Cuidado, você pode estar sendo manipulado

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A parte suja da mídia tem um “talento” tão sujo quanto ela: manipula as informações para tentar incutir no público as “verdades” que a interessam. Não só distorcem a realidade com fake news como transmitem as notícias falsas de acordo com seus interesses (causando confusão na cabeça da população ou desviando a atenção dela para assuntos polêmicos, afastando-a do que é importante, por exemplo) ou escondem as informações que não querem que o cidadão saiba.

As redes sociais não estão livres disso e são ultimamente a maior disseminadora de fake news, muitas vezes só vetadas depois de terem sido intensamente espalhadas mundo afora.Será que você tem sido vítima dessa manipulação barata?

Um exemplo recente trouxe à tona um desses casos, ocorrido há 26 anos, quando ninguém ainda pensava em redes sociais como hoje e que envolveu uma das mais conceituadas redes de comunicação do mundo: a manipulação para conseguir uma entrevista da então princesa britânica Diana à estatal British Broadcasting Corporation (BBC).

Revelações
A BBC revelou ao público recentemente que alguns de seus profissionais encobriram as táticas que o repórter Martin Bashir usou na época para garantir a entrevista com a princesa. Para incitá-la a falar publicamente da infidelidade de seu marido, o príncipe Charles, no dia do aniversário do herdeiro do trono, Bashir forneceu ao irmão de Diana, Charles Spencer, extratos bancários falsos de contas de pessoas próximas à irmã para dar a ideia de que estavam sendo pagas para espioná-la.

Pegou mal para a BBC que tanto fez pelos ouvintes de rádio europeus na época da Segunda Guerra Mundial e levou informação aos que precisavam dela para preservar as próprias vidas diante do avanço do nazismo. A rede se revelou envergonhada pela manipulação feita por Bashir e equipe e por ter abafado o caso por décadas.

A entrevista com Diana foi uma das primeiras a expor a família real do Reino Unido a escândalos, em um tipo de matéria sensacionalista que faz mais sentido publicada em jornais que vivem desse tipo de notícia e não em uma respeitada instituição do povo britânico, o que fere seu conceito perante a nação.

Na entrevista, assistida por mais de 23 milhões de espectadores, a princesa fez a famosa revelação “há três pessoas nesse casamento”, expondo o caso de Charles com sua namorada da juventude, Camila Parker-Bowles – hoje sua esposa –, o que acelerou o divórcio que já estava na boca do povo. Muitos estranharam o motivo de ela dar a informação a um jornalista iniciante e não a um experiente, o que agora foi esclarecido, pois o então jovem Bashir usou desse baixo artifício para fazer seu nome.

Não pegou bem
Pressionada pela Justiça, a BBC teve que expor as informações que abafou: os extratos falsos, feitos por uma designer da empresa. No relatório do juiz que presidiu o caso está a conclusão de que a rede “ficou aquém dos altos padrões de integridade e transparência que são sua marca registrada”. Bashir foi exposto ao ridículo e hoje está afastado da profissão por “problemas de saúde”, apesar de ser visto constantemente nas ruas de Londres.

No Brasil não é diferente. A Rede Globo e suas empresas “cupinchas” da mídia vivem fazendo o que Bashir fez toda vez que quer prejudicar aqueles que ela julga representar uma ameaça ao seu império, a exemplo do Bispo Edir Macedo e do atual presidente da República, Jair Bolsonaro, entre outros. A verdade sempre vem à tona e o público tem aprendido a tomar cuidado com o que lê, vê e ouve, pois a falsificação de dados e notícias persistem na mídia de todo o mundo. É a notícia construída ou maquiada de acordo com o interesse de quem a divulga.

O senso crítico ainda continua a ser a principal arma do cidadão contra as mentiras que invadem seu lar todos os dias. E vale a pena continuar a tê-lo.  

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Colaborador

Redação / Foto: Getty Images