Ter dupla cidadania é o desejo de muitas pessoas, principalmente quando a segunda nacionalidade tem como origem um país que é mais desenvolvido e pode oferecer diversas vantagens. E há quem se submeta a um longo e caro processo para isso. Todavia se tornar oficialmente cidadão de outro país também significa que, paralelamente, a pessoa também precisa se submeter às leis daquele local.
O que rege qualquer nação é a sua Constituição, que nada mais é do que um conjunto de direitos, deveres e consequências. Muitos consideram a Constituição dos Estados Unidos a mais antiga do mundo, pois foi publicada em 1789; enquanto outros consideram a de San Marino, datada de 1600, ou o documento de leis oficiais do Reino Unido, de 1215. Mas quer saber a verdade? A Carta Magna mais longeva do mundo e, ousemos dizer, a mais justa também, foi escrita há milhares de anos e ainda é atual. Ela não foi definida numa sala cheia de pessoas debatendo o que seria certo ou errado, mas escrita originalmente pelos Dedos do Próprio Deus (Êxodo 31.18) em tábuas que Ele mesmo providenciou (Êxodo 32.15-16).
Tais Mandamentos, conhecidos e seguidos até hoje, deram ao povo de Israel o status de nação. Ele não era mais composto de estrangeiros escravizados, mas um povo que se submetia a um líder, era regido por leis e seguia rumo ao seu território. Com o passar do tempo, essa Constituição deixou de ser apenas dos israelitas e passou a ser também dos que reconheciam ao Deus-Vivo como Único e, depois, ao Senhor Jesus como Salvador. Logo, quando alguém se torna um verdadeiro cristão, depois de conhecer a Palavra e nascer de Deus, independentemente da cidadania terrena registrada em seus documentos, ele também tem a cidadania divina dentro de si e se submete aos Mandamentos do Criador.
Como está escrito em Filipenses 3.20: “nossa cidadania, porém, está nos Céus, de onde esperamos ansiosamente o Salvador, o Senhor Jesus Cristo” (versão NVI). Isso significa assumir uma nova identidade, uma nova postura e andar na contramão do mundo, sendo fiel a princípios e valores irrefutáveis. E, assim como obter outra cidadania terrena não significa abdicar da cidadania original – pelo menos no caso dos brasileiros –, mas estar sujeito às leis de ambas as nações, o mesmo ocorre com a cidadania celestial.
Muitos pensam que, ao se tornarem cristãos e ansiarem pela vida eterna no Reino de Deus, os direitos e deveres com o mundo terreno não importam mais. No entanto se abster de sua cidadania em sociedade é um grande erro. Mesmo que nas últimas décadas sutilmente tenha se propagado a ideia de que ser um cidadão terreno ativo seria o mesmo que compactuar com o mundo, a verdade é que o cristão continua tendo um papel social de grande importância.
Esse papel ultrapassa a prestação de auxílio ao próximo com a distribuição de cestas básicas, o oferecimento de apoio em asilos e orfanatos, a ajuda na ressocialização em presídios ou na Fundação Casa, as visitas aos hospitais ou o suporte durante desastres em todo o mundo. O cristão precisa participar ativamente daquilo que lhe compete como cidadão terreno. Caso contrário, ele corre o risco de ser vítima da crueldade, corrupção e perseguição.
É só observar um pouquinho. Quem teve o poder de fechar as igrejas na pandemia, tirando-as do rol de serviços essenciais? Quem tem o poder de limitar o trabalho evangelístico nas ruas e nas mídias? Quem tem o poder de impor que tipo de ensino as crianças recebem nas escolas, mesmo que sejam contrários aos princípios e valores da sua família? Quem tem o poder de determinar o que cada um pode ou não fazer e, ainda, como será punido se desobedecer?
Todos temos responsabilidades como cidadãos. É necessário que a lei seja cumprida, mas isso significa que quem a estabelece e a cobra seja idôneo. E essa idoneidade não é justamente uma das características do cristão? No entanto, mais do que cumprir os deveres terrenos de pagar tributos e impostos, respeitar leis e votar ou usufruir dos direitos de segurança, educação, saúde e economia, é fundamental aprender sobre política e participar ativamente de tudo o que acontece, para que não sejamos enganados, tampouco nos deparemos com leis que tentem nos punir por não irmos contra a Lei que rege nossa cidadania dos Céus.
Carregar a cidadania celestial é evidenciá-la enquanto se exerce os direitos e deveres da cidadania terrena, cumprindo com maestria o papel de cidadão em consonância com a Palavra de Deus e com os princípios e valores oriundos do Reino dos Céus, enquanto se desfruta da residência temporária neste mundo.
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