Empreendedor é também marqueteiro?

Não identificar quem é o consumidor e gastar dinheiro com comunicação em vão são os erros mais comuns

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A taxa de desemprego caiu no Brasil no segundo trimestre de 2017, de acordo com dados divulgados em agosto pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), ficando em 13%, o equivalente a 13,4 milhões de pessoas. Porém, ela ainda é considerada bastante elevada. Diante desse cenário, o número de empreendedores vem crescendo. Segundo o Sebrae, 11,1 milhões de empresas foram criadas por necessidade nos últimos três anos e meio no País. Hoje, as melhores áreas para empreender são manutenção de bens e eletrônicos, alimentação e conveniência, bebidas funcionais, beleza e estética, negócios on-line (e-commerce) e varejo de moda.

A jornalista e empreendedora Juliana de Almeida Guarexick, de 28 anos, incursionou em um desses segmentos ao criar, em novembro do ano passado, um negócio de brigadeiros, bolos e doces gourmet. Mesmo não sendo da área de marketing, Juliana está sempre em busca de estratégias para seu negócio. “Se você não sabe se comunicar com o seu público, o seu resultado é inalcançável”, diz ela, que se comunica com os clientes por Facebook e WhatsApp.

Seguir um processo estratégico e ter um plano de ação de marketing são mesmo fundamentais para um empreendedor. Marcus Nakagawa, consultor de empreendedorismo, professor da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM) e diretor da Associação Brasileira dos Profissionais pelo Desenvolvimento Sustentável, afirma que o marketing empreendedor é importante para o dono avaliar o micro e o macroambiente e entender o mercado. “O foco do marketing é o mercado-alvo. O empreendedor precisa entender para quem vai vender, como falar com esse público e fazer a logística do seu serviço; saber qual é o seu segmento.”

Para ele, o erro mais comum é não entender quem é o consumidor e gastar dinheiro com comunicação que não chega ao cliente ou que não explica o produto.

Estratégia

O ponto de partida para ter sucesso na empreitada é a elaboração de um plano estratégico. É preciso fazer duas perguntas básicas: o que somos hoje? (missão) e aonde queremos chegar? (visão).

Nakagawa recomenda também delimitar o que seria o microambiente da empresa – formado pelos clientes, fornecedores e concorrentes – e seu macroambiente – tudo aquilo que é externo à empresa, mas influencia, como o ambiente político, por exemplo, que pode mudar a legislação dos negócios.

Após essa avaliação inicial, o empreendedor deve realizar uma Análise SWOT (Análise Fofa, na sigla em português, ou seja, forças, oportunidades, fraquezas e ameaças), questionar quais são os pontos fortes, oportunidades, pontos fracos e ameaças externas da empresa. Esse estudo permitirá obter reflexões e soluções inovadoras.

Cliente

Para identificar o cliente é preciso segmentar o público- alvo (classe social, bairro onde mora, idade, etc.), entender quem compraria o produto/serviço oferecido e pensar no processo produtivo desde o fluxo até a entrega, para garantir que a experiência do consumidor seja ótima. O engajamento é importante para garantir fidelidade.

Ação e marketing

O último passo é criar um plano de ação. Focado no cliente, com metas claras, assim como uma estratégia de comunicação, o que pode mudar um negócio. Um empreendedor de um determinado setor pode se dar bem com marketing boca a boca, enquanto para outros a saída é investir em marketing digital. No entanto, Nakagawa garante que todo negócio deve ter algum tipo de ferramenta digital, adaptada ao seu público.

Veja na arte dicas do especialista para quem, assim como Juliana, quer empreender no setor de alimentação.

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Colaborador

Por Katherine Rivas / Foto: Fotolia / Arte: Eder Santos