Eu falo mesmo, e daí?

Muitas mulheres se orgulham da coragem de falar o que pensam, doa a quem doer. Mas será que a sinceridade sem filtros é realmente proveitosa? Descubra

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Você é conhecida como a sincera da turma, aquela amiga sem “papas na língua”? Possivelmente, você justifique essa atitude como “herança de família” ou “personalidade forte”. No dia a dia, talvez você solte pitacos sem cerimônia e abuse de perguntas indiscretas como: “O que aconteceu com seu cabelo?”.

A sinceridade é uma virtude quando oferecida com cuidado, como forma de apoio ou orientação. O problema surge com o excesso de franqueza, quando opiniões cruas são ditas sem considerar os sentimentos ou o contexto do outro. Talvez você veja beleza em falar tudo o que pensa, mas até onde convém não ter filtros?

Imagine a cena: você está prestes a fazer uma apresentação e alguém dispara: “Amiga, você deu uma engordadinha, né?”. Você força um sorriso, disfarça, mas, por dentro, como se sente? Provavelmente, insegura. Ironicamente, quem adota o discurso da sinceridade extrema costuma soltar comentários inconvenientes, o que, com o tempo, afasta as pessoas, já que ninguém tolera a falta de bom senso por muito tempo.

Você pode estar se perguntando: “Então não posso falar a verdade?”. Depende. Antes disso, questione-se: essa verdade é relevante? O outro pode fazer algo a respeito? A pessoa te pediu opinião? Muitas vezes, o que seria dito é dispensável ou simplesmente incômodo. O resultado de insistir em falar demais são relacionamentos prejudicados pelo impacto de tais palavras – que não se apagam facilmente.

Aprendendo com Deus

Apesar de conhecer todas as nossas falhas, Deus não as despeja de uma vez, pois não saberíamos lidar com tanta imperfeição. Ele aponta os erros de forma gradual e Se oferece para nos direcionar a uma mudança real. Sua Voz é imprescindível e assertiva, respeitando nossa estrutura. Esse zelo pode ser replicado por nós também!

Se a língua é como uma arma, o sincericídio é o seu uso indevido. Assim, renunciar ao impulso de falar desmedidamente e consagrar as palavras a Deus é essencial e permite que Ele nos guie. A Bíblia exorta:

“A vossa palavra seja sempre agradável, temperada com sal, para que saibais como vos convém responder a cada um” (Colossenses 4:6).

Esse “tempero” nasce de uma intimidade profunda, um coração rendido à Sua Verdade e um olhar sensível para com o próximo. Nada disso é automático. Todavia, esforçar-se para ser Seu reflexo vale a pena, já que, em vez de constranger, você abençoará outras vidas.

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Colaborador

Redação / Foto: Vlad Dmytrenko\gettyimages