A importância do papel genuíno do pai

Essa missão é essencial na vida do filho, mas tem sido negligenciada e atacada nos últimos tempos. Veja como é possível

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O papel de pai é extremamente significativo em uma família. Assim como a maternidade representa o carinho e o cuidado na vida de um filho, a paternidade está atrelada à segurança e aos limites que ele deve seguir. Enquanto a conexão entre a mãe e a criança já ocorre na gravidez, o vínculo dela com o pai é construído no dia a dia.

Assim como a figura materna, a paterna é capaz de influenciar consideravelmente na vida de uma pessoa e no modo que ela encara o mundo e a sociedade. Pesquisas recentes evidenciaram que filhos que se relacionam bem com os pais têm um nível de autoestima superior ao daqueles que têm pais ausentes. Além disso, eles têm menos chances de se envolver com consumo de álcool e drogas e mais facilidade de ser encorajados a enfrentar seus problemas.

Um Papel que está se perdendo
Atualmente, a responsabilidade paterna tem sido distorcida por diversos fatores, entre eles ausência (física e emocional), brigas, vícios e deturpação da família, por meio de movimentos ativistas, projetos e ideologias que desconstroem o plano familiar natural criado e descrito por Deus, alterando assim a missão original do papel paterno.

Com isso, o que se vê por aí é a presença marcante da irresponsabilidade por parte de muitos pais, que acabam negligenciando a própria família. Tanto que muitas crianças não possuem em sua certidão o registro paterno. Só em 2022, entre janeiro e julho, em mais de 1,4 milhão de nascidos, 97 mil foram registrados apenas com o nome da mãe – um aumento de mais de 10 mil casos quando comparados aos registros de 2020. Isso faz com que eles se tornem adultos frustrados, irresponsáveis e inconsequentes.

Muitos meninos, por exemplo, acabam buscando uma referência masculina em más amizades e em pessoas envolvidas com a criminalidade. Já as meninas podem desenvolver, no futuro, dificuldades de se relacionar com os homens. Afinal, como uma pessoa pode admirar alguém que faz sua mãe sofrer ou que a faz ter uma ideia totalmente negativa sobre os outros homens?

Em uma reunião no Templo de Salomão, em São Paulo, o Bispo Renato Cardoso, que lida diariamente com assuntos familiares, enfatizou o quanto a ausência do pai em um lar é prejudicial: “quando uma criança tem que crescer sem o convívio com o pai, fica uma lacuna e, embora a mãe tente preenchê-la, nunca vai conseguir fazer o que o pai teria de fazer se estivesse presente”, disse.

Ele explicou que o relacionamento entre pai e mãe ajuda a formar a personalidade dos filhos. “Não estamos advogando que o casal fique junto só por causa do filho, mas também por causa um do outro e trabalhe para que o casamento seja bom. Não é só estar juntos se tolerando até que os filhos cresçam, pois isso também pode não criar um clima positivo dentro de casa”, aconselhou.

A paternidade verdadeira
O fato é que desempenhar o papel de pai não é apenas estar fisicamente em casa ou prover a necessidade financeira, como muitos pensam. O verdadeiro pai é quem está à frente da família, poupando-a do perigo e protegendo-a, e, para que exerça esse papel tão importante, ele precisa ser um referencial como homem.

Só que esse tem sido um dos maiores erros de muitos pais, citou o Bispo Renato: “é um problema realmente sério, que está no coração dos problemas familiares na nossa sociedade. Em um lar em que a figura do pai é fraca ou inexistente, o desenvolvimento dos filhos fica muito a desejar”, avaliou.

O Pai Maior
Ser pai é uma dádiva Divina, tanto que até o Próprio Deus se intitula como Pai. Ele não daria a Si mesmo esse papel se não estivesse à altura, pois Ele não deixa nada a desejar para aqueles que O buscam.

Então, se você percebe que precisa mudar como homem e como pai, busque a Deus, pois Ele é o Pai amoroso e cuidadoso que nos ensina de forma justa e eficaz a exercer esse papel. Foi o que fizeram essas famílias cujas histórias você conhecerá a seguir.

Do mau ao bom exemplo
A vida do artesão Fabiano da Silva, (foto abaixo) de 39 anos, era reflexo do que aprendeu com seu pai. O comportamento de seu progenitor o influenciou quando ele se tornou marido e pai, pois ele repetia as mesmas atitudes dele, apesar de tê-las repudiado quando criança.

Por muitos anos, Fabiano não soube praticar sua função de forma sábia nem dar assistência à filha. “Eu era muito ignorante, bruto e tudo para mim era motivo para reclamação. Eu bebia muito e, por isso, não conversava com ela nem dava a atenção de que ela precisava”, confessa.

A filha de Fabiano, Ana Sthefany dos Santos, hoje com 16 anos, diz que sentia a falta do amor e do carinho da parte dele: “às vezes, eu ficava com muita raiva dele, pois ele chegava em casa bêbado e brigava com minha mãe, a ponto de eu passar as noites em claro pensando que ele a mataria”.

Ana não via em Fabiano um exemplo de homem e isso afetou diretamente o modo como ela via a sociedade e o seu futuro: “eu não queria me casar porque achava que todos os homens eram iguais ao meu pai. A forma que ele tratava a minha mãe era horrível, com muita ignorância, e isso me deixava revoltada”, afirma.

Com 10 anos, acompanhada de uma tia, Ana conheceu a Universal e com os ensinamentos que obtinha, principalmente na Força Teen Universal (FTU), aprendeu a honrar seu pai e buscou em Deus a transformação dele.

Ele, então, ao ver a diferença na vida da filha, percebeu que precisava de ajuda. “Minha maior vergonha foi quando ela me viu bêbado e falei coisas que não deveria. Isso me fez lembrar do meu pai, que era alcoólatra, e que eu estava no mesmo caminho dele”, recorda.

Assim, Fabiano procurou auxílio espiritual para mudar sua vida e, consequentemente, seu lar: “busquei uma mudança completa, pois não queria ser como meu pai. E, como Deus é O exemplo, eu queria e precisava aprender a cuidar e a ser um exemplo também para a minha família”, argumenta.

Depois dessa atitude, Ana passou a ver o pai com outros olhos e a lacuna que havia em sua vida foi preenchida: “hoje eu o vejo como uma pessoa guerreira, que luta todos os dias para dar o melhor para a nossa família. Ele é um exemplo de pai e gosto muito de tê-lo por perto – algo que antes eu detestava. Realmente, ele mudou da água para o vinho”.

Fabiano confirma que tudo começou com sua mudança interior e refletiu em sua família: “agora posso dizer que sou um exemplo para meus filhos. Conversamos bastante, brincamos, sorrimos e tenho prazer de estar ao lado deles”, finaliza.

Ele aprendeu a ser pai
Quando tinha 5 anos, ao ver seus pais se divorciarem, André Henrique Santos do Nascimento, (foto abaixo) hoje com 20 anos, passou a conviver com a ausência da figura paterna. Naquela época, o empresário André Aparecido Bezerra, de 40 anos, enfrentava vários problemas e negligenciou seu papel de pai. “Eu era viciado em cigarros e depois conheci as drogas, o que afetou diretamente meu convívio familiar, principalmente com o meu filho. Com a separação, me afastei dele também”, explica.

André Aparecido confessa que sentia um peso na consciência por não ser presente na vida do filho nem um referencial para ele pelo fato de levar uma vida errada. “Usei cocaína muitos anos e, em decorrência dos vícios, comecei a praticar furtos. Por esse motivo e por ficar devendo o pagamento da pensão várias vezes, fui preso”, destaca.

Esse comportamento de André Aparecido gerou consequências ruins no dia a dia de Henrique, que foi morar com sua avó. “Éramos muito distantes, eu sempre ouvia falar mal dele por causa do comportamento dele e, em razão disso, o via como um exemplo de homem a não ser seguido”, afirma.

Henrique lembra que um dos momentos mais difíceis era ver seus amigos com os pais. Essa carência fez com que ele focasse toda sua energia no trabalho: “eu queria mostrar que não precisava de nada nem de ninguém e que podia caminhar sozinho. Tentei mostrar isso com bastante trabalho e algumas conquistas, mas, mesmo assim, faltava meu pai comigo naqueles momentos”.

Até que Henrique começou a frequentar a Universal com um tio. Ele venceu seus traumas e curou suas feridas e entendeu que seu pai também precisava da Presença de Deus. “Eu sempre quis a restauração da minha família, então passei a buscar pelo meu pai, pois entendi que se tratava de uma alma que precisava de ajuda assim como eu. Passei a olhá-lo com outros olhos e a me aproximar mais dele.”

A partir dessa iniciativa, André Aparecido percebeu que precisava de ajuda e também recuperar o tempo que foi perdido com a falta de relacionamento com o filho. Foi aí que ele aceitou um convite de Henrique para ir a um encontro entre pais e filhos na Universal. “Sabemos quando estamos errados e eu sabia que precisava melhorar. Então, depois de ir à Igreja, vi o quanto era bom ir e decidi buscar essa mudança em Deus”, diz André Aparecido.

Depois disso, ele se tornou um homem diferente: “sou muito grato ao meu filho por ter buscado por mim e à Igreja por ter me apresentado um Deus que mudou a minha vida e restaurou o convívio com meus filhos”, diz André Aparecido, que hoje está em um novo casamento e segue como um bom modelo para Henrique e seus dois irmãos.

Para Henrique, hoje seu pai é a referência que ele sempre sonhou: “agora tenho um pai como exemplo a ser seguido, que luta pela família e é um homem de fé. Convivemos bem, nos vemos sempre e hoje tenho com quem compartilhar minhas conquistas”, encerra.

O amor e a fé de um pai
O servidor público Alessandro Gonçalves Pinheiro, (foto abaixo) de 46 anos, tinha uma boa relação com seu filho. Ele sempre foi um pai dedicado, amoroso, companheiro e seu filho o amava, mas esse cenário mudou quando Matheus da Silva Pinheiro, de 19 anos, entrou na fase da adolescência.

Aos 14 anos, Matheus passou a frequentar baladas quase todos os dias, a consumir bebidas alcoólicas e a se envolver em relacionamentos. “Foi muito triste, pois o levávamos para a Igreja desde pequeno e foi complicado ver que ele estava tomando um rumo que nenhum pai quer para seu filho. Naquela época, também descobri que ele passou a me odiar, a ponto de pedir para minha esposa que se separasse de mim”, conta Alessandro.

Matheus diz que passou a agir dessa forma porque era uma pessoa carente e achava que não era valorizado pela família. “Nunca me faltou nada e ele sempre cuidou de mim, mas eu achava que ele dava mais valor ao que meu irmão falava do que para mim. Por conta disso, passei a ter maus olhos em relação a ele”, reconhece.

Naquela situação, Alessandro se deparou com mais um problema que estava afetando o exercício da paternidade: ele tentava se reaproximar do filho levando-o a festas e provendo suas necessidades, mas não obtinha o resultado que esperava. “Tentei de todas as formas impedir que ele fosse pelo caminho do mal. Na tentativa de evitar que o Matheus continuasse seguindo aquelas escolhas, eu sempre agia com amor, pagava atividades e estudos para que ele se envolvesse com o que era bom e me esforçava para estar mais perto dele”, esclarece.

Nesse período, Alessandro sabia que só com Deus obteria a transformação do filho, que chegou até a tentar tirar a própria vida. Então, além de orações e propósitos espirituais que fazia por ele, Alessandro passou a incentivá-lo a buscar a Deus. “O pior momento foi quando o Matheus tentou o suicídio, pois me vi de mãos atadas. Contudo eu já conhecia a fé que tinha transformado a minha vida e passei a ir com ele na Força Jovem Universal (FJU), na tentativa de ajudá-lo a encontrar o que ele precisava”, relata.

Matheus revela que inicialmente não gostou da proposta que lhe foi apresentada, mas acompanhava o pai porque via nessa atitude uma troca de favores: ele satisfazia o desejo do pai e depois ia às festas. Entretanto, à medida que ouvia a Palavra de Deus, ele entendeu que era na Igreja que estava o que ele precisava para preencher seu vazio: “meu interior foi sendo mudado e passei a não me sentir bem nas festas. Então, decidi me batizar nas águas, entreguei tudo a Deus e a mudança aconteceu”.

Ao ver essa mudança, Alessandro teve a confirmação do agir de sua fé e de que, mesmo em meio ao comportamento do filho, tinha acertado por não desistir dele: “busquei sempre em Deus a direção para ajudá-lo e a fé trouxe a admiração e o amor do meu filho de volta. Hoje o Matheus é um rapaz de caráter, trabalhador e temos um convívio maravilhoso”. Para Matheus, ter seu pai como amigo faz toda a diferença: “hoje, graças a Deus, temos um convívio abençoado, de pai e filho, o amo e tenho muito respeito e consideração por ele”, enfatiza.

Lute pelo seu lar
Depois de ler esses relatos, é fácil entender a importância e o peso da intercessão de um pai pelo filho e vice-versa. O Criador prometeu a todos que cressem nEle e em Sua Palavra que teriam uma casa de paz e alegria, por meio desse projeto único e exclusivo dEle, ressaltou o Bispo Edir Macedo em seu blog: “Deus-Pai, Deus-Filho e Deus-Espírito Santo. Ele projetou a raça humana para viver em família. A família terrena foi projetada para refletir a Família de Deus”. Então, se você também quer ter uma família abençoada, busque as principais instruções para conquistá-la com o Criador dela.

E, se você é órfão de pai, tem um pai ausente ou desconhecido, entenda que tem à sua disposição o Verdadeiro Pai: Deus. Como Ele formou a estrutura familiar, sabe perfeitamente como cuidar e saciar as necessidades de um filho. Se você já O tem como Pai, descanse e se alegre em seu amor e cuidado, mas, caso ainda não O tenha, entregue sua vida a Ele. “Não importa se você teve ou não um pai na infância, se conheceu ou não seu pai biológico, se ele foi bom ou mau para você. Tenha agora a oportunidade de ser filho do melhor Pai do mundo e experimentar o que é ser amado de verdade por seu Pai”, escreveu o Bispo Edir Macedo no livro O Pão Nosso Para 365 Dias.

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Colaborador

Camila Teodoro / Fotos: Getty images, cedida, Demetrio Koch