Ataques de hackers a celulares aumentam 220% no Brasil

Veja como se proteger da engenharia social que rouba dados e dinheiro e pode lesar você

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Ataques de hackers a celulares aumentaram durante a pandemia de Covid-19. Em nível mundial, o vírus Pegasus, que permite às operadoras extrair mensagens, fotos e e-mails, gravar chamadas e ativar secretamente microfones e câmeras, infectou inúmeras pessoas.

No Brasil, no primeiro semestre deste ano, os ataques de hackers tiveram crescimento de 220% em relação ao mesmo período de 2020, segundo dados da Comissão de Valores Mobiliários (CVM).

Especialistas destacam que o aumento das invasões está relacionado à implementação do trabalho remoto durante a pandemia e à busca dos dados dos usuários que já foram chamados de novo petróleo da era digital. Há muitos casos recentemente divulgados de pessoas, inclusive públicas, que tiveram o celular invadido por criminosos e, assim, se tornaram vítimas de hackers que aplicam golpes financeiros.

De acordo com Marcus Garcia, especialista em segurança digital e vice-presidente de tecnologia e produtos da FS Security, os hackers utilizam diversos métodos para “raquear” celulares. “Em geral, eles buscam brechas na segurança de sistemas operacionais e de segurança. Quando eles estão ‘dentro’ do celular, têm acesso aos dados pessoais, fotos, aplicativos de banco e redes sociais, entre outros.

Com essas informações em mãos, é possível realizar ações em nome no dono do aparelho, fazer transações e publicações e coletar dados”, esclarece.

Ele argumenta que o Pegasus aproveita algum tipo de vulnerabilidade, ainda não conhecida, do sistema operacional. “Não é um vírus normal, mas de alta inteligência. Ainda não há registros de outros vírus similares a ele, mas há outros que também se valem de brechas de segurança não identificadas ou resolvidas. Uma atitude a adotar é sempre manter seu celular atualizado e contar, se possível, com uma solução de segurança instalada nele, como um antivírus atualizado”, sugere.

Segundo Garcia, a única atitude proativa a ser tomada para se proteger desse vírus é manter o sistema operacional do aparelho atualizado.

“Caso o aparelho seja de um modelo que não comporte mais atualizações, ele fica sem suporte e, portanto, mais exposto. Ao abrir e-mails é preciso ficar atento ao endereço do remetente, aos links inseridos no corpo do e-mail, a nomes incorretos e a instruções de ações, pois, às vezes, um único clique em um link pode ser a chave para que suas informações passem para a mão de outra pessoa”, adverte.

Para o especialista, esses golpes, classificados como “engenharia social, em que são usadas artimanhas para obter dados de usuários, geralmente chegam por e-mail, mensagens instantâneas (SMS) ou por aplicativos (WhatsApp e similares)”. Ele orienta: “desconfie de oportunidades milagrosas, não navegue por sites duvidosos e não se conecte a redes Wi-Fi desconhecidas. Por fim, tenha sempre um antivírus atualizado em seu computador e, se possível, em seu celular”.

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Colaborador

Eduardo Prestes - Arte: Edi Edson