“Eu cheguei a fumar 22 pedras de crack por noite”
Para sustentar o vício, José Roberto Rocha viveu na criminalidade e quase tirou a própria vida. Saiba o que o fez mudar de rumo
A presença dos pais é extremamente importante para o desenvolvimento de uma criança e, de forma semelhante, a ausência de um deles pode ter impactos negativos. Na vida do profissional de segurança pessoal José Roberto de Sousa Rocha, de 52 anos, a perda do pai aos 14 anos deixou marcas profundas. Criado em uma família com 12 irmãos, sua mãe tinha muita responsabilidade e pouco tempo para dividir entre eles. Assim, o refúgio dele foi a bebida.
“Fui uma criança triste e me tornei um adolescente muito vazio. Com a morte do meu pai, mergulhei no alcoolismo. A bebida foi minha principal companhia dos 14 aos 18 anos, que foi quando decidi sair da Paraíba para vir trabalhar em São Paulo”, diz.
As boas oportunidades de trabalho surgiram, assim como muitos amigos. “Eu tinha necessidade de estar rodeado de pessoas para me preencher, mas foram esses amigos que me apresentaram às drogas”, relembra.
Tudo parecia estar sob controle e ele conta que os entorpecentes eram usados para que descontraísse depois do expediente. “Eles falaram para mim que a maconha tirava a tristeza e no momento que a usava realmente ela trazia uma sensação boa, mas depois o vazio voltava. Quando ela deixou de fazer efeito, eu passei para a cocaína e aconteceu a mesma coisa. Por um tempo, ela me satisfazia, até que depois me senti ainda pior.” Nessa fase, o crack entrou na vida dele: “eu cheguei a fumar 22 pedras de crack por noite”.
O crack é uma variação da cocaína que recebe a adição de outras substâncias, como bicarbonato de sódio e amônia, e provoca efeitos mais rápidos depois da inalação. O entorpecente está entre os que têm maior potencial de dependência e com José Roberto não foi diferente: a necessidade da droga era tão grande que, para obtê-la, ele optou pelo caminho da criminalidade. “Por causa da vida que eu levava, perdi tudo: o caráter, o trabalho, minha família, meus amigos e fui expulso da casa dos meus irmãos. Então, para sustentar meu vício, comecei a fazer pequenos furtos e pratiquei roubo de veículos”, afirma.
Um convite rejeitado
Se por fora José Roberto parecia valente para fazer o que fosse preciso para obter as drogas, por dentro ele estava completamente fragilizado. “Eu pensava muito em tirar a minha vida. Eu ouvia uma voz muito forte dentro de mim que dizia que essa era a saída. E um dia eu me sentei na frente de casa e fiquei pensando em como faria aquilo, até que uma mulher se aproximou e falou que tinha jeito para mim. Ela falou sobre a fé ensinada na Igreja Universal, mas na hora me levantei revoltado e até tentei agredir aquela evangelista. Mas, mesmo descrente, as palavras que eu ouvi ficaram dentro de mim”, detalha.
A raiva momentânea deu lugar à curiosidade e José Roberto resolveu conhecer a Universal: ele chegou em uma reunião de domingo dedicada a libertar os que sofrem com todos os tipos de dependência, o Tratamento para a Cura dos Vícios. “No primeiro dia que participei de uma reunião, eu já saí diferente e perseverei nas semanas seguintes. Não foi algo mágico, teve resistência, luta, muitos conflitos e vivi uma guerra contra mim mesmo.”
Ele conta que o motivo que o fez insistir em sua mudança foi a fé. “Eu ouvi do homem que Deus que, se obedecesse a tudo que saísse do Altar, minha vida mudaria. Eu abracei essa palavra e posso dizer que vivi um antes e um depois”, diz.
Livre de todos os vícios há 25 anos, a vida dele foi completamente restaurada. “Nunca tive uma recaída. Desde que cheguei ao Tratamento e me submeti à Palavra de Deus, sou outra pessoa. Não uso mais drogas nem vivo na criminalidade. Sou um homem de caráter, me casei, tenho uma família feliz, mas, de tudo que recebi, o mais importante foi o Espírito Santo. Ele é o meu tudo. É meu porto seguro. Hoje não preciso de amigos para me preencher nem dependo do amor de ninguém. Eu devo tudo a Ele”, conclui.
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