À beira do abismo
De Gaza a Kiev, do Sudão a Tel- Aviv, o mundo mergulha em uma escalada de guerras, rupturas diplomáticas e catástrofes humanitárias. Diante de um planeta em convulsão, cresce um temor: estamos assistindo ao início do Fim?
O mundo observa, em tempo real, a multiplicação de focos de violência armada que expõe não apenas a brutalidade humana, mas a impotência da diplomacia global. Do Leste Europeu ao Oriente Médio, da África à Ásia, o mapa dos conflitos ganha novos contornos, todos os dias. Segundo a International Crisis Group, os conflitos mais críticos devem se estender – e possivelmente se agravar – neste ano.
O ano de 2022 foi considerado o mais mortal por conflitos desde o genocídio de Ruanda, em 1994, com um total de 237 mil mortes, segundo informações do Journal of Peace Research. Com a paz internacional em ruínas, guerras, que antes eram exceções, agora parecem parte de um novo normal.
EUROPA EM GUERRA
A guerra entre Rússia e Ucrânia, que eclodiu em 2022, se transformou em um símbolo visível de um impasse geopolítico. Segundo o The Wall Street Journal, até setembro de 2024, o conflito já havia causado cerca de 1 milhão de mortos e feridos. Moscou fortalece alianças militares e econômicas com China, Irã e Coreia do Norte, enquanto o Ocidente responde com sanções ampliadas e reforço bélico a Kiev. O conflito, que perturbou a paz mundial, redesenhou o xadrez diplomático europeu, além de desencadear uma crise energética.
ORIENTE MÉDIO EM EBULIÇÃO
Israel está em guerra aberta com o grupo terrorista Hamas e sob ameaça constante do Hezbollah, apoiado pelo Irã. A morte de Hassan Nasrallah, líder do grupo libanês, atribuída a uma ofensiva israelense, acendeu o alerta de uma possível guerra regional. O Irã, por sua vez, fortalece alianças com o Paquistão e milícias como os Houthis, no Iêmen, além de grupos armados na Síria e no Iraque. Aliás, no Iêmen, a guerra civil em curso desde 2014 já registrou mais de 300 mil mortos, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), o que coloca o país no epicentro de uma das maiores crises humanitárias do mundo.
ÁFRICA: O QUE NINGUÉM VÊ
Enquanto os holofotes estão sob a Europa e o Oriente Médio, a África vive uma catástrofe silenciosa. No Sudão, a guerra civil iniciada em 2023 já deixou mais de 12 milhões de deslocados, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados (Acnur). Escassez de alimentos, estupros em massa e ausência de governança tornam o conflito um dos mais cruéis do planeta. Países como Nigéria e Somália também seguem em espiral de violência e caos.
QUAL É O MAIOR DESCASO?
Um relatório da Verisk Maplecroft, de 2024, empresa global de análise de risco, revelou que as áreas afetadas por guerras cresceram 65% desde 2021, totalizando 6,15 milhões de km², quase o dobro do território da Índia. Os dados também apontam um aumento de 29% na mortalidade por violência armada. “O que mais assusta é o que esses conflitos podem causar. Muitos desses países fazem parte de alianças que têm o dever de defender seus aliados em guerra”, observou o Bispo Renato Cardoso, autor do livro A Terra Vai Pegar Fogo, em transmissão recente no programa Inteligência e Fé, da Rede Aleluia.
Apesar da crescente instabilidade global, muitos seguem suas vidas preocupados apenas consigo mesmos e espiritualmente anestesiados: não percebem que ignorar o cenário global pode ser mais perigoso do que parece, pois ele é um alerta espiritual. A Bíblia fala a respeito disso em Mateus 24:6: “E ouvireis de guerras e de rumores de guerras; olhai, não vos assusteis, (…), mas ainda não é o fim”. Portanto os conflitos simultâneos não são apenas mais um capítulo da história que se repete, mas a descrição do que a Palavra aponta como o “princípio das dores”, como vemos em Mateus 24:8.
Se a sucessão de acontecimentos remete ao anúncio do começo do fim, as Escrituras, no entanto, apontam para um recomeço: “Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça” (2 Pedro 3:13). Ao mesmo tempo lemos no primeiro versículo do capítulo 21 do livro Apocalipse: “E vi um novo céu, e uma nova terra (…) e Deus limpará de seus olhos toda lágrima”.
Desconsiderar o que está diante dos nossos olhos é, portanto, mais do que uma insanidade humana, um descuido espiritual. Enquanto o mundo se torna cada vez menos previsível, a indiferença pode custar mais do que a paz: pode custar a Salvação da própria alma.
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