Crianças que assistem pornografia reproduzem abusos sexuais

Cresce o número de crianças abusadas por crianças

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Um relatório divulgado recentemente pelo hospital Children’s Mercy, nos Estados Unidos, traz um dado alarmante: atualmente, inúmeras crianças que assistem pornografia reproduzem o comportamento visto nos filmes.

Há uma tendência perturbadora de casos de abuso sexual infantil, segundo a responsável por receber as vítimas dos abusos no hospital, enfermeira Heide Olson. “O número de abusadores entre 11 e 15 anos de idade é sem precedentes”.

De acordo com ela, o número de vítimas cresce a cada dia. Primordialmente entre as meninas que têm até oito anos de idade. Surpreendentemente, muitos crimes são praticados por crianças que assistem pornografia e são influenciadas.

A diretora da Organização Metropolitana para Combater a Violência Sexual, Rene McCreary, ressaltou ao site local KSHB (onde o relatório foi publicado): “O que estamos vendo é cada vez mais crianças que têm problemas de comportamento sexual. Ao mesmo tempo, mais e mais crianças que têm acesso à pornografia”.

Para McCreary, a pornografia está se tornando cada vez mais violenta. Crianças e adolescentes não têm discernimento para saber que aquele é um comportamento ruim.

“Oitenta por cento dos 15 filmes mais vistos retratam mulheres sendo agredidas, cuspidas, chutadas, chamadas de nomes degradantes”, afirmou McCreary. “Assistindo a isso, as crianças passam a acreditar que podem agir da mesma maneira. Assim sendo, aumenta o número de agressores sexuais infantis”.

Especialistas do mundo inteiro se preocupam com crianças que assistem pornografia

Um estudo publicado pelo jornal The Economist – um dos mais respeitados do mundo – alertou recentemente para o estímulo que crianças estavam recebendo para atacar sexualmente outras crianças. Segundo o jornal, esse estímulo parte do fácil acesso à pornografia.

Entre os dados assustadores, o estudo afirma que as autoridades do Reino Unido já receberam 40 mil denúncias contra crianças por abuso sexual.

Da mesma maneira, a Sociedade Irlandesa para a Prevenção da Crueldade contra Crianças ressaltou a importância da ação dos pais no controle ao que os filhos consomem. Só para exemplificar, na Irlanda, crianças que assistem pornografia têm acesso a esse conteúdo já aos seis anos de idade. Em seguida, elas reproduzem a linguagem e o comportamento altamente sexualizado.

Semelhantemente essa preocupação também alcança o Brasil. É o que descreve a neuropsicopedagoga Daniele Galvão, em entrevista ao Brasil Notícias, programa jornalístico de rádio exibido na Rede Aleluia e Rádio Record:

“A pornografia vem atingindo os jovens, especialmente por conta da mídia. Cada vez mais ela os expõe a conteúdos eróticos, cenas de novelas inadequadas, nas letras das músicas, nas danças extremamente sensualizadas”.

Adultos e crianças que assistem pornografia se tornam mais violentos

Uma análise realizada por cientistas comportamentais e publicada no periódico acadêmico Journal of Communication revela: mesmo entre adultos, quem assiste pornografia tende a ser sexualmente agressivo.

Em resumo, os cientistas analisaram 22 estudos realizados em sete países. Aparentemente, quanto mais violenta é a pornografia consumida mais violento se torna seu consumidor.

Todavia, a análise ressalta que mesmo os vídeos mais “leves” fazem com que as pessoas se inclinem a ser agressivas verbalmente e fisicamente. Isso além de enxergarem as outras pessoas como objetos para satisfação de seus desejos sexuais.

Sem dúvida, o acesso cada vez mais fácil à essa influência nociva está criando uma geração de abusadores. No Brasil, 58% dos consumidores de pornografia são jovens, segundo a Quantas Pesquisas e Estudos de Mercado.

Entendendo esse mal, a Flórida (EUA), sentenciou que a pornografia é risco à saúde pública.

E você, tem se policiado sobre o que seus filhos consomem na internet e fora dela?

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Colaborador

Andre Batista / Foto: Fotolia