“Golpes do amor” fazem vítimas. Na internet”

Vigaristas conseguem dinheiro se aproveitando da carência e da ingenuidade alheias. Saiba se proteger

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Uma brasileira de 59 anos perdeu recentemente R$ 880 mil achando que namorava o músico grego Yanni. Ela o “conheceu” pelas redes sociais e logo começaram a conversar por WhatsApp. O falso grego, na verdade um nigeriano que mora no Brasil, chegou a dizer que foi sequestrado e que os bandidos pediam um resgate de R$ 10 milhões, que a vítima pediu ao pai e ele, em alerta, levou o caso à polícia.

O criminoso, segundo o Ministério Público (MP), faz parte dos “Yahoo Boys”, quadrilha internacional de origem nigeriana com mais de 200 membros no Brasil. O MP calcula que mais de 2 mil pessoas já tenham sido enganadas por eles. A Nigéria, país africano com elevado grau de corrupção entre políticos e a população, é tida como a “campeã” mundial em golpes a distância há mais de 30 anos. Até altos executivos experientes já foram enganados, tamanha a sofisticação dos golpes.

Também recentemente, um jogador italiano de voleibol admitiu que foi enganado durante 15 anos por uma mulher que fingia ser a modelo brasileira Alessandra Ambrósio. O atleta transferiu cerca de 700 mil euros (quase R$ 4,5 milhões) para a golpista, que se fazia de sua amante e paciente cardíaca presa a aparelhos, pedindo dinheiro para tratamentos. Muitos se perguntam como ele foi tão ingênuo e por tanto tempo, sem contato real, além de Alessandra ser famosa internacionalmente e bem ativa nas redes sociais.

Estelionato sentimental
No chamado scam romance (golpe do romance ou do namoro), o golpista convence a vítima a fornecer informações pessoais ou dinheiro com a promessa de benefício futuro. É muito praticado a partir de países africanos e asiáticos, além da Rússia. Quem nunca viu “anúncios” de “consiga uma noiva russa” na internet, geralmente com fotos de mulheres muito atraentes?

Os scammers, como são conhecidos esses golpistas, fazem uso da tática conhecida como catfish, “bagre” em inglês, peixe bastante procurado por pescadores, que simboliza quem é “fisgado” por um vigarista que pode fingir ser outra pessoa até mesmo de outro gênero, com objetivos financeiros ou afetivos.

Segundo Luciano Polato, um dos responsáveis pela agência Evidência Detetive, de São Paulo, que já investigou vários casos do tipo, “os criminosos assumem uma falsa identidade, afirmam viver uma vida fantasiosa e demonstram interesse amoroso por suas vítimas. Os meios de comunicação são geralmente redes sociais como Facebook, Instagram, Twitter e aplicativos como WhatsApp, Tinder, Grindr, entre outros”.

Polato explica que “após o envolvimento afetivo, a manipulação evolui: o criminoso passa a pedir favores, fazer chantagens emocionais, extorquir dinheiro e até ameaçar vazamento de nudes ou
vídeos comprometedores”.

Segundo o detetive, se os alvos mais atingidos são pessoas entre 40 e 69 anos, as acima de 70 são as que cedem valores maiores aos golpistas, “até a aposentadoria toda”. Ele adverte: “mas engana-se quem pensa que somente essas faixas etárias correm risco. Qualquer pessoa, de várias idades, pode cair no catfish”.

AMOR INTELIGENTE
Vale lembrar que o amor inteligente é baseado na razão e não na emoção, como explicam Renato e Cristiane Cardoso. Por isso, se você deseja encontrar a felicidade amorosa, participe da Terapia do Amor na Universal mais perto de você.

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Colaborador

Marcelo Rangel / Foto: getty images