A destruição causada por uma escolha errada na vida amorosa

A missionária Bianca Toledo afirma ter sido enganada pelo marido, acusado de pedofilia. Saiba como não se decepcionar com fingimentos na sua relação

No último dia 5 de julho, a pastora, conferencista e ex-cantora Bianca Toledo divulgou nas redes sociais que teria se separado do marido, o pastor Felipe Heiderich, por ter descoberto que ele seria pedófilo. A vítima teria sido o filho de Bianca, de 5 anos, fruto de seu casamento anterior com o empresário Renato Pimentel. (foto ao lado)

O caso chegou à Delegacia da Criança e Adolescente Vítima, do Rio de Janeiro, em 22 de junho, quando Bianca denunciou o marido pelo crime. Em um vídeo, ela conta que Felipe confessou as acusações, tentou se suicidar e foi internado em uma clínica, sendo diagnosticado como portador de psicose maníaco-depressiva, neurose grave e múltiplas personalidades. “Eu o confrontei e ele confirmou que tinha um quadro de homossexualidade latente, o que me fez cancelar [o casamento]. Ele está acautelado por crime de pedofilia”, descreveu. Felipe nega todas as acusações.

Ela fala que teria pedido a anulação do casamento por ter sido enganada. “Posso frisar que a anulação do casamento foi iniciada e se torna legítima diante das provas de uma vida dupla e imoral, contrária à prometida no Altar e ressaltada publicamente durante todo o casamento”, disse.


Ela ainda menciona o fato de ele ter enganado a todos os fiéis que seguem o Ministério Aliança Mundial de Evangelização e Ensino (AME), o qual havia fundado com ele há alguns meses: “A teologia dele era perfeita, mas seu interior era uma fraude. Me enganou e enganou a todos”, afirmou.

Em outra postagem atualizada, Bianca lamentou que só soube do caso há pouco tempo. “Infelizmente, há 20 e poucos dias estou sabendo dos fatos e estou tão perplexa quanto qualquer um de vocês. Eu jamais repartiria a cama, o Altar, com o que não fosse de verdade”, ressaltou.

Bianca é conhecida no meio evangélico por seu testemunho de cura. Ela esteve à beira da morte em 2011, por causa do rompimento do intestino quando estava grávida. Ainda em coma, deu à luz ao seu filho, porém o conheceu somente cem dias depois. Após ter sido curada, passou a pregar o Evangelho.

Pouco tempo depois, conheceu Felipe pela rede social, se apaixonaram e, em poucos meses, tiveram uma cerimônia de casamento, descrita na internet como “a mais linda do mundo”.

Por trás da máscara

Quando uma pessoa se sente enganada no casamento, é natural que faça a seguinte afirmação: “ela se tornou outra pessoa”. Contudo, na maioria dos casos, as pessoas mudam o comportamento não porque se tornam diferentes, mas porque revelam quem realmente são, como explica o psicoterapeuta Fernando Vieira Filho. “O namoro é uma fase de encantamento. Às vezes, o sujeito bebe, mas no namoro não se mostra um alcoólatra. A namorada é autoritária, mas para o namorado se mostra dócil. Aí, quando não precisa mais do encanto, naturalmente as máscaras caem e a moça que era dócil se mostra autoritária e o rapaz que ia beber uma vez por semana passa a ir várias vezes, etc.”, aponta.

No início da relação, movidos pela paixão, muitos não se preocupam com os detalhes da vida do outro. “Muitos acham que vão mudá-lo depois de casar. Mas é um engano. Se ele tem defeitos graves no namoro, pode ter certeza de que depois eles ficarão ainda maiores”, alerta.

Ela sofreu ameaças

A secretária Karen Miyuki Miyasato, de 25 anos, (foto ao lado) conseguiu identificar o mau comportamento de um antigo namorado a tempo de não errar. Ela era adolescente quando conheceu o ex-namorado, que aparentava ser uma pessoa com os mesmos princípios dela. Mas, alguns meses depois, ela viu que estava errada. “Aos 13 anos, me iludi com um rapaz que era evangélico como eu. Mas, em vez de dele me aproximar de Deus, me afastou mais ainda, porque não seguia os caminhos corretos”, diz.

Aos poucos, ele passou a agir com ela de maneira diferente da que demonstrava para as outras pessoas. “Comecei a viver um inferno. Ele me induziu a me relacionar intimamente com ele e tinha um ciúme doentio”, conta.

Apesar de sofrer com a relação, Karen tinha medo de terminar com o namorado. Após um ano, ela entendeu que não poderia entrar em um casamento que já estava fadado ao sofrimento. “Aceitei um convite da minha mãe para ir à Universal e, depois daquele dia, terminei o namoro. Não foi fácil, pois ele não aceitou e até me ameaçou. Mas eu abri mão de tudo para confiar minha vida amorosa nas mãos de Deus”, testemunha.

Hoje, ela é casada com Fernando Sebastião da Silva, de 29 anos, que, antes de encontrá-la, teve uma ilusão amorosa quando estava prestes a se casar.

Durante cinco anos, ele viveu um relacionamento que aparentemente era harmonioso e de cumplicidade. “Eu acreditava veementemente que ela era a mulher da minha vida, pois existia uma sincronia muito grande, os gostos e hobbies eram parecidos e até a formação educacional era constituída nos mesmos valores.”

Até que Fernando notou que sua namorada estava sempre cabisbaixa. Enquanto ele achava que estava caminhando para o casamento, ela omitia os reais sentimentos e desejos. “Eu achava que era algum problema do trabalho ou familiar, mas na verdade ela já tinha cansado de nossa relação”, diz. Algum tempo depois, colocaram um ponto final na relação.

Mas, após poucos dias, Fernando a viu com outro homem. “Ela passou com um rapaz na porta de minha casa, destruindo a imagem daquela pessoa que esteve comigo. Dessa maneira meu coração foi dilacerado”, relembra.

Karen e Fernando aprenderam com os enganos e casaram de forma acertada. “O meu casamento é fruto do Altar. Toda a nossa união, desde o início, foi dirigida por Deus”, diz Fernando.

A pessoa errada

Muitos cônjuges foram enganados pelo outro porque entraram com a intenção errada: o desejo de sair da casa dos pais, a vontade de constituir uma família, uma gravidez, viver uma paixão, relacionar-se sexualmente, etc.

Foi o que aconteceu com Rodrigo Abreu, de 29 anos, (foto ao lado) em seu primeiro casamento. Movido pelo coração, ele se casou aos 21 anos. A imaturidade trouxe consequências desastrosas. Depois de alguns anos de casado, descobriu uma traição. “Éramos bem jovens, inexperientes, e eu não sabia como seria uma vida de casado. Me deixei levar pela ansiedade e pela vontade de formar uma família”, afirma.

Com base nessa experiência, ele conclui que, na época, não estava preparado para o matrimônio. “Agora, aprendi a agir pela razão, com maturidade e a direção de Deus.”

Buscando ser feliz, ele começou a participar da “Terapia do Amor” e aprendeu a maneira certa de se relacionar. Conheceu Adriana Abreu, de 26 anos, e se casaram. “Deus me presenteou com um novo relacionamento. Sou casado com uma mulher de Deus que, além de ser uma excelente esposa, é minha amiga e companheira”, comemora.

Para Renato Cardoso, especialista em relacionamentos, a chave para um bom casamento é fazer as coisas certas. “O trabalho de encontrar um parceiro é fruto de nossas escolhas. Pessoa certa é fantasia, pois se você tivesse que desenhar o parceiro ideal, dentro de três ou seis meses, iria achar defeitos que você mesmo desenhou. Isso porque você é falho e o ser humano muda com o tempo”, escreveu em seu blog.

Durante toda a relação é preciso analisar os prós e os contras para não fazer escolhas erradas. “A culpa de um casamento não dar certo é dos indivíduos. Eles são responsáveis pelo sucesso ou fracasso da união”, destaca Cardoso.

Se você foi enganado no casamento, avalie se vale a pena seguir com a união. Se estiver em um relacionamento violento, o melhor a fazer é se distanciar do parceiro.

Invista em você para se tornar mais forte interiormente, seja mais cauteloso, aprenda com o que aconteceu e não deixe que o coração, que já é enganoso, possa ditar o rumo de sua vida amorosa.

Para saber mais como resolver os problemas da vida amorosa, participe das palestras da Terapia do Amor, todas às quintas-feiras, em uma Universal mais próxima de você. A cada palestra, casais, noivos, namorados e solteiros aprendem sobre o amor inteligente e como desenvolver o relacionamento a dois. 

 

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Colaborador

Por Janaina Medeiros / Fotos: Reprodução / Facebook / Fotolia / Demetrio Koch e Lucas Matos / Arte: Ed Edson