"A dor passava só por alguns instantes"
Automutilação, rejeição e crises marcaram a trajetória de Júlia de Andrade, de 20 anos
Aos 20 anos, Júlia de Andrade, aprendiz de assistente administrativo, guarda uma trajetória marcada por conflitos internos e uma busca constante por paz. Quando criança, ela frequentava a Igreja Universal ao lado da mãe e conta como isso mudou: “Com o passar do tempo, tudo virou uma obrigação”. Então, uma ruptura com a fé ocorreu quando ela estava com 11 anos, que coincidiu com o afastamento da sua mãe da Igreja e o surgimento de amizades que a inseriram em um ambiente de festas, álcool e influências negativas. “Um abismo puxava o outro”, relata Júlia, ao se lembrar do consumo desenfreado de bebidas já aos 13 anos.
A tentativa de anestesiar uma dor profunda, agravada pela ausência do pai, levou Júlia à automutilação. A prática, influenciada por colegas da escola e conteúdos da internet, virou uma rotina que lhe oferecia um alívio fugaz. “Doía, mas tirava o meu pensamento da dor que havia dentro de mim. Ela passava por alguns instantes, mas depois voltava de novo. Eu me sentia rejeitada e com uma carência que não sabia como suprir. Além disso, eu guardava mágoa do meu pai.”
POR FORA, TUDO PARECIA NORMAL
Com o decorrer do tempo, Júlia passou a ter crises de ansiedade, depressão e ataques de pânico. “Eu vivia chorando. Se acontecia alguma coisa, eu desmoronava. Comecei a me relacionar com as pessoas, mas, apesar de viver relacionamentos e ir a festas, eu me sentia vazia. Era como se eu não pertencesse ao lugar. Eu me sentia estranha, como se fosse um corpo estranho no meio das pessoas”, diz. A aparência dela era de uma jovem comum, mas contrastava com sua realidade: ela sofria com insônia, pensamentos de morte e sensação de vazio. “As pessoas não imaginavam o quanto eu estava sofrendo. Na frente delas, eu sorria, mas, quando chegava em casa, o silêncio me destruía. Eu achava que não tinha mais jeito para mim e que nunca conseguiria ser feliz.”
PELA MESMA PORTA, OUTRA CHANCE
Foi graças à avó, que orava por ela, que Júlia voltou ao Templo de Salomão. A decisão de retornar à fé, dessa vez com sinceridade e entrega, causou uma virada. “Eu disse a Deus: ‘Essa é minha última porta’. E Ele me respondeu”, diz.
Ela conta que encontrou a paz que tanto buscava. “Quando recebi o Espírito Santo, foi como se Deus fosse meu pai, me pegasse no colo e dissesse: ‘Agora você é minha. Está segura.’ Eu, que até então não tinha um momento de paz, naquele instante, experimentei a maior paz da minha vida. Se não fosse o Espírito Santo, eu ainda seria aquela pessoa. Deus fez muito mais do que eu imaginei. Ele nos dá tudo aquilo de que precisamos para sermos felizes”, conclui.
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