Garotinha órfã, antes de morrer, deixa carta para voluntária: “Obrigada por vir me ver”

Se você tem dúvidas sobre a importância do trabalho voluntário, leia essa matéria

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A história da garotinha de 8 anos que, antes de falecer, escreveu uma carta de agradecimento à voluntária que a visitava semanalmente no orfanato, viralizou, recentemente, na internet e comoveu os internautas.

Júlia tinha leucemia e foi abandonada pelos pais. Vivia em um orfanato em Carapicuíba, região metropolitana de São Paulo. Diferentemente das outras crianças que estavam ali, ela não recebia nenhuma visita.

A bancária Gabriella Pereira, de 23 anos, que sempre atuou como voluntária em trabalhos sociais, conta que conheceu a garotinha há dois anos durante uma visita ao orfanato. Desde então, passou a visitá-la semanalmente e sempre estava presente em datas especiais como aniversário, Natal, Dia das crianças, etc.

A tia Gabi, como Júlia a chamava, tornou-se sua melhor amiga, a mãe que ela não tinha. Gabriella, por sua vez, fazia questão de proporcionar à Júlia todo carinho e atenção que ela precisava, além de atender a todos os pedidos que ela fazia.

Mas, infelizmente, a garotinha estava muito debilitada e não resistiu. No último dia 9 de janeiro, entrou em óbito.

A carta

Mas antes, com a ajuda da enfermeira, escreveu uma carta para a tia Gabi, agradecendo pelos cuidados e pelo amor que recebeu dela nesses dois anos.

“Quero pedir obrigado por me conhecer por vim me ver e por me dar o vídeo game que te pedi, eu sabia que era muito caro e pra comprar o vídeo game precisa vender uma casa, mesmo assim você me deu, obrigada pela sandália de salto que me deu, e por trazer aquele lanche que eu sempre vi na TV, obrigada por vim me ver no meu aniversário e trazer o sorvete de morango”.

Infelizmente, assim com Júlia, há muitas crianças, jovens, adultos e idosos jogados em abrigos, asilos e orfanatos. Pessoas que foram abandonadas pela família, ou que por algum motivo estão longe dela, mas que necessitam de amor e cuidado.

Um caso semelhante

Patrícia Costa, presidente da Associação de Mulheres Cristãs (AMC) conta que acompanhou de perto um caso semelhante ao de Júlia. Era de uma menina, que tinha entre 7 e 9 anos (ela não sabe ao certo) que foi levada para a Casa Betinho.

Os pais eram dependentes químicos. Ela nasceu dentro de casa e nunca foi registrada. Portanto, ninguém sabia da existência dela. Vivia em condições subumanas e por isso não se desenvolveu. Tinha aparência de uma criança de 3 anos, quando foi descoberta por uma vizinha que denunciou ao Conselho Tutelar.

Levada para Casa Betinho, a menina precisava de um aparelho para poder respirar melhor, mas a instituição não tinha condições de comprar. Ao tomar conhecimento do caso a AMC se mobilizou e conseguiu comprar o aparelho.

“A partir daí ela passou a viver melhor, interagir mais. Estava sendo muito bem cuidada, mas depois de 4 meses ela faleceu”, lamenta Patrícia, que, na época, sem entender, chegou a questionar a Deus.

Sempre valerá a pena

“Eu fiz uma oração pedindo a Deus uma resposta porque parecia que o nosso trabalho estava sendo feito em vão. Pois, agora que a menina estava tendo uma qualidade de vida, ela morreu”, diz.

Contudo, Deus a fez entender que nesses 4 meses, com a assistência, o cuidado e o amor recebido, aquela criança descobriu o que é ser tratada com dignidade e o que é ser amada. Por isso, o trabalho vale a pena, sim!

“Então, me deu uma paz no coração a respeito daquilo que a gente faz. Porque, às vezes, as pessoas não conseguem mensurar a profundidade de como o que ela faz pode atingir o outro. Tem gente que atinge o outro para o mal e a gente consegue atingir o outro para o bem”, conclui.

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Para além disso, também existe a preocupação em estender todo esse cuidado às voluntárias. “Numa associação, manter um grupo de voluntárias comprometidas é muito difícil. A gente consegue porque também fazemos um trabalho espiritual com elas.  Uma vez por mês é feita uma reunião na qual falamos da Palavra de Deus e da fé. Eu tenho certeza que é isso que faz com que as voluntárias da AMC permaneçam. Porque elas também são alimentadas pela Palavra.

Saiba mais sobre a AMC

A AMC é uma associação que tem como objetivo ajudar ao próximo, apoiando e incentivando instituições que prestam serviços à sociedade.

Entre as instituições que recebem o apoio da AMC estão a Casa Betinho, que dá assistência às crianças com deficiência, o Lar do Menor, um orfanato só para meninos  e a Associação Brasileira de Assistência e Desenvolvimento Social (ABADS), que presta auxílio às pessoas com deficiência intelectual.

Se diante disso tudo você foi tocada por Deus para se tornar uma voluntária ou deseja colaborar de alguma forma, acesse o site mulherescristas.org e saiba como.

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Colaborador

Jeane Vidal / Fotos: Reprodução