Falta de referência e traumas

Em 2024, mais de 90 mil crianças foram registradas sem o nome do pai no País, de acordo com o Portal da Transparência do Registro Civil Brasileiro.

Crianças que crescem sem a figura paterna se tornam adultos sem uma referência de relacionamento, o que pode comprometer psicológica e emocionalmente, afetando a forma de convivência com as outras pessoas. Alguns dos impactos causados pela ausência paterna são demonstrados ao longo da vida em forma de baixa autoestima, ansiedade, insegurança, diminuição do rendimento escolar, problemas de obesidade e até agressividade.

Por outro lado, a convivência agressiva com a figura paterna também pode causar impactos nas escolhas futuras das crianças e resultar em traumas carregados para a vida.

O que os Bispos disseram

• “Nós vemos, hoje, que o grande câncer social é exatamente a destruição da família e mais precisamente a separação da figura paterna da vida dos filhos. A mãe fica sozinha criando os filhos, tendo que se desdobrar sozinha. E os filhos veem aquele lar dividido, não tem respeito com a figura do pai e, então, crescem para projetar uma vida falha na sociedade”, pontuou o Bispo Renato ao iniciar o programa.

• “A família é uma instituição divina, é uma expressão do amor de Deus. E ora, se Deus aprecia a família, Ele quer que uma família viva em harmonia, obviamente que o mal que se opõe a Deus vai trabalhar justamente para que aconteça o contrário. E o que nós temos visto na sociedade atual é cada vez mais famílias desestruturadas. Por exemplo, muitos filhos nem sabem o nome do pai. Crescem sem a presença do pai. E eu vejo isso como uma construção de uma casa, no sentido literal. Na construção existem as colunas e se uma não está bem ou ou se a coluna não existe, então a construção toda vai ficar em risco. E assim também acontece quando não existe a figura humana do pai ou se existe esse pai não está cumprindo com o papel dele”, comentou o Bispo Adilson.

• “Quer você seja o pai, quer seja a mãe, quer seja um filho de uma família desestruturada, tem jeito se você se voltar para o Pai Celestial. Porque Deus é Pai. E aí você entende porque há um problema espiritual por trás dessa desestruturação familiar. Porque quando se remove a figura do pai da família, então fica mais difícil da pessoa ter identificação com Deus como Pai. Então, se você quiser restaurar sua vida e a sua família, você tem que se voltar para o Deus Pai”, completou o Bispo Renato.

O impacto do comportamento do pai na vida dos filhos

Durante o programa, a família Melo contou o seu testemunho de fé e mudança de vida.

Há 27 anos, a empresária Clesia chegava à Universal. Com um filho de 1 ano, Filipe, e grávida do segundo, Guilherme, ela passava por um momento muito difícil. Pois o marido, Izaac, a havia deixado e vivia com outra mulher. Então, Clesia foi em busca de uma solução para que o marido a enxergasse de novo como esposa. Mas o que mais queria era que os filhos crescessem com a figura paterna em suas vidas. Izaac voltou para casa, mas, a partir disso, foram quatro anos lutando com as armas da fé para mudá-lo.

Izaac tinha um histórico de personalidade violento, possessivo e vingativo. E muitas coisas que aconteceram na sua infância e juventude, acreditava que deveria fazer com os seus filhos também. Chegou a dar uma surra e tirar sangue de um deles. Além de ser uma pessoa agressiva, Izaac ainda enfrentou problemas com o vício e foi preso por três vezes.

Guilherme, que foi o filho agredido, contou que essa agressividade do pai teve um impacto muito grande na sua infância, porque não havia diálogo com ele. Eles não se abraçavam, por exemplo, salvo em dia de aniversários ou no dia dos pais. Ele também se tornou um jovem agressivo, passou a andar com más companhias e a usar drogas. O irmão Filipe, ainda na adolescência, se envolveu com drogas e com a criminalidade. Nesse ínterim, Clesia e Izaac estavam na fé, agora, buscando pela libertação dos filhos.

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