CPI da COVID: Conselho Federal de Medicina repudia desrespeitos dos senadores

CFM emitiu moção de repúdio à maneira como os médicos estão sendo tratados

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O Conselho Federal de Medicina (CFM) emitiu nesta quarta-feira (02) uma nota de repúdio ao “ambiente extremamente tóxico e nada democrático que se instalou na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) sobre a COVID-19”.

De acordo com o presidente do CFM, Mauro Luiz de Britto Ribeiro, alguns senadores estão desrespeitando e humilhando profissionais da Medicina que são convidados à CPI:

“Infelizmente o que nós temos visto nessa CPI da COVID é inaceitável, é intolerável”.

A moção de repúdio é assinada pelo CFM e pelos Conselhos Regionais de Medicina (CRM) dos 26 estados brasileiros, além do Distrito Federal. O texto ressalta a “indignação quanto a manifestações que revelam ausência de civilidade e respeito no trato de senadores com relação a depoentes e convidados médicos no âmbito da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) da Pandemia”.

A nota destaca ainda que “os médicos brasileiros têm se desdobrado na Linha de Frente contra a covid-19. Graças a eles e às equipes de saúde, milhões de pessoas conseguiram recuperar sua saúde e hoje estão em casa, com suas famílias e amigos. Essa atuação tem ocorrido com dedicação, empenho e, muitas vezes, sem condições de trabalho. Por isso, merece ser reconhecida de forma individual e coletiva”.

Todavia, a forma como senadores têm agido durante a CPI constrangem e humilham não apenas os médicos depoentes, mas os 530 profissionais de Medicina registrados no País, segundo a CFM:

“No entendimento do CFM, e da classe médica, o que tem sido exibido em rede nacional configura situação inaceitável e incoerente com o clima esperado em um ambiente onde as discussões devem se pautar pela transparência e idoneidade”.

Ribeiro ainda ressalta que a moção não é em defesa das declarações feitas pelos médicos chamados a depor, mas em defesa do respeito aos profissionais, independentemente do que têm a dizer:

“Reitere-se que os comentários dessa nota se referem aos médicos e médicas depoentes enquanto indivíduos, não significando apoio aos seus posicionamentos técnicos, éticos, políticos, partidários e ideológicos.”

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Colaborador

Redação / Foto: Marcos Oliveira-Agência Senado