Filhos e tecnologia: o que fazer?

Especialista esclarece as melhores maneiras de lidar com a situação

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Uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, o Google, divulgou recentemente a disponibilização de um aplicativo que permite aos pais controlarem as atividades dos filhos na internet.

O app mostra quanto tempo cada criança passa em cada site ou aplicativo, as conversas e os históricos de pesquisas, além da localização. Também permite aos pais bloquearem o smartphone dos filhos remotamente em tempo real, além de impedir que acessem conteúdos que não lhes agradam.

Tamanho controle gerou inúmeras críticas. Muitos disseram que os pais invadiriam a privacidade dos filhos ou retirariam a autonomia deles.

Em contrapartida, milhares reclamaram da existência de uma idade limite para o uso da ferramenta: 13 anos. Para muitos pais é exatamente ao entrar na adolescência que o controle deve ser maior, especialmente porque, cada vez mais, jovens entregam-se o dia inteiro ao mundo online, ignorando outras atividades importantes como estudos, esportes e relações interpessoais.

Proibir ou liberar?

A psicóloga clínica, especialista em Desenvolvimento de Pessoas e Grupos Terapêuticos Verônica Kehdi esclareceu que “o dever dos pais é estar junto e acompanhando para que essa criança não corra riscos graves, como sofrer assédio e ter acesso a pedófilos”.

Para isso, porém, muito mais do que proibir ou permitir o acesso dos filhos à internet, é importante estabelecer uma relação de confiança e compreensão familiar.

“Hoje em dia a gente vê que os pais, de uma forma geral, estão sempre correndo e não, necessariamente, têm o foco no desenvolvimento dos filhos”, explica Verônica.

Para ela, a construção dessa relação ajudará os pais a descobrirem as necessidades e os gostos dos filhos, podendo oferecer a eles oportunidades de lazer mais atrativas do que a tela de um computador ou smartphone.

O primeiro passo para resolver o problema é dar aos filhos o exemplo. Isso porque crianças aprendem por observação e prática, muito mais do que por teoria (e broncas). “Os adultos estão muito viciados na tecnologia e as crianças imitam os adultos”, afirma a especialista.

Outro ponto importante é estabelecer regras e limites, sempre com conversas racionais (e não com gritos ou simples imposições sem explicações). É necessário fazer o jovem entender por que as regras existem e quais as consequências de cumpri-las ou não.

“E é para isso que existem os pais: para orientar, acompanhar, ensinar”, explica a psicóloga.

Escola das Mães

Na Universal há um grupo que auxilia mães nessas e em muitas outras questões que dizem respeito à educação e ao bom convívio com os filhos. Trata-se da “Escola de Mães”, antigo grupo T-Amar – que existe desde 2012, e mudou de nome em janeiro deste ano.

Neia Dutra é a coordenadora nacional do projeto. Ela garante que, à medida que uma mãe muda seu comportamento, sua família também é transformada. “Essa ação produz reações não apenas nos filhos, mas em toda a família”, ressalta.

O projeto realiza encontros mensais: todo primeiro domingo do mês elas se reúnem para novos aprendizados. E a cada mês aumenta o número de pessoas alcançadas pelo trabalho. Em 2017, 73.561 pessoas foram beneficiadas. Nos primeiros três meses deste ano, mais de 25 mil já receberam auxílio das voluntárias em todo o país. Conheça mais detalhes, clicando aqui.

Assista ao vídeo abaixo e saiba como funciona o grupo:

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Colaborador

Andre Batista / Imagens: iStock