Crianças estão sendo cada vez mais afetadas negativamente pelas redes sociais

O que fazer para evitar que seus filhos tenham problemas psicológicos por causa do uso de telas

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Não é de hoje que o uso de redes sociais e suas consequências são discutidos. Um estudo espanhol recente, da Universidade Pompeu Fabra (UPF) e da Universidade Oberta de Catalunya (UOC), mostra que as meninas estão sendo mais afetadas negativamente por utilizar o TikTok e o Instagram do que os meninos. A pesquisa aponta, entre as possíveis causas, que as meninas usam as mídias sociais de forma mais intensa e se sentem mais pressionadas e observadas pelas imagens e pela aparência física que apresentam nas redes.

Caminho para o cyberbullying

De acordo com a psicóloga Rachel Sette, consultora educacional e professora de psicologia do Centro Universitário UniArnaldo, em Belo Horizente (MG), as meninas são mais influenciadas pelo apelo visual que as redes sociais oferecem. “Elas são afetadas por essa atenção que se dá ao corpo da mulher e tudo isso que é muito arraigado culturalmente. O desdobramento dessa agressão relacional nas mídias é bastante rápido e é um campo muito fértil para o cyberbullying”, avalia.

Adoecimento mental

As consequências dessa dinâmica logo surgem, como observa Rachel: “O resultado é um sentimento de inadequação, uma baixa autoestima, até chegar nos transtornos mentais em que temos quadros de depressão, ansiedade, automutilação. Isso tudo já é adoecimento mental, que tem como mola propulsora as redes sociais”.

Mudança de comportamento

É possível perceber que o problema está ocorrendo antes que ele se torne grave demais. Rachel explica como identificá-lo: “O nosso norteador será a mudança de padrão de comportamento e também tudo aquilo que salta aos olhos. Muitas vezes achamos que a criança, o adolescente ou até mesmo o adulto depressivo necessariamente tem que ficar melancólico, deitado e sem energia, mas ele pode apresentar-se também de outra forma. Por exemplo, se é uma pessoa mais introspectiva e, de repente, fica muito agitado, mais acelerado ou se ela está com muitas interações sociais e mudou o padrão de comportamento, pode ser sinal de que algo está errado”.

Prevenção

Segundo Rachel, a melhor conduta para impedir que o problema surja é atuar preventivamente. “A ideia é que os nossos filhos tenham acesso cada vez menor a telas, a dispositivos móveis, a celulares e a tablets e, quando tiverem, porque também não há como
blindá-los completamente, que os aparelhos sejam monitorados, que nós estejamos atentos, porque somos responsáveis pelo conteúdo que eles consomem”, conclui.

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Colaborador

Eduardo Prestes / Arte: Edi Edson