Existe “homem de sorte”?
Disciplina e Fé inteligente sempre foram mais poderosas para gerar bons resultados do que o mero e preguiçoso acaso
Há uma frase que circula por aí, inclusive em para-choques de caminhão, que diz “é fácil falar de mim, difícil é ser eu”.
Por mais que seja veiculado por mera brincadeira, o adágio faz sentido. Muitos veem um sujeito com sucesso profissional, um casamento firme ou uma boa saúde e o chamam de “homem de sorte”. Vale o alerta bem óbvio: sorte não existe.
O ditado popular do começo do texto reflete, em meio à “zoação”, a inveja. É mesmo mais fácil criticar alguém por seu sucesso ou até querer que ele o perca só porque a pessoa não conseguiu o mesmo. Mas se esforçar, como o bem-sucedido fez, pouca gente quer.
A “sorte” do homem é construída por ele mesmo. Recentemente a mídia divulgou a experiência de um rapaz que conseguiu nota máxima na redação do Enem. Sorte dele, não foi? Definitivamente, não. Enquanto outros nem chegaram a pegar em um bom livro, ele passou com louvor por um motivo muito simples: não existe o “escrever bem” sem o “ler bem”.
A nota do garoto foi fruto de horas e horas de boa leitura, enquanto outros gastavam seu tempo em festas, videogames e que tais – e, pode apostar, muitos deles o chamavam de nerd, caxias ou qualquer outra coisa que o valha. Mas, na hora de receber a nota, a iniciativa foi recompensada a quem merecia. Depois, aqueles que ficaram só na “balada” e nos carnavais da vida e não conseguiram passar destilam críticas e intrigas à instituição pretendida pelo concurso e ao aprovado.
Enquanto uns usam capa, outros xingam a chuva, encharcados.
Essa inveja crítica pode ser vergonhosamente aplicada a qualquer tipo de conquista dos outros, como já foi citado: a saúde obtida por horas de exercícios, boa alimentação e sono correto; o bem comprado depois de economia de anos a fio, com as devidas restrições a supérfluos; a medalha em algum esporte (longo e árduo é o caminho até o pódio); a esposa dedicada e admiradora (assim como admirada e respeitada) e por aí afora. Tudo isso requer disciplina para ser obtido ou mantido (o casamento que o diga).
Grandes construções são frutos de grandes projetos, que nascem no cérebro (depois de anos de estudos), passam pelo planejamento, ganham o papel e saem dele para a execução, tijolo por tijolo, com muito suor, tempo e atenção aos detalhes. Um bom filme leva pelo menos dois anos do roteiro até a exibição, envolve literalmente milhares de profissionais, às vezes centenas de milhões de dólares, gera muito estresse e, quando sobem os créditos, sempre há um espectador com bafo de pipoca que sai achando que ele mesmo faria melhor na cadeira do diretor. Paciência.
Vale citar outro velho ditado, desta vez vindo do latim: fortis fortuna adiuvat, que significa “a sorte segue os fortes”. Alguns o traduzem como “a sorte favorece os ousados” e por aí afora. O provérbio é exatamente uma crítica ao que muitos consideram obra do acaso, quando na verdade é obra do suor (coragem unida à disciplina). Outro que brincou com a palavra para mostrá-la inexistente foi Thomas Jefferson (1743-1826), ex-presidente dos Estados Unidos e um dos “Pais da Fundação” da poderosa potência: “acredito demais na sorte. E tenho constatado que quanto mais duro eu trabalho, mais sorte eu tenho” .
Autoexplicativo, não é?
Os verdadeiros “sortudos” são aqueles que não ficam de olho nas conquistas alheias – a não ser as que veem como exemplos que os incentivem, claro, e isso sim é algo saudável. Olham para dentro de si e extraem a força para seguir em frente, para a vitória, que pode até surpreendê-los. E, olhando para dentro, se encontrarem lá o Deus Único, na forma de Seu Espírito, aí sim, descobrem a melhor de todas as fórmulas para o inevitável sucesso.
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