A verdade por trás dos bebês reborn

A discussão sobre o tema nas redes sociais evidenciou o poder dessas plataformas de engajar o público, principalmente em debates superficiais

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Nos braços de uma criança, um bebê reborn — boneca realista que imita um recém-nascido — já chama atenção pela semelhança com um de verdade, mas, nos braços de uma mulher adulta, o brinquedo tem despertado questionamentos. Nos últimos dias, o tema ganhou destaque nas redes sociais e na imprensa, pois se tornou uma febre nacional. A repercussão do assunto gerou debates que enfocam desde questões de saúde mental até propostas de projetos de lei. Mas, afinal, o que está por trás de toda essa polêmica?

Manipulação da informação

A popularização das bonecas hiper-realistas ganhou ainda mais força com as redes sociais. Nessas plataformas, influenciadoras digitais começaram a exibir suas coleções e despertaram a curiosidade do público. No entanto algumas colecionadoras tomaram outras atitudes: elas passaram a compartilhar vídeos em que encenam situações cotidianas, como se os bonecos fossem bebês reais, e dão banho neles, os alimentam e até os levam para passear.

Um dos vídeos que alcançaram grande repercussão nacional é de uma influenciadora que simulou um parto empelicado (quando a bolsa de líquido amniótico não se rompe) de um bebê reborn. O conteúdo inusitado viralizou e, em seguida, outros vídeos semelhantes passaram a circular nas redes, como de supostos atendimentos hospitalares, consultas pediátricas e até rotinas de vacinação dos bonecos.

Esse fenômeno gerou uma divisão de opiniões on-line. Muitos passaram a associar esse comportamento a possíveis distúrbios psicológicos. Mas a verdade é que muitos perfis, sites e até jornais on-line passaram a tratar o tema com uma dose de sensacionalismo para atrair cliques – afinal, quanto mais engajamento na internet, maior retorno financeiro para eles. São manchetes chamativas que enganam o público e geram um verdadeiro frenesi a ponto de parlamentares proporem projetos de lei relacionados aos bebês reborn. Um deles veta o uso do Sistema Único de Saúde (SUS) pelas mães reborn.

A própria criadora do vídeo do parto explicou que o conteúdo, gravado em 2022, foi produzido com o objetivo de atrair seguidores e gerar engajamento. Será que, como usuários das redes sociais, perdemos a sensibilidade do que é real e do que é uma encenação ou do que é verdade e do que é fake news?

Fantasia ou realidade?

Não podemos deixar de abordar os casos em que o apego às bonecas realmente está relacionado a distúrbios emocionais. Apesar de serem poucos, eles precisam de atenção. “Por trás do cuidado com bebês reborn como se fossem reais, muitas vezes há histórias de dor emocional. Mulheres que enfrentaram perdas, como aborto ou luto de um filho, encontram nos bonecos um alívio. Porém sabemos que a longo prazo elas vão se dar conta de que a boneca não substitui a realidade”, diz a psicóloga Camila Galhego.

Em defesa das mães de bebês reborn, há quem argumente que as críticas são movidas pelo preconceito contra a mulher, já que muitos homens se dedicam aos videogames. Camila, entretanto, faz um alerta quanto a isso: “Tem pessoas que jogam videogame, colecionam carros e sabem que aquilo não faz parte da realidade. O problema é quando a pessoa passa a viver mais focada no que não é real do que no que é, como no caso das bonecas”.

Cura interior

A dependência emocional, seja de uma boneca, seja de uma pessoa, um animal ou qualquer outro objeto de afeto, pode ser igualmente prejudicial. Esse comportamento revela um vazio interior, algo que muitos tentam preencher com o que acreditam gerar prazer, segurança ou dê sentido à vida. Contudo esse preenchimento é temporário e incompleto.

Somente o Espírito Santo pode ocupar verdadeiramente esse espaço. É Ele quem oferece paz duradoura, equilíbrio emocional e propósito para um indivíduo. Deus conhece o coração humano como ninguém e é o único capaz de curar as feridas causadas pelas frustrações e de preencher os vazios mais profundos da alma. Mas para isso é necessário entregar a Ele todas as dores, desejos e dependências. Afinal, a única dependência que realmente faz bem ao ser humano é a dependência de Deus.

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Colaborador

Cinthia Cardoso / Arte: Edi Edson sobre foto gerada por inteligência artificial