados: “todos os dias temos uma nova conquista, uma evolução, um progresso. Todos os dias são de luta, mas também de vitórias. Cada apresentação pode parecer simples para uma pessoa típica, mas para os alunos é uma evolução tremenda, de conseguir erguer os braços, de dar passos, de fazer um giro. A gente marca um dia para que todos, unanimamente, vejam essa evolução. Esse encontro fortalece os laços da inclusão”.

Já Rose Amorim, presidente da instituição, relata: “hoje celebramos o final de mais um ano e projetamos mais sucesso para o próximo ano, com mais atendimentos e mais pessoas tendo a vida transformada, porque o que a Abads faz é transformação. Seja muita ou pouca, pequena ou grande, essas crianças evoluem! Costumo falar que todos nós temos deficiências e que a Abads tem essa capacidade de focar e potencializar o que o indivíduo tem de mais especial; ele tem um talento, quer trabalhar, sorrir, viver, estar em comunidade e a gente coloca o holofote nisso e tira o foco da deficiência. Nossa expectativa é dar independência para essa criança, ensinar que ela vai ouvir muitos ‘nãos’ no mundo aí fora, que haverá dificuldades, mas que ela não está sozinha e que nós seguramos na mão dela”.

TODOS NÓS SOMOS ABADS
É durante o mês de dezembro que a iniciativa Abrace a Abads ganha fôlego. A escolha do período tem um propósito, afinal ele costuma ser marcado por um olhar que se volta para o próximo. “A gente se mobiliza para que todos tenham esse olhar para uma instituição filantrópica”. Como estamos aqui dentro da Abads e sabemos da idoneidade deste trabalho, pedimos: abrace a Abads e junte-se a nós”, diz Néia.

Há mais de 70 anos a Abads executa um trabalho de atendimento social e de acolhimento familiar de excelência. É uma instituição sem fins lucrativos que realiza mais de mil atendimentos por mês. Ali há um setor clínico voltado para atendimento terapêutico e um para escola de ensino fundamental. A Abads ainda oferece serviço social e inclusão no mercado de trabalho. São mais de 100 colaboradores da área da saúde, como psicólogos, terapeutas, fisioterapeutas e psicopedagogos, e da educação para dar conta disso. A Abads concentra projetos e oficinas que complementam todo o ensino pedagógico por meio da dança, do esporte, da brinquedoteca, da musicoterapia e da informática,
além da atenção voltada às mães por meio da iniciativa Mãos Talentosas, que alavanca o valor e a autoestima de cada uma delas.

Há 30 anos, a colaboradora Daniela Almeida Silveira, de 48 anos, acompanha o trabalho da Abads. Ela, que trabalha na área administrativa, descreve: “é muito mais que um emprego, é realmente uma missão de vida. Se não fosse a sociedade civil, todos que nos ajudam e toda a população que investe e entende que a causa é nobre não estaríamos aqui para contar essa história. Costumamos dizer que a Abads tem o símbolo da abelhinha porque é uma construção coletiva: cada um põe um pouquinho do seu bem, do seu ‘favo de mel’ e aquilo vira uma grande colmeia. Assim, milhares de vidas foram transformadas, inclusive a minha”.

Todo o trabalho realizado pela Abads é possível graças à contribuição voluntária de quem abraça essa causa. Você pode fazer a diferença com a sua ajuda: por menor que ela pareça, se juntará a outras que auxiliarão todas essas famílias. Você pode colaborar via internet ou ligação telefônica. Para saber como contribuir e fazer sua parte, acesse www.abads.org.br.

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Colaborador

Flavia Francellino / Fotos: cedidas