Dia do trabalho: comemorar ou refletir?
A importância de estar empregado é imensurável e deve ser entendida por todos
É fato que o trabalho é importante para todas as pessoas e gera reflexos em diversos aspectos da vida. Inclusive, muitos repetem inadvertidamente que ele enobrece o homem sem saber o real significado dessa afirmação: a de que o trabalho é muito mais do que um ganha-pão e é condição primordial para a felicidade humana. O trabalho se relaciona diretamente com a realização pessoal e torna a pessoa útil porque ela encontra um propósito para a vida. Ao mesmo tempo, sem trabalho não há conquistas.
Uma pesquisa do Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) mostrou que a falta de trabalho causa depressão, desânimo, estresse, nervosismo, angústia, ansiedade, medo e baixa autoestima na maioria das pessoas.
Em alguns casos, também há vergonha diante de amigos e parentes, culpa pela situação e até maior agressividade.
O desemprego afeta diretamente a saúde física, gera insônia, enxaquecas, desequilíbrio alimentar, alteração na pressão arterial e até propensão a vícios. Estar empregado, por outro lado, traz esperança e otimismo. Isso ocorre porque o trabalho serve como ponto de partida para uma carreira e até para a formação de uma família. Ter uma atividade profissional, com carga horária e remuneração adequadas, é fundamental. Além disso, por meio do trabalho, é possível buscar mais conforto, lazer e até cultura – itens essenciais para ter felicidade.
Porém os tempos atuais nos mostram que é preciso se adaptar à realidade. Antigamente, as pessoas tinham uma única profissão e, no máximo, uma formação. Havia poucas possibilidades de mudanças na carreira. Isso mudou totalmente e os trabalhadores precisam se atualizar e ficar atentos às transformações do mercado. O problema é que, infelizmente, essa dinâmica relacionada a novos modelos de trabalho, à globalização e à internet também abre espaço para aproveitadores.
Hoje vemos exemplos recorrentes de irregularidades, como golpes pelas redes sociais, com falsas ofertas de emprego que acabam envolvendo as pessoas, contra a sua vontade, em situações de trabalho análogo à escravidão, prostituição e até tráfico de drogas. Grande parte dos incautos que caem nessas mentiras está em situação de vulnerabilidade social e sem perspectiva de ter um emprego digno.
O Dia 1º de Maio, Dia do Trabalho ou Dia do Trabalhador também serve para lembrar disso. A data celebrada em diversos países teve origem em 1886, em Chicago, nos Estados Unidos, quando operários que pediam redução de jornada de trabalho de 13 horas para 8 horas, aumento de salários, descanso semanal e férias paralisaram suas atividades. Hoje, ela serve como um lembrete para sempre refletirmos sobre o trabalho e suas implicações em nossa vida.
Muitos dos direitos reivindicados no passado por outros trabalhadores estão previstos na nossa Constituição, no artigo 7º, por exemplo, traduzindo, além da aplicação da lei, a garantia de condições materiais e morais de respeito ao trabalhador: relação de emprego protegida contra despedida arbitrária ou sem justa causa, seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário, fundo de garantia pelo tempo de serviço e salário mínimo, capaz de atender às suas necessidades vitais básicas e às de sua família com moradia, alimentação, educação, saúde, lazer, entre outros.
Embora caiba ao governo assegurar que as pessoas tenham trabalho digno, em ambientes nos quais se sintam amparadas, infelizmente, a realidade é outra. Em 2021, por exemplo, a Justiça do Trabalho registrou mais de 52 mil casos de assédio moral no Brasil. Naquele ano, o desempregou chegou a alcançar 16 milhões de pessoas, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Esse número diminuiu até 8,5 milhões, em fevereiro de 2023, mas já alcança 9,3 milhões hoje e pode ser que piore.
É necessário que o Estado seja transparente e crie condições favoráveis para que empregos sejam gerados e isso só acontece quando empregadores se sentem realmente seguros para investir.
Mas é preciso deixar claro: as pessoas não querem favores, mas condições de trabalho dignas para que possam arcar com suas vidas. Até a Bíblia orienta que o cristão siga o exemplo de Paulo e trabalhe para comer seu pão e não se tornar um estorvo para os outros: “nem de graça comemos o pão de homem algum, mas com trabalho e fadiga, trabalhando noite e dia, para não sermos pesados a nenhum de vós” (2 Tessalonicenses 3.8).
O grande problema é que quem busca uma saída para ter um trabalho digno não tem tempo para ficar esperando uma solução das autoridades.

O Bispo Edir Macedo já falou dessa dificuldade em reuniões no Templo de Salomão, em São Paulo, e que a única opção é elevar o pensamento a Deus e se entregar de corpo e alma a Ele. “O Senhor disse que aquele que bebe da água oferecida por Ele terá sua sede saciada. O Senhor Jesus é quem pode libertar quem trabalha como escravo, quem luta, não vê a sua liberdade surgir e não vislumbra uma esperança”, afirmou.
Contudo o Bispo reiterou que a fé precisa ser usada com inteligência: “tem coisas que a fé não resolve na hora e as respostas virão depois. Se você quer ganhar na loteria, esqueça Deus, porque Ele não trabalha com sorte nem é mágico. Com Ele é um dia após o outro, de acordo com o tempo. Vamos supor que você queira ter um filho. Para isso são necessários, no mínimo, nove meses para que ele seja gerado, cresça e nasça. Assim é com a Fé em Deus, mas você vai ter que plantar para colher e depois plantar novamente. Tem coisas que é preciso esperar o tempo certo. Algumas são na hora e outras demorarão mais, para o seu próprio bem”, concluiu.
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