Detalhe em performance no Grammy: show de arte ou de horror?

A apresentação polêmica de Sam Smith e Kim Petras repercutiu nas redes

A performance de Sam Smith e Kim Petras no Grammy tem dado o que falar. A apresentação, anunciada por Madonna, teve direito a um figurino vermelho e um chapéu com chifres, remetendo à ideia do que seria um inferno, com chamas de fogo ao fundo e danças sensuais.

Após a exibição, muitas pessoas a elogiaram nas redes, com comentários como: “Lacrou!” e “Profanos? Não! Talentosos”. E outras criticaram o que viram: “Essa performance é literalmente um tributo a Satanás”. “Você não precisa ser religioso para ser perturbado por aquela performance de adoração ao demônio de Sam Smith.”

Não vou entrar no mérito se eles são, ou não, bons cantores. Mas, com certeza, esse tipo de discussão chama atenção para o tipo de conteúdo que temos valorizado no dia a dia. Porque é fato que eles nos influenciam.

Diversas pesquisas revelam que a música, por exemplo, impacta o comportamento das pessoas. Um estudo alemão da Universidade Luís Maximiliano, de Munique, detalhou que homens e mulheres que ouviram canções com letras ofensivas ao sexo oposto tiveram mais tendência a descrevê-lo com atributos negativos do que aqueles que escutaram músicas neutras.

Outro, da Universidade de Brasília – UnB (Diogo Conque Seco Ferreira, 2007), concluiu que a música pode ser usada como elemento manipulável. Sem falar em tantos outros que apontam que músicas com letras positivas reduzem o estresse e a ansiedade.

Hábitos 

Talvez você já deva ter passado pela mesma experiência que eu… Quantas vezes me encantei com uma música, porém, no momento em que li a tradução dela, deparei com letras ofensivas e erotizadas.

Será que esse tipo de arte reflete a realidade da nossa sociedade? Vale a reflexão…

Com certeza pode ser um “termômetro” apontando para a falta de bom senso do meio musical e a forma como temos enxergado questões como respeito aos direitos, tolerância religiosa etc.

Não podemos confundir ofensa com arte; erotização com respeito; e por aí vai. Por isso, é importante pensar: se temos inúmeras razões para ouvir músicas que edificam, por que não investir nisso?

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Colaborador

Refletindo sobre a notícia por Ana Carolina Cury - Do R7 / Foto: Reprodução