É hora de mudar de carreira?

Todo trabalho tem prós e contras. Por isso, vale refletir sobre o tema e tomar a decisão só após um bom planejamento

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A pandemia do coronavírus mexeu com a percepção de vida de muita gente. Alguns perceberam o quanto a vida é curta e sentiram a necessidade de administrar melhor o tempo – sempre há os que se afundam no trabalho e não veem os filhos crescendo, por exemplo.

Muitos se viram forçados a empreender porque perderam seus empregos, enquanto outros o fizeram aproveitando o “empurrão” que a realidade ofereceu. Há ainda uma parcela que, infelizmente, encerrou suas empresas e precisou procurar emprego.

E não foi pouca gente que pensou nessa mudança de rumo. Uma pesquisa feita em parceria entre a Faculdade Schar de Política, o jornal The Washington Post (ambos da capital dos Estados Unidos) e o governo norte- americano, revelou que, no começo de julho deste ano, um a cada três trabalhadores com menos de 40 anos pensou em mudar de carreira por causa da nova percepção causada pela pandemia.

Será mesmo o momento de mudar? Há muito a ser analisado – não somente as habilidades pessoais, mas também a realidade do mercado de trabalho. Como, então, fazer um bom planejamento?

Fabiana Marcon, de Porto Alegre (RS), pode se considerar uma autoridade no assunto, pois ela mesma migrou da atividade do marketing para a gestão de negócios e hoje é cofundadora da empresa Self-Guru, voltada para a orientação de carreira. “Fazer uma transição de carreira pode ser assustador e gerar muita insegurança. Muitas vezes inventamos desculpas para não fazer nenhuma movimentação, não tomar nenhuma decisão, mesmo estando infelizes na situação atual. O medo paralisa”, afirma Fabiana.

Mas a especialista diz que não é preciso se render aos sentimentos negativos e explica que há diferentes tipos de mudanças: “mudar de cargo, de empresa ou de atividade são coisas bem diferentes. Todas geram algum nível de estresse. Mas há formas diferentes de minimizar sua ansiedade e seu medo em cada uma delas, porque são situações bem distintas”.

TIPOS DE TRANSIÇÃO
Fabiana detalha as transições mais comuns. A primeira delas é a mudança de cargo em que a pessoa continua na mesma empresa e no mesmo ramo: “Mas não se iluda, mudanças de cargo vão exigir novas habilidades. Se for uma movimentação lateral, ou seja, você não está sendo promovido, mas vai desempenhar outra função, significa que terá que fazer atividades que não faz hoje, conhecer assuntos ou mercados que talvez não conheça tão bem, interagir com novos colegas e possivelmente um novo gestor”.

Outra transição é aquela em que a pessoa é promovida, uma mudança de cargo que “vai trazer mais responsabilidade, um escopo maior e possivelmente assumir uma posição de gestão, o que, além das suas habilidades atuais, vai exigir conhecimentos e habilidades de gestão de pessoas. Assusta? Claro que sim. E é normal. Mas pense com calma: quando você começou a atuar no seu cargo atual também não interagia com as pessoas com as quais hoje se sente confortável e não tinha comprovado ainda na prática suas habilidades nessa função”.

Já a mudança de empresa traz consigo várias novidades, como uma nova cultura, um novo ambiente, uma nova equipe e um novo gestor.

“Assusta? Mas pense que é uma oportunidade para expandir horizontes, ver novos desafios, levantar da cama com frio na barriga, descobrir novos mercados. Assim como você conquistou seu espaço na empresa atual, encare o desafio com segurança: você foi convidado por seus méritos. Assegure-se de que a nova empresa tem uma situação financeira confiável, valores alinhados com os seus, um propósito adequado às suas crenças”.

Segundo a especialista, a mudança de profissão precisa de suporte. “Pesquise o novo mercado que você quer atuar, imagine o seu dia a dia atuando nesta nova atividade, as funções rotineiras dessa ocupação: você consegue se ver feliz assim? Invista em networking: se vai mudar de ramo de atuação, precisa conhecer pessoas nesse novo mercado. Planeje sua base financeira para suportar você durante a transição: sua adaptação e seu reconhecimento no novo mercado podem demorar e você precisa sobreviver durante esse período”, finaliza Fabiana.

Orientação “de cima”
Se há um aspecto que influencia todos os outros na vida é o espiritual. Por isso, muitas pessoas deram uma virada radical com o que aprenderam no Congresso para o Sucesso, às segundas-feiras, no Templo de Salomão e em toda a Universal. Quem pensa em mudanças pode participar das palestras e, com o aprendizado baseado na Palavra de Deus, receber uma direção do Alto.

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Colaborador

Marcelo Rangel / Foto: Getty Images