A perseguição aos cristãos existe desde os primórdios da Igreja. Jesus Cristo foi perseguido e crucificado e, por isso, os “cristãos”, assim chamados por serem Seus seguidores, também sofreriam perseguições. O próprio Senhor Jesus antecipou isso aos discípulos quando disse: “… Se a Mim Me perseguiram, também vos perseguirão a vós…” (João 15:20).

O primeiro mártir cristão

Após a ascensão de Jesus aos Céus, o Evangelho se espalhou rapidamente em Jerusalém. Mas, conforme a comunidade cristã crescia, surgiam alguns problemas, a exemplo de queixas de viúvas que se diziam negligenciadas, como lemos no capítulo 6 do livro Atos.

Sabiamente, os apóstolos escolheram sete homens de boa reputação e cheios do Espírito Santo para solucionarem os impasses e, entre os escolhidos, destacava-se o jovem Estêvão.

Estêvão é descrito em Atos 6:8-15 como alguém repleto de fé e poder, intrépido no falar, por ser cheio do Espírito Santo e que sinais e prodígios por seu intermédio chamavam atenção.

Baseadas na sabedoria divina, as pregações de Estêvão contrariavam religiosos, que sem sucesso tentaram vencer seus argumentos. Por essa razão, ele despertou a ira dos membros da sinagoga, que subornaram testemunhas para acusá-lo de blasfêmia. Eles recorreram a mentiras para o levarem a julgamento e, mesmo tendo de enfrentá-las, ele não se desesperou. Todos no sinédrio viram seu rosto como o de um anjo.
Estêvão foi condenado à morte por falsas acusações, como aconteceu com Jesus (Mateus 26:59-61). Antes de morrer, Estêvão clamou: “Senhor Jesus, recebe o meu espírito!” E, em seguida, orou por seus malfeitores, pedindo que Deus não lhes imputasse aquele pecado (Atos 7:59-60).

Note que Estêvão agiu de forma muito semelhante à do Salvador. Essa é a essência de um cristão: ser imitador de Cristo, independentemente das circunstâncias. Pouco antes de morrer, Estêvão olhou para os céus e viu Jesus à direita de Deus (Atos 7:55-56).

Estêvão é considerado o primeiro mártir cristão (pessoa submetida a torturas, sacrifícios ou homicídio por sua fé). Sua morte marcou o início de uma grande perseguição contra o cristianismo, mas colaborou com a disseminação da mensagem de Jesus, uma vez que os cristãos fugiram de Jerusalém, mas continuaram pregando em diferentes lugares.

Ainda sob risco

Mais de dois mil anos se passaram e os cristãos continuam sendo perseguidos. Em muitos países (de várias culturas diferentes), assumir a fé no Salvador pode significar discriminação, violência, prisão, perda de direitos e até a morte. Cristãos que estão nesses lugares vivem a fé de maneira corajosa, genuína e muitas vezes em segredo e estão sob risco constante.

A ONG Portas Abertas, que há mais de 30 anos reporta violações contra cristãos, mostra na lista Mundial da Perseguição 2025 que, em relação a 2024, houve um aumento da perseguição em 39 dos 50 países acompanhados. Segundo a instituição, 15 milhões de pessoas a mais sofrem algum tipo de violação. O número de cristãos que enfrentam níveis elevados de perseguição e discriminação por conta da fé ultrapassou 380 milhões. Isso significa que um a cada sete cristãos é perseguido.

E você?

No Brasil, a liberdade religiosa é garantida pela Constituição, mas a discriminação existe, praticada muitas vezes de modo sutil, e pode se manifestar social e culturalmente. Por aqui, cristãos sofrem perseguições de diferentes maneiras: desde “piadas” contra a fé professada, passando por caricaturas em telenovelas e acusações preconceituosas na mídia, até destruição de igrejas.

Uma coisa é certa: quem crer no Senhor Jesus será perseguido. Apesar disso, valorize sua fé, propague o Evangelho e ore pelos cristãos perseguidos ao redor do mundo e por seus perseguidores, assim como Jesus e Estêvão fizeram.