Envelhecimento: mais que tema do Enem, um chamado à consciência
Embora seja uma pauta recorrente, muitos estudantes demonstram insegurança ao desenvolver o tema. O que isso revela sobre a sociedade em que vivemos?
No domingo (09), aconteceu em todo o Brasil a primeira etapa do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Durante o primeiro dia de aplicação de provas, os quase 5 milhões de estudantes inscritos responderam a 90 questões divididas entre linguagens e ciências humanas, além de dissertarem sobre o tema “Perspectivas acerca do envelhecimento na sociedade brasileira” na avaliação de maior peso à média geral: a redação.
Por que a surpresa?
A temática da produção escrita, apesar de inesperada para muitos, não foi uma novidade na história do exame. Em 2009, os candidatos ao ensino superior teriam que redigir sobre o tópico “Valorização do idoso”. No entanto, uma fraude com vazamento das questões resultou na suspensão das provas naquele ano.
Em outubro deste ano, coincidentemente ou não, a Prova Nacional Docente (PND) seguiu a mesma linha de raciocínio. O tema da redação proposta aos professores foi semelhante: “O idadismo como desafio social e educacional no Brasil”.
De fato a escolha do INEP (Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira), responsável pela aplicação do Enem e do PND, não poderia ser diferente – afinal, o tema reflete a realidade do país. Em 2023, pesquisas realizadas pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) apontaram que, pela primeira vez, o número de idosos no Brasil era maior do que o de jovens. E neste ano, o instituto divulgou uma nova projeção: até 2070, brasileiros de 60 anos ou mais deverão corresponder a 37,8% da população.
Ainda, justamente nessa edição do exame, comparado a do ano de 2022, houve um aumento de 191% no número de idosos inscritos no Enem.
A visão do tema
Ao longo de 30 linhas, os candidatos deveriam obrigatoriamente apresentar as problemáticas enfrentadas pelo público idoso, argumentação e, por fim, uma proposta de intervenção. Tudo em uma linguagem formal. Um processo teoricamente simples. Ainda assim, muitos estudantes manifestaram o seu descontentamento na internet, pela dificuldade em aplicar um repertório, limitar o tema e, principalmente, por não entenderem o enunciado, que pedia a “perspectiva” sobre o assunto.
Apesar das dificuldades, uma coisa é fato: independentemente do ponto de vista de cada um sobre o envelhecimento, os problemas enfrentados pela pessoa idosa são evidentes e não poderiam ser deixados de lado – e apresentar o problema é o pontapé inicial e indispensável da redação do Enem, sempre foi e todo mundo sabe.
Uma realidade desconhecida ou ignorada?
O envelhecimento deveria ser uma pauta social comum, visto que todo ser humano, cedo ou tarde, passa por esse processo natural. No entanto, mediante a uma sociedade onde a juventude é supervalorizada devido sua alta capacidade de produção, os problemas enfrentados pelos idosos são desconhecidos para muitos, ou nem sempre são tratados como prioridade.
O exemplos de estereótipos e práticas discriminatórias contra a pessoa idosa são diversos, e incluem:
- exclusão social;
- preconceito (etarismo);
- tratamento dos idosos;
- falta de acesso à saúde, mobilidade e segurança;
- previdência e dificuldades econômicas;
- complexidade dos cuidados e aumento de custos;
- saúde mental afetada;
- abandono e violência;
- entre outros.
A lista é longa e discutir os problemas pode ser relativamente simples; o verdadeiro desafio está em propor soluções.
Nem sempre eficaz
O Estatuto do Idoso foi instituído em 2003 e, desde então, promete assegurar os direitos fundamentais da pessoa idosa, como vida, saúde, trabalho, cidadania, cultura, liberdade, assistência, convivência familiar e comunitária e, sobretudo, dignidade. Mas a verdade é que ainda existe uma grande parcela desse público que sofre com as consequências de políticas públicas imprecisas.
As pesquisas concordam:
- Entre 2022 e 2024, as denúncias de abandono de idosos cresceram 68%, de acordo com o Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Pesquisas apontam que a solidão na velhice aumenta o risco de doenças – físicas e emocionais.
- Em 2022, um relatório baseado em dados da Pesquisa Nacional por Amostras de Domicílios Contínua (PNADc) apontou que 2,8 milhões de idosos vivem abaixo da linha de pobreza.
- Em 2024, uma pesquisa do Grupo Croma concluiu que 85% da população acima de 60 anos já sofreram algum preconceito no mercado de trabalho. Enquanto, entre 2019 e 2020, 800 mil profissionais nessa faixa etária ficaram desempregados, segundo dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).
- Além disso, a Pesquisa Nacional de Saúde apontou que 13% da população entre 60 e 64 anos de idade sofre com a depressão.

Cuidado além do papel
Mas enquanto órgãos e instituições se reúnem em prol de suprir as necessidades básicas da melhor idade, o grupo Calebe – apoiado pela Universal – desenvolve um trabalho ímpar, promovendo saúde, bem-estar, educação, lazer e, principalmente, a força de espírito entre os idosos.
Frequentemente, os idosos participam gratuitamente de oficinas criativas, aulas de alfabetização e ensino digital, excursões, palestras sobre saúde e segurança, e mais. No entanto, entre as iniciativas, o aprendizado e exercício da fé leva os idosos integrantes a desenvolverem autoestima, a valorização e a alegria de viver.
Você sabe como surgiu o Calebe Universal?
O grupo Calebe atua em diferentes localidades do Brasil e do mundo, mas você sabe como surgiu esse trabalho especial? Tudo começou com um ato de cuidado e compromisso com o próximo, que deu origem a um movimento de amor, fé e serviço ao bem-estar do idoso.
Para saber mais detalhes, confira o documentário “A fé que faz acontecer”, e descubra a verdadeira origem do Grupo Calebe Universal. Acompanhe o documentário na integra pela plataforma Univer Vídeo: https://www.univervideo.com/
E para conhecer o seu trabalho presencialmente, basta ir até um templo da Universal mais próximo e falar com um responsável. Também, acesse o site universal.org/calebe e acompanhe suas iniciativas.
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