Você fala de Deus onde estiver?

Em 1969, o homem fez mais do que pisar pela primeira vez o solo da Lua

Em 20 de julho de 1969, o mundo assistia boquiaberto ao sucesso da missão norte-americana Apollo 11, da Administração Nacional da Aeronáutica e Espaço (Nasa, na sigla em inglês), que levou os primeiros seres humanos à Lua.

Os telespectadores que acompanhavam o evento ao vivo puderam ouvir o astronauta Neil Armstrong, com sua voz entrecortada pelo rádio, dizer a histórica frase “é um pequeno passo para um homem, mas um grande salto para a Humanidade”, antes de descer do último degrau do módulo lunar Eagle e pisar pela primeira vez a tão cobiçada superfície branca e arenosa.

Armstrong entrou para a História como o primeiro ser humano a pisar um solo extraterrestre, mas seu parceiro Edwin “Buzz” Aldrin foi autor de outro ato sem precedentes. Ele, o segundo homem a imprimir suas pegadas na Lua, é cristão evangélico, assim como vários de seus colegas astronautas e cientistas da Nasa.

Buzz – homenageado pelo famoso astronauta fictício dos filmes Toy Story – levou a bordo do Eagle um recipiente contendo pão e vinho consagrados pelo pastor de sua igreja. Assim que o módulo alunissou, ele pediu uma pausa a Armstrong, ao colega Michael Collins e à equipe da Nasa na Terra para render graças a Deus pelo acontecimento. Leu, então, um trecho bíblico: “Eu sou a videira, vós as varas; quem está em Mim, e Eu nele, esse dá muito fruto; porque sem Mim nada podeis fazer” (João 15.5). Então, comeu do pão e tomou do vinho. Tudo isso no Eagle.
Em um momento em que a Ciência poderia servir como pretexto para um ser humano se sentir autossuficiente, alguém se lembrou da humilde condição de dependente de Deus e da importância de estar com Ele, seja onde for.

Aldrin queria que a ceia lunar fosse transmitida ao vivo pela TV, mas a Nasa não permitiu, pois a agência já respondia a um processo judicial movido pela advogada e ativista ateia Madalyn O’Hair por causa da leitura de um trecho de Gênesis feita, ao vivo, em dezembro de 1968, na órbita lunar, quando a missão Apollo 8 a circundou. Madalyn foi quem, em 1963, entrou com uma ação para banir das escolas dos Estados Unidos orações cristãs em sala de aula – e conseguiu.

O público só soube que um cristão realizou uma ceia de comunhão fora do planeta vários anos depois, em uma entrevista de Buzz.
Buzz fez algo impensado nas condições mais agressivas às quais seres humanos já haviam sido expostos. Poderia ser um momento de glória pessoal, mas ele a rendeu ao Altíssimo, apesar de estar no ponto mais longínquo que seres humanos já atingiram na História. Na ceia, declarou-se fiel ao seu Salvador.

Quantos de nós, seguros em solo terrestre, às vezes temos vergonha de falar sobre Deus? Quantas vezes, em um grupo de amigos em que muita bobagem pode ser (e geralmente é) dita, já nos abstivemos de falar do bem que o Espírito Santo pode trazer a cada um de nós?

A atitude de um astronauta nos mostrou que, onde quer que esteja e em qualquer contexto, o homem pode mostrar sua condição de dependente e fiel a seu Criador. Aliás, os ambientes que menos parecem propícios são, justamente, aqueles em que devemos falar sobre Deus. Não há desculpas, neste planeta inteiro ou até mesmo fora dele, para se abster de falar sobre o Onipresente.

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Colaborador

Marcelo Rangel / Fotos: créditos/NASA