Homem não muda?
Quem cai nessa armadilha, independentemente da idade, corre o risco da estagnação e de deixara vida passar inutilmente
É comum ouvir as pessoas dizerem que “homem não muda”, que “homem não aprende” e que “homem não tem jeito”. De fato, a maioria dos homens resiste a aprender e melhorar, mas essa é uma escolha de cada um. Infelizmente, muitos homens passam a acreditar que não podem mesmo mudar e isso independe da idade.
Enquanto uns caem na armadilha fácil do ditado “cachorro velho não aprende truque novo”, outros, idosos ou jovens, mantêm a mente ativa para entender que ter novos interesses, desde que benéficos, faz uma diferença positiva enorme.
Claro que não vamos cair aqui no velho clichê de que alguém na terceira idade pode fazer tudo, como mostram as terríveis e malfeitas propagandas de produtos para idosos, que a velhice é uma “segunda juventude” e que não traz problemas.
Obviamente, há limitações que chegam com a idade, mas limitante mesmo é pensar que ela significa o fim.
Muitos idosos se adaptam às mudanças e não dão chance à preguiça ou ao cansaço. De acordo com suas condições corporais, mantêm um ritmo saudável de exercícios e cuidam para que dois fatores importantes para a qualidade de vida não fiquem parados no tempo: a mente e o espírito.
Sim, a velhice é relativa. Enquanto muitos ainda estão na casa dos 30 ou 40 anos e já “puxam o freio de mão” – esses, sim, velhos no mau sentido e presos à armadilha de que não podem aprender algo novo ou ter interesses diferentes –, gente com décadas a mais mantém um vigor invejável, aprende coisas novas, visita lugares que sempre quis conhecer a vida inteira, não descuida do contato com Deus no dia a dia, cuida da saúde e relacionase com a família e os amigos saudavelmente. Aliás, alguns até formam novas amizades, pois cultivam o contato social – que tende mesmo a diminuir após a aposentadoria se o homem se descuidar. Isso é algo que requer atenção.
O poeta mineiro Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) disse certa vez que “há duas épocas na vida, infância e velhice, em que a felicidade está numa caixa de bombons”.
Obviamente, ele não se referia ao chocolate em si, mas a um ingrediente importantíssimo para a qualidade de vida: a simplicidade de enxergar as coisas. Isso mesmo: tanto crianças quando idosos têm uma maneira de perceber as coisas simples e realmente importantes do dia a dia, enquanto, nas idades intermediárias, tendemos a não prestar atenção a elas. Isso inclui o contato próximo com Deus, que ficamos propensos a deixar de lado por causa da correria diária e do cansaço nas horas de folga, geralmente preenchidas com práticas nada saudáveis quando a inteligência e a fé não funcionam.
Observador atento da vida, um dos maiores poetas brasileiros de todos os tempos ensinou, com palavras simples, o que devemos resgatar da meninice e juntar à sabedoria adquirida com o amadurecimento. Assim, juntamos a experiência com a antiga vontade – e necessidade – de explorar, de notar as coisas à nossa volta e em nós mesmos. Assim como as descobertas desenvolvem a mente infantil também exercitam a mente madura.
Feliz é aquele que não cai nas mentiras da estagnação (ou as usa como desculpa para ceder à preguiça), aproveitando as novas direções dos ventos para continuar a navegar, em vez de ficar à deriva, só esperando a morte chegar – para dar fim a algo que já acabou faz tempo, se não houver movimento.
É tolice acreditar que o homem está velho demais para mudar.
Sempre é possível evoluir e contar com Deus para essa mudança é uma escolha inteligente. Usando a fé de maneira inteligente é possível ter foco para enxergar os maus hábitos e força para se libertar deles.
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