Ansiedade cresce na população brasileira
Veja como lidar com essa pandemia que não é nova e atinge diferentes faixas etárias
A Organização Mundial da Saúde (OMS) apurou em 2017 que o Brasil é o país com maior prevalência de transtornos de ansiedade. Na época, mais de 18,6 milhões de pessoas ou quase 10% da população apresentava a doença. Uma pesquisa realizada pelo Datafolha e divulgada no final do mês passado reforça esse cenário e mostra que a incidência da ansiedade entre jovens de 16 e 24 anos é de 24%. A taxa sobe para 27% entre as mulheres, quase o dobro do registrado entre os homens: 14%. Será possível lidar com esse transtorno que parece atingir cada vez mais pessoas e evidencia uma verdadeira pandemia?
Para Marta Geremias Andrade, psicopedagoga e psicóloga da escola Lumiar Campinas, em Alphaville (SP), o primeiro passo é ficar atento aos sintomas: “ela causa um sentimento de preocupação excessiva com algo que ainda não aconteceu, o que traz sensações físicas como taquicardia, dores no peito, insônia, desregulamentação do apetite, cansaço e sudorese, inquietação, pensamentos acelerados, tentativa de fazer várias coisas ao longo do dia, mas, com frustração por não conseguir fazê-las com sucesso, além de mudanças de humor, desejo de isolamento e falta de conexão com o outro e até consigo mesmo”.

Segundo ela, a ansiedade pode ser uma reação natural do corpo frente à situação de medo e de necessidade de cumprir metas ou prazos, por exemplo. “O preocupante é a frequência e a intensidade com que ela ocorre, o que prejudica as tarefas do dia a dia e o bem-estar. As causas podem ser diferentes para cada pessoa, mas fatores genéticos, traumas, doenças físicas, distúrbios hormonais e estresse estão entre elas. O ritmo de vida, a demanda de trabalho, a autocobrança, as condições econômicas e as exigências sociais contribuem muito com essa sobrecarga psicológica e emocional”, explica.
Para Taís Dinato, psicóloga do ensino médio do Colégio Progresso Bilíngue, em Santos (SP), a pandemia de covid-19 contribuiu muito para o aumento da ansiedade. “Foi um período de medo real da morte, de convivência com sintomas muito difíceis de serem tolerados, principalmente os relacionados à falta de ar, de possível ida ao hospital, de perda de entes queridos, o que, automaticamente, nos deixava o tempo inteiro nessa zona de nos protegermos em relação a qualquer tipo de ameaça”, analisa.
Segundo Taís, a ansiedade, principalmente entre os jovens, ocorre por inúmeros fatores: “é um período em que eles estão prestando vestibular, buscando sua identidade e o que vão escolher para a vida profissional. Há a expectativa dos pais em escolher o que os filhos devem ser e o jovem busca aceitação social para se encaixar em algum nicho com o seu jeito de viver, suas escolhas, gostos musicais, estilo de se vestir, etc. Existem ainda as mudanças hormonais que já acarretam alterações de humor e de comportamento, além de traumas que possam ter vivido principalmente na infância e que geralmente têm um impacto maior em suas vidas”.

Já a psicóloga Alessandra Alves Neves (também da escola Progresso Bilíngue e que atua no ensino fundamental) avalia que, muitas vezes, as pessoas não percebem os primeiros sintomas da ansiedade, o que dificulta a adoção de ações preventivas. “Ficamos tão acelerados e acreditando que o que acontece é normal que não percebemos que já estamos no campo da patologia. Contudo é possível se antecipar e diminuir um pouco o impacto da ansiedade no dia a dia. A primeira atitude é ter hábitos saudáveis de alimentação e praticar esportes, pois eles regulam o humor”, orienta.
Para Gabriel Portella, psicólogo da Clínica Núcleo Joy, em Osasco (SP), a conscientização sobre a importância da saúde mental está crescendo e é importante que as pessoas busquem ajuda, mesmo que tenham restrições econômicas. “Existem recursos públicos, como clínicas de saúde mental comunitárias e programas de apoio, que podem ser acessados. O governo pode contribuir melhorando o acesso à saúde mental, promovendo a educação sobre o tema e investindo em programas de prevenção e tratamento”, opina.
Embora Portella acredite que a ansiedade não seja facilmente resolvida em razão de sua natureza multifacetada, ele diz que a prevenção é possível ao promover o autocuidado e o gerenciamento do estresse. “Se você ou alguém que você conhece está enfrentando o problema, buscar orientação de um profissional qualificado é fundamental para entender e abordar eficazmente essa situação desafiadora”, diz.
Use a fé contra a ansiedade
Muitas doenças até não catalogadas pela medicina podem ter origem espiritual. A boa notícia é que a fé pode vencê-las. Não por acaso, o Senhor Jesus disse para lançar sobre Ele toda a ansiedade: “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus” (Filipenses 4.6-7). Sendo assim, participe das reuniões que ocorrem na Universal e entregue a Deus todas as preocupações e ansiedade.
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