thumb do blog Cristiane Cardoso
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O dia que eu quis sair de casa

Confira mais uma parte das minhas lembranças

Imagem de capa - O dia que eu quis sair de casa
Pode parecer estranho, mas na minha infância, as crianças ainda respeitavam os pais e é por isso que me lembro tão detalhadamente da primeira e última vez que fui malcriada com eles. Um belo dia inesquecível pra mim, meu pai chegou mais cedo em casa e para sua surpresa, me viu assistindo uma novela da Globo.

Pois é, as vezes que eu ia na minha avó, ela me deixava assistir à novela, já que em casa meus pais não deixavam. Nesse dia, ele chamou minha atenção e eu, com os meus muitos 5 anos de idade o respondi: “Já que é assim eu vou embora de casa!”. A próxima coisa que eu me lembro é estar fora de casa, no longo corredor escuro de piso vermelho ouvindo o meu pai dizer: “Então tá bom, pode ir!” e fechar a porta. Pensa numa criança apavorada! Depois de chorar muito, ele abriu a porta e me disse pra nunca mais ameaçar de sair de casa. E, realmente, aquela foi a última vez.

Sempre respeitamos nossos pais, embora não sejamos do tipo que os chama de senhor ou senhora. E com o respeito também havia muito ciúme, principalmente da minha parte, não me pergunte porquê. Um dia estranhei quando, pela janela, vi minha mãe chegando na garagem e sendo abordada por dois homens, o que me incomodou bastante. Avisei o meu pai, mas ele não me deu muita atenção.

Daí vi que a minha mãe entrou no carro de novo e saiu com aqueles homens. Fiquei apavorada. Falei com o meu pai de novo e como já tinha passado um bom tempo que a minha mãe estava fora de casa, só então ele me ouviu e se desesperou, saindo pela cidade a fora para procurar por ela. Uma hora depois, minha mãe chegou em casa, muito abalada. Ela tinha sido abordada por ladrões que para roubar o carro, a levaram para longe a deixando no meio de uma rua deserta.

Meu pai passou horas na rua procurando-a e ela em casa, só chorando. Foi horrível vê-la chorar e não poder fazer nada para acalmá-la. Quando meu pai chegou em casa, os dois choraram muito. No dia, não entendi muito bem o que tinha acontecido, mas duas coisas ficaram marcadas pra mim, meus pais também choravam e um não podia ficar sem o outro.

A história continua…

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Colaborador

Cristiane Cardoso