No dia 28 de maio, o programa social Universal nos Presídios (UNP) deu início à distribuição de kits de higiene para 609 presídios em todo o Brasil. Nesta primeira etapa de entrega, serão enviados 280 mil kits individuais contendo papel higiênico, sabonete, escova de dentes e creme dental, além de absorvente para detentas e aparelho de barbear descartável para os detentos. A UNP pretende realizar outra grande doação até julho.

Segundo um estudo da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), a falta de higiene dos detentos contribui para 61% das mortes nos presídios no País – situação que se agravou muito durante a pandemia. A maior parte dos presos encontra dificuldades para ter acesso a produtos de asseio pessoal.

Para levar os donativos da campanha realizada pela UNP aos presídios localizados em todos os 26 Estados e no Distrito Federal, serão necessários 82 caminhões, que partirão de diversos pontos do País. Do bairro do Brás, na zona leste da cidade de São Paulo, sairá um comboio com 12 caminhões.

“A vontade de ajudar a população carcerária é maior do que todas as dificuldades existentes para organizar uma logística que precisa cobrir milhares de quilômetros de um País imenso, além de respeitar, rigorosamente, todos os decretos sanitários locais”, explica Clodoaldo Rocha, responsável pelo programa social no Brasil.

“A vida das pessoas tem um valor incalculável e, por isso, não medimos esforços. Ações desse tipo acabam despertando no presidiário a compreensão de que ele tem um valor muito grande. Ainda que esteja abandonado pela família e desacreditado pela sociedade, sua transformação é possível”, avalia.

Trabalho reconhecido
O UNP foi criado pela Igreja Universal há mais de 30 anos para ajudar na ressocialização dos detentos e oferecer apoio às famílias deles. Entre outras atividades, o grupo oferece cursos profissionalizantes, oficinas de arte, doações de livros, de alimentos e de kits de higiene em presídios do Brasil e de mais 55 países. Em 2020, foram atendidos 1.434.978 detentos, familiares e funcionários em nosso país.

Para Guilherme Silveira Rodrigues, diretor-geral do CDP de Pinheiros 2, em São Paulo, “a iniciativa merece elogios e também o trabalho dos voluntários, que levam palavras de conforto e de fé. Tudo isso é de suma importância, pois colabora para que a segurança e a disciplina sejam mantidas”, disse.