Como Abrão provavelmente era visto na época e cultura local?

Ele não estava disposto a ter outra esposa para gerar filhos. E, como uma mulher estéril era vista naquela época? Saiba as respostas em Gênesis Responde

Imagem de capa - Como Abrão provavelmente era visto na época e cultura local?

Abrão sofria muitos maus julgamentos e preconceito por conta da sua decisão. Por não ter como prioridade zelar por uma descendência, poderia ser visto como um homem fraco, sem visão de futuro, insensato, egoísta e até mesmo culpado por desonrar sua família e o clã de seu pai.

Ele foi contra toda essa pressão social e familiar, arriscando sua própria reputação, por amor à Sarai, e foi justamente essa atitude de sacrifício e consideração para com sua esposa que chamou atenção de Deus.

Diante do conflito entre Abrão e Sarai por não terem tido filhos ainda, qual era a importância dos filhos na vida de uma mulher naquela época?

Logo após criar os animais e o Homem, Deus mandou que todos crescessem e se multiplicassem (Gênesis 1:28). O ato de se multiplicar, seja os animais ou os seres humanos, é algo presente desde a Criação.

Diferentemente de hoje em dia, onde muitos casais optam por não ter filhos, naquela época essa não era uma opção, uma vez que ter filhos era uma questão de sobrevivência da família e do povo ao qual ela fazia parte.

Além disso, havia uma motivação social junto ao desejo de procriar. Homens e mulheres nos tempos bíblicos do Antigo Testamento queriam ter descendência, pois esta aumentava seu status social, além de garantir o futuro daquela família, clã e patriarca.

Como uma mulher estéril era vista naquela época?

A esterilidade, principalmente no passado, era vista como uma maldição. Em todo o Antigo Testamento, mulheres inférteis eram consideras inferiores, pois não podiam procriar, sendo culpadas assim por “prejudicar o futuro da família”.

Por isso, maridos de mulheres estéreis tinham o aval social para ter outras esposas, a fim de ter filhos com elas, ou até mesmo de ter concubinas (que não eram reconhecidas como esposas, mas eram mulheres cuja única incumbência era gerar filhos). Inclusive, também as servas poderiam fazer esse papel de procriação na família.

Lembrando que tudo isso era um costume aprovado entre os homens, mas nada aprovado por Deus, que idealizou o casamento do homem com uma só mulher.

A maioria dos casos de infertilidade nas Escrituras, não remete a um juízo de Deus. O padrão que podemos observar, portanto, é que a infertilidade é tratada como uma enfermidade permitida, mas não causada pelo Criador. Ele tinha um olhar especial para com essas mulheres desfavorecidas.

Tanto que um dos grandes ensinamentos da história de Sarai mostra que a mulher estéril não era abandonada por Ele.

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Colaborador

Gênesis Responde/R7 / Foto: REPRODUÇÃO/RECORD TV