thumb do blog Cristiane Cardoso
thumb do blog Cristiane Cardoso

As dificuldades em ter uma vida normal

Cristiane comenta no texto abaixo situações pelas quais passou e de que forma tentava superar. Saiba mais

Imagem de capa - As dificuldades em ter uma vida normal

Eu nunca fui boa em esportes, principalmente, porque não podia fazer muito esforço, que logo já ficava sem ar… juntando com o fator de que eu não comia quase nada, e vivia tomando muitos antibióticos devido à bronquite, meu corpo não desenvolveu muito bem. E por isso eu evitava todo tipo de exercício, e mesmo assim, quando tinha crises asmáticas, não conseguia nem falar. Era horrível a sensação de ser uma inútil, toda vez. Tudo me cansava, ficava sem ar, meu peito doía pra simplesmente respirar, e não podia rir de nada, porque senão, piorava.

Um dia, na escola, o professor de ginástica me colocou numa equipe de corrida que só uma teria que correr mais que todas, e pra minha surpresa, todos da minha equipe amarelaram, inclusive uma menina que se dizia minha amiga, e sobrou pra mim. Por mais que eu tenha avisado a todos que eu era a única que, realmente, não podia correr, e todos ali podiam, ninguém se importou. Para o bem da equipe, eu me voluntariei pra correr, mas quando cheguei no ponto de chegada, desmaiei. Fui levada às pressas para a enfermaria pra levar bronca da enfermeira sobre a minha irresponsabilidade de me colocar numa situação como aquela.

Fiquei alguns dias em casa pra voltar ao normal, mas a respiração parecia não vir. Eu sempre pensava comigo, ‘como será ter uma vida normal, em que você pode respirar profundamente sem dor ou dificuldade?’. Eu sempre ia lá na frente pedir oração nas reuniões. Meu pai fez inúmeras orações por mim. E eu não entendia por que eu não era curada. Minha mãe, então, arrumou um “passatempo” pra me ocupar e, ao mesmo tempo, realizar um sonho do meu pai: tocar piano. Comecei as aulas só pra agradá-lo, pois dizia que, um dia, eu ia tocar piano na sua reunião.

Aprendi a tocar uma música inteira e logo meu pai quis me testar na reunião de domingo, que seria dia das mães. Ele deixou pra eu tocar na oração final, enquanto ele orava por todas as mães. Pensa numa menina nervosa! Toquei a música tão rápido, mas tão rápido, que ela acabou antes mesmo de ele terminar a oração. Um desastre. Meu pai nunca mais me chamou pra tocar piano na reunião dele.

A história continua….

imagem do author
Colaborador

Cristiane Cardoso / Foto: Reprodução