“A tristeza era tão grande que doía na alma”

Com depressão e viciada em álcool e outras drogas, Siloelma Pinto tentou suicídio duas vezes. Saiba como ela encontrou uma nova vida onde menos esperava

Imagem de capa - “A tristeza era tão grande que doía na alma”

A monitora de reforço escolar Siloelma Clauderli Pinto, de 48 anos, nasceu em Vitorinos, cidade do interior de Minas Gerais, onde viveu uma infância humilde e se tornou independente muito cedo. “Eu sentia muito a ausência dos meus pais, que trabalhavam em outra cidade. Minhas duas irmãs e eu nos dividíamos entre a casa de tias e a de nossa avó. Ficávamos meses sem ver nossos pais. Quando estávamos juntos, eles brigavam muito por causa do alcoolismo do meu pai e das traições de ambos”, recorda.

Ela conta que, em festas familiares, era comum que os adultos dessem um gole de bebida alcoólica para as crianças e foi assim que, aos 9 anos, ela aprendeu a beber e passou a fazer isso escondido. Aos 12 anos, Elma, como é conhecida, mudou-se para o Rio de Janeiro. “Fui trabalhar na casa de uma família. Eu tinha meu dinheiro, mas cresci totalmente sem limites e o desejo de consumir bebidas aumentou. Eu não sabia, mas, desde muito cedo, eu tinha depressão, além de dificuldades para dormir”, diz.

Vazio e vícios

Elma cresceu dependendo de remédios tanto para dormir como para se manter acordada. “Meu interior era completamente vazio e a tristeza era tão grande que doía na alma. No Rio de Janeiro, fiz amizades, me entreguei cada vez mais aos vícios e passei a frequentar bailes funk, onde conheci a maconha e a cocaína. A tristeza me consumia, até que tentei o suicídio pela primeira vez. Na época, fui diagnosticada com depressão psicótica”, relata.

Um casal de tios de Elma, vendo a situação da sobrinha, a convidou para a reunião de libertação realizada toda sexta-feira na Universal, mas ela declara que tinha aversão à igreja e recusava os convites. Elma lembra que atuava em um local que oferecia trabalhos espirituais. “Eu nunca fiz pacto com eles, mas via tudo que era feito para destruir famílias e pessoas e não concordava, mas fazia coisas indiretas, como acender velas e tomar banho de ervas. O dono do local me mandou ir para a Universal, disse que lá teria jeito para minha vida e que os espíritos já tinham me tirado tudo e só faltava a vida. Eu respondia: ‘muita gente vende a alma para o diabo, a minha eu dou de graça, mas eu não vou para a igreja Universal’”, revela.

Imersa no mundo das drogas, do álcool e da depressão, Elma tentou suicídio pela segunda vez e teve sequelas que, segundo os médicos, a impediriam de andar e até de falar. “Meus tios me levaram para a casa deles e, nesse período, usaram a Fé em meu favor. Eles oravam por mim e me ungiam com o óleo consagrado. Após três meses, eu voltei a falar e a andar.”

Pouco tempo depois de recuperada, ela aceitou o convite dos tios e de uma amiga para ir à Universal. “Cheguei à igreja em 2002. Eu estava depressiva, tinha síndrome do pânico, era usuária de drogas e alcoólatra, bebia até perder os sentidos. Não me dava bem com a minha família, era revoltada e tinha mágoa dos meus pais”, detalha.

Uma vida feliz

Elma passou pelo processo de libertação e se livrou dos vícios e da depressão. Depois, ela se batizou nas águas, selando o desejo por uma nova vida. “Minha libertação foi rápida porque cheguei decidida, era tudo ou nada. Então, obedeci a direção que vinha do Altar”, expõe.

Também nesse período ela entendeu que precisava perdoar os pais e deixar as lembranças ruins para trás. Quando se libertou das mágoas, ela buscou Aquele que traria sentido à sua vida. “Tudo mudou quando recebi o Espírito Santo, pois fui inundada por uma paz sem igual. Hoje a alegria é constante, tenho amor pelas pessoas, mesmo por aquelas que um dia me feriram, durmo bem e tenho prazer em viver”, conclui.

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Colaborador

Kelly Lopes / Foto: MÍDIA FJU TAQUARA-RJ