A fé é extremamente positiva para vencer tempos difíceis, como o atual em que vivemos a pandemia de Covid-19, quando muitas pessoas passaram a ter a saúde mental abalada, como mostram algumas pesquisas.

Um estudo feito em 2020, por exemplo, revelou que a saúde mental dos norte-americanos atingiu seu ponto mais baixo historicamente.

Com a pandemia, os transtornos mentais aumentaram em 50% e foi observado também que os jovens adultos apresentaram duas vezes mais probabilidade de recorrerem ao suicídio, em comparação ao ano de 2018. Contudo os únicos que apresentaram um quadro de saúde mental positiva no ano passado foram os que participaram de algum encontro religioso (virtual ou presencial).

O que os fatos mostram?
Há levantamentos que mostram que as pessoas recorrem à Fé para ficar bem. Um deles é o da economista Jeanet Bentzen, da Universidade de Copenhague, na Dinamarca. Durante seu estudo, ela descobriu que a procura pela palavra “oração” no Google, em 95 países, alcançou recorde já em março de 2020, quando as pessoas começavam a enfrentar os efeitos da pandemia. De acordo com o Pew Research Center, quase 25% dos norte-americanos relataram que sua fé aumentou no mês seguinte, apesar do acesso limitado aos templos religiosos.

Outro estudo, feito nos Estados Unidos, mostrou que a Fé atrelada à saúde mental é positiva. O levantamento feito com 130 pessoas apontou que aquelas que valorizavam a espiritualidade possuíam um córtex cerebral mais espesso e que isso ajudava a proteger contra a depressão.

O Hospital McLean, em Massachusetts, nos Estados Unidos, participou dessa pesquisa. Especialistas de lá criaram um programa, em 2017, com uma equipe multidisciplinar, que permite que a espiritualidade faça parte do tratamento. Desde então, mais de 5 mil pessoas já foram atendidas e 90% delas relataram que experimentaram algum tipo de benefício.

Com isso, muitos profissionais da saúde, que até então ignoravam as possíveis soluções espirituais no tratamento, têm visto, na prática, que a fé é eficaz nos cuidados mentais e que as pessoas desejam recorrer a ela.

O diretor do Programa de Espiritualidade e Saúde Mental do Hospital McLean e professor-assistente de psicologia no Departamento de Psiquiatria da Harvard Medical School, David H. Rosmarin, afirmou, em entrevista ao site Scientific American, que há melhora nos tratamentos quando eles são atrelados à Fé. “Minha própria pesquisa demonstrou que a crença em Deus está associada a resultados de tratamento significativamente melhores para pacientes psiquiátricos agudos. E outros laboratórios mostraram uma conexão entre a crença religiosa e a espessura do córtex cerebral, o que pode ajudar a proteger contra a depressão. (…) Essas descobertas convincentes justificam uma exploração científica mais aprofundada e os pacientes em perigo certamente deveriam ter a opção de incluir a espiritualidade em seu tratamento”, aconselha Rosmarin.