Casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes são subnotificados
Acredita-se que somente 10% são denunciados, no Brasil
De acordo com balanço do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, foram registradas 4.486 denúncias de abuso sexual contra crianças e adolescentes no Brasil nos quatro primeiros meses de 2022.
Além disso, o número, que já é alto, pode ser ainda maior. Afinal, a pasta também informa que apenas dez em cada cem casos são denunciados.
Os dados assustam:
- Pai, mãe, padrasto e madrasta aparecem como maiores suspeitos nos casos.
- Em quase 60% dos registros, a vítima tinha entre 10 e 17 anos.
- Em aproximadamente 74%, a violação é contra meninas.
- Por ano, o Brasil registra 500 mil casos de exploração sexual contra crianças e adolescentes.
- O dado faz o País ocupar o segundo lugar no ranking mundial de exploração sexual infantojuvenil. O primeiro lugar no ranking é da Tailândia.
O Fala Brasil elaborou uma matéria sobre o assunto. Assista:
Maio Laranja:
- O mês é caracterizado por debates sobre a prevenção do abuso e da exploração sexual de crianças e adolescentes.
- O Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos lançou um pacote de medidas a fim de conscientizar e prevenir o abuso e a exploração sexual de menores de idade.
- Semelhantemente, o Plano Nacional de Enfrentamento da Violência contra Crianças e Adolescentes padronizará o enfrentamento dos abusos em cinco eixos: prevenção; atendimento; defesa e responsabilização; participação e mobilização social; e, por fim, estudos e pesquisas.
Fique atento:
- Pais devem conhecer seus filhos a fim de identificar comportamentos incomuns e que podem ser sinal de que há algo errado.
- “Nem sempre o indício de que algo está errado com aquela criança é a tristeza, mas a mudança de comportamento. Algumas crianças são ativas, alegres, animadas e, após um episódio de abuso, ficam mais retraídas e quietas. O contrário também pode acontecer, quando crianças tímidas passam a demonstrar mais agitação e até agressividade”, orienta a psicóloga Marina Cobertta, psicóloga clínica e professora dos cursos de psicologia e medicina da Univali (Universidade do Vale do Itajaí).
- Ao mesmo tempo, outro ponto importante é a escuta e o acolhimento da vítima, sem julgamentos. “A família e a escola são peças fundamentais nesse processo. É preciso que os adultos escutem a criança no tempo dela e deixem que o ambiente seja confiável para que a vítima possa se abrir sobre o que aconteceu”, ensina.
Como denunciar:
- Disque 100: funciona 24 horas por dia, incluindo fins de semana e feriados.
- WhatsApp: 61-99656-5008
- Telegram: digitar na busca “Direitoshumanosbrasilbot”
- Além disso, a Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos também dispõe de site e aplicativo (Direitos Humanos Brasil)
- No caso das crianças e adolescentes, a denúncia também pode ser realizada por meio do Aplicativo Sabe – Conhecer, Aprender e Proteger.