Cuidado com os ídolos
Somos seres sociáveis e que necessitam de referências e, por isso é fundamental redobrar os cuidados em relação a quem nos influencia, principalmente nas redes sociais
Por mais low profile (discreto) que você seja em suas redes sociais, é quase certo que você segue pessoas e tem seguidores – e, mesmo que não tenha um perfil em nenhuma plataforma, isso não o impede de admirar alguém e acompanhar a vida dele, suas conquistas e ideias. Por que isso acontece? A psicóloga Simone Mendes responde: “Somos seres sociais. Não nascemos prontos em ideias e convicções. O nosso ‘eu’ é moldado no outro, o que destaca as trocas, e as relações são importantes na nossa evolução enquanto ser humano”.
As experiências vividas, principalmente algum tipo de reprovação ou ridicularização na infância, também tornam a pessoa influenciável e suas consequências são vistas ao longo dos anos quando o que o outro pensa, vive e escolhe é considerado melhor: “São pessoas com alto nível de dependência emocional e para as quais as necessidades e opiniões do outro estarão sempre em primeiro lugar. Eis aqui um alvo fácil de se tornar submisso e manipulado por pessoas superficiais, mas potentes em suas habilidades de comunicação, criatividade e planejamento”, diz Simone.
Jogo de marionetes
Basta uma foto, um vídeo ou um texto que aquela pessoa, até então desconhecida, passa a fazer as refeições conosco, a ocupar nosso tempo ocioso e até a se deitar em nossa cama enquanto deslizamos nossos dedos pelo feed e absorvemos suas ideologias, desejamos sua vida e nos moldamos a partir dos fragmentos ali apresentados. Segundo a Nielsen Holdings, empresa que mensura e analisa dados sobre consumidores e mercados em todo o mundo, o Brasil é o país com o maior número de influencers digitais (criadores profissionais de conteúdo nas redes sociais): são 10,5 milhões de influenciadores seguidos por mais de mil pessoas e mais de 500 mil com mais de 10 mil seguidores no Instagram. Ao considerar outras plataformas, como TikTok e YouTube, o País está na terceira posição do ranking global – o que ainda é muita coisa.
“A facilidade no acesso para vendas, compras e conexão social impulsionou a geração de influencers, seduzindo multidões quanto ao que vão consumir e influenciando sua visão de mundo. Porém cabe lembrar que tudo tem seu lado positivo e negativo e um dos maiores riscos de idolatrar pessoas e realizar comparações constantes com o outro é engrandecer o outro a tal ponto de entregar a ele a tarefa de pensar, escolher e decidir por nós; isso além de se desconectar de si mesmo, de seus valores, suas ideias e seu estilo”, alerta Simone.
Há quem siga, compartilhe o conteúdo e ainda defenda com unhas e dentes influenciadores, jogadores, políticos, artistas, cantores e empresários e este último ponto é o mais alarmante: muitos confiam cegamente, idolatram tais pessoas e aceitam suas sugestões. E isso se revela um grande perigo! Um exemplo é a divulgação das apostas on-line, que se tornaram febre no Brasil graças aos influencers. Quase todos se referem a esses cassinos como “renda extra”, incentivam o jogo e até vendem cursos “ensinando a vencer”, quando, na verdade, o computador é viciado: o jogador vai perder seu dinheiro. E há algo pior do que a propaganda: recentemente, foram divulgados na internet contratos de influencers com essas casas de apostas on-line que revelaram que o influenciador ganha dinheiro cada vez que o jogador perde. A influencer profissional mais popular do Instagram, por exemplo, tem 53 milhões de seguidores e lucra 30% em cima de tudo que seus seguidores perdem jogando.
Mais riscos ainda

O problema não é seguir alguém, mas se deixar influenciar por pessoas falhas e não questionar o que vê e ouve. Na Bíblia Sagrada com as Anotações de Fé do Bispo Edir Macedo somos alertados que a “idolatria não é apenas se curvar diante de obras feitas por mãos humanas. Muito mais do que isso, é deixar que objetivos, riquezas, relacionamentos, bens, internet, status, opinião ou pessoas ocupem o lugar de Deus no nosso coração. O comportamento idólatra é identificado na honra, no esforço e no amor que se dá a algo ou a alguém, de maneira que se torna impossível pensar em viver sem aquilo”.
Pode até parecer exagero dizer que idolatramos quem seguimos nas redes, mas não é. Sempre que consideramos a opinião de alguém mais do que aquilo que consta no Texto Sagrado cometemos idolatria. Sempre que passamos mais tempo acompanhando a vida de outras pessoas, em vez de investir na comunhão com Deus, cometemos idolatria. Sempre que seguimos o que alguém sugere, mesmo que isso nos custe até dinheiro, e inventamos uma série de desculpas para não obedecer aos Mandamentos do Senhor, cometemos idolatria.
Cuidado! A idolatria é um pecado que impede qualquer pessoa de herdar o Reino de Deus (1 Coríntios 6.10) e, para ficar longe do pecado, devemos evitar qualquer tipo de idolatria. Dessa forma, protegeremos nossa vida espiritual e manteremos Deus em primeiro lugar em nossa vida, tanto ao fazermos nossas escolhas como O teremos em nossos pensamentos e Ele será nossa influência. Vale lembrar o que está descrito em 1 Coríntios 10.14: “Portanto, meus amados, fugi da idolatria”.
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