Contra maus-tratos e abandono, 30 mil crianças e adolescentes residem em abrigos

Movimento Sócio Abrigo promove palestras, cursos profissionalizantes, esporte e cultura para amparar menores abrigados

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De acordo com o Conselho Nacional de Justiça (CNJ), o Brasil tem mais de 30 mil crianças e adolescentes em situação de acolhimento. São menores de idade que receberam medidas protetivas de acolhimento institucional quando se detectaram situações de risco, tais como negligência, abandono ou maus-tratos.

Para ajudar na inclusão social, motivar e trazer esperança para essas crianças e adolescentes desamparados, a Igreja Universal do Reino de Deus mantém desde abril de 2019 o Movimento Sócio Abrigo, que atua em todos os estados brasileiros e em mais oito países.

Apenas no Brasil, o programa social atende mensalmente cerca de 3,5 mil abrigados proporcionando palestras, cursos profissionalizantes, esporte e lazer.

Contando com o trabalho de 9,3 mil voluntários de diversas áreas, como advogados, pedagogos, psicólogos, profissionais da saúde e nutricionistas, o Movimento Sócio Abrigo atende 560 abrigos e casas de acolhimento no país.

Para Ulisses Gomes, responsável pelo programa social, a iniciativa é importante para levantar a autoestima dos menores abrigados. “São crianças e adolescentes que  sofreram diversos tipos de violência física e psicológica, ou foram abandonados pelos pais. Então quando você chega com o trabalho social, mostra a eles que podem voltar a sonhar, aprender a ser criança”.

“O trabalho social sempre leva para a criança o pensamento de que existe alguém que se importa com ela”, conclui Ulisses.

A medida protetiva de acolhimento institucional tem caráter temporário, protegendo o menor em um abrigo “até o retorno da acolhida, por adoção ou reintegração familiar, considerando o interesse da criança e do adolescente”, explica o CNJ em seu portal. O Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA) determina que o acolhimento não deve ultrapassar 18 meses.

Carinho e cuidado

Desde o início de suas atividades, o Movimento Sócio Abrigo já organizou mais de 1,4 mil palestras, levando temas como a prevenção contra as drogas e cuidados com a saúde para cerca de 7,6 mil crianças e adolescentes.

O programa social também oferece para os adolescentes nos abrigos cursos de culinária, bijuteria, cabeleireiro e automaquiagem. Profissionais da área ministram aulas teóricas e práticas com apoio de material didático, que é doado aos menores. Já participaram dos cursos 830 jovens.

Outra linha de atuação do Movimento Sócio Abrigo é a promoção de atividades esportivas e culturais, com a prática de futebol, vôlei, tênis de mesa, boxe, teatro, música e grafite — sempre com a supervisão de professores de Educação Física e de Artes.

“É muito importante esse trabalho que promove a convivência comunitária. É uma demonstração de carinho numa situação difícil [das crianças e adolescentes abrigados] — e em meio a pandemia ficou mais complicado ainda. Então, essa demonstração de cuidado é sensacional! A gente agradece demais”, afirma a assistente social Lucimara Campos, que atua no Serviço de Acolhimento Institucional para Crianças e Adolescentes (SAICA) Casa dos Sonhos, em Santo André (SP).

O CNJ informa que “a faixa etária que compõe a maior parte dos abrigados no Brasil são os adolescentes. São 8,6 mil jovens com mais de 15 anos, sendo mais da metade do sexo masculino. Deste total, 3,1 estão abrigados há mais de três anos”.

O Movimento Sócio Abrigo também contribui com a doação de brinquedos, fraldas, alimentos, leite, roupas, itens de higiene e máscaras.

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Colaborador

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